Depois de terem aparecido a meio dos anos noventa como uma crew de hip-hoppers alternativos mas que mantinham tudo aquilo que tinha feito a golden age dos anos 80 do hip-hop, com um cuidado acrescido dado ao entrosamento das vozes em harmonias vocais e refrões cantaroláveis, bem como estilos de rimar e vozes distintas, os Jurassic 5 tornaram-se artistas respeitáveis. Deixam-nos Jurassic 5 LP, Quality Control, Power in Numbers e Feedback. Estes dois últimos tinham, por exemplo, a participação de gente como Big Daddy Kane e Nelly Furtado ou Dave Matthews, respectivamente, tendo o último sido visto por muitos fãs e pela crítica como um falhanço, cortesia de um dos DJs, Cut Chemist, ter saído da banda. Como diziam na segunda metade dos anos 90: "It's the j-u-r-a-capital s-another s-i-c, five MCs in the flesh". Só que agora já não é.

Lembras-te dos Clap Your Hands Say Yeah? Claro que não. Já apareceram em 2005 e não te lembras das bandas que o teu blog de mp3 favorito catalogou como as melhores de sempre na semana passada, quanto mais em 2005. Tudo começou com um curto texto inocente nas críticas de singles da Pitchfork. "Que raio de nome é aquele? Bom nome, vamos ouvir a banda." Seguiu-se a crítica ao disco e havia lá algumas canções e uma voz que pode ser considerada irritante, tudo numa de revivalismo indie dos anos 90. Este ano apareceu novo disco e ninguém ligou, mas lá estarão eles a 4 de Julho no Super Bock Super Rock, tal como os pós-roqueiros portugueses-em-português Linda Martini.

É já normal a dupla Matt Elliott e Manyfingers, talvez porque a música de ambos faz sentido junta. Matt Elliott regressa então a Portugal já no próximo fim-de-semana para dois concertos. Primeiro o Third Eye Foundation e Chris Cole (o nome por detrás do projecto Manyfingers) actuam no bar O Meu Mercedes é Maior que o Teu, no Porto, no próximo sábado, dia 24 de Março. No dia seguinte deslocam-se a Lisboa para uma noite no Musicbox.

Matt Elliott chega a Portugal para apresentar Failing Songs.

Luis Fernandes, o nome por detrás do projecto The Astroboy, apresenta-se na próxima sexta-feira no bar O Meu Mercedes é Maior que o Teu, no Porto. Luis Fernandes, que apresenta o recentemente editado A derrota da engrenagem (Test Tube/Lovers and Lollypops), vai mostrar serviço nos sintetizadores e na guitarra e faz-se acompanhar de Miguel Pedro (Mão Morta; Jazz Iguanas; Mundo Cão) nos sintetizadores, laptop e casiotone.

O concerto contará ainda com vídeos desenvolvidos pelo Atelier de Design Bolos Quentes (da Faculdade de Belas Artes do Porto).

Há algum tempo atrás, depois da sua vinda a Portugal, James Blackshaw dizia isto ao Bodyspace: "Quem me dera ter tido mais tempo para passar no Porto – é uma cidade fantástica. Eu sei que a Josephine [Foster] sentiu da mesma forma também. [...] Não sei como é que a minha música foi recebida, mas senti que as pessoas que relacionaram com ela a um nível que talvez tenha transcendido a barreira da linguagem. Sinto igualmente que as pessoas portuguesas como um todo são mais abertas a novas coisas, estão mais ligadas profundamente à música através das suas emoções e podem ter havido algumas familiaridades com o estilo no qual eu toco – estou a falar da maravilhosa guitarra de Carlos Paredes agora! [...] Espero voltar em breve!".

E a verdade é que está mesmo de volta. O guitarrista inglês autor do fantástico O True Believers tem concerto marcado na Galeria Zé dos Bois para o próximo dia 6 de Maio.

No próximo mês de Abril, a fadista Cristina Branco entra em estúdio para gravar o seu próximo disco, um registo onde interpretará canções de Zeca Afonso, no ano em que se passam vinte anos da sua morte. O disco acontece também na continuação do espectáculo que Cristina Branco levou ao Teatro São Luiz, em Lisboa, nos passados dias 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23 e 24 de Fevereiro. A acompanhá-la estarão, ao que tudo indica, os músicos que a acompanharam nesses espectáculos: Alexandre Frazão (na bateria), Bernardo Moreira (no contrabaixo), Mário Delgado (guitarras acústicas e eléctricas) e Ricardo Dias (piano e acordeão).

Nos próximos dias, depois da digressão em Espanha e de uma data na Holanda, Cristina Branco actua na Noruega e na Suécia. As datas são as seguintes:

16 Março - Suécia/Estocolmo
17 Março - Suécia/Göteborg
18 Março - Noruega/Oslo

É já amanhã que a Tora Tora Big Band apresenta o seu novo disco de originais, Tora Tora Cult. Os doze músicos que foram a banda continuam aquilo se apelida de afro-beat freaky dancing jazzy screaming corny banging brainy jumping stupid noisy hot burning arabic speedy classic rolling funky improvising floating latino crunchy acid crazy free, o que equivale a dizer que os Tora Tora Big Band misturam uma série de (boas) coisas e safam-se com isso.

O concerto conta participação vocal de Kika Santos (Loopless , Blackout), Sílvia Sanchez (Hysteria Ibérika), o cantor moçambicano André Cabaço e o DJ Tiago Santos (Cool Hipnoise, Rádio Oxigénio, Spaceboys), que vai estender a festa pela noite dentro.

Old Jerusalem, o alter-ego de Francisco Silva apresenta The Temple Bell no bar O Meu Mercedes é Maior que o teu, no Porto, no próximo dia 9 de Março. O singer-songwriter nortenho tem também outras datas marcadas para os próximos tempos, ocasiões para escutar a belíssima "Grasshoppers", um dos melhores momentos do terceiro disco de Francisco Silva.

10.03
Old Jerusalem
Ponte da Barca / Auditório Centro Cultural / 22h

22.03
Old Jerusalem
Porto / Teatro Campo Alegre Quintas Leitura / 22h

31.03
Old Jerusalem
Porto / Cdgo - Showcase / 18h

21.04
Old Jerusalem
Porto / Bor Land - Innerland #2 / 19h30

29.04
Old Jerusalem
Porto / Casa da Animação / 18h

É verdade. Os indies rejubilam. Os nova-iorquinos Interpol, senhores do aclamado Turn on the bright lights, actuam no festival Super Bock Super rock no dia 5 de Julho. A estreia dos Interpol em Portugal servirá de apresentação ao novo disco da banda.

Os bilhetes para o festival custam 40 euros (bilhete de um dia) ou 78 euros (bilhete de quatro dias).

Jorge Martins foi para os Estados Unidos e deixou congelados os Fish&Sheep e os Frango, dois dos mais excitantes grupos que a música portuguesa com tomates já gerou.

Pois bem, os "órfãos" começam a organizar-se em novas formações: Afonso Simões, companheiro nos Sheep, anda por outros grupos (um deles, os Curia, estreia-se ao vivo este sábado, dia 10, na ZDB, em Lisboa, com os Birds of Delay); Rui Dâmaso (PCF Moya) e Vítor Lopes, dos Frango, juntam-se em duo (dia 10 na Fábrica de Som, no Porto, 16 na ZDB, 25 no também lisboeta Espaço e 31 no Ateneu de Coimbra).

Vítor e Rui prometem "fantásticos drones de vibrações mecânicas, a lembrar a espacialidade perturbada dos Double Leopards ou Sunroof". Este sábado, o duo toca com os Aquaparque, dupla descendente dos dAnCE DAMage, finados em 2006. Pedro Magina (teclados) e André Abel (percussão) anunciam “uma sonoridade sob o signo de artifícios meta-prog e reverência ao dub e suas descendências�.

A Fábrica de Som fica na Av. Rodrigues de Freitas, 23-27, perto da Faculdade de Belas Artes do Porto. O concerto é às 23h e custa 3 euros.

É verdade. Deixai crescer as vossas barbas, deixai de tomar banho e comprai/sacai toda a discografia desta gente para antever todos estes concertos. Ou então não, já que se calhar é mais livre ir para lá sem saber o que vai acontecer. De qualquer forma, a Filho Único, nova promotora dos ex-programadores da ZDB Nélson e Pedro Gomes, anunciou hoje a sua agenda de concertos até Maio. Haverá, para a promotora, uma residência mensal na ZDB e outra no Lux, para além de colaborações esporádicas com outros espaços. Dia 8 de Março, na ZDB, a cantora-compositora Josephine Foster (que também toca dia 10 de Março no Centro de Artes de Sines) e a sua voz esquisita junta-se a Warmer Milks, que, segundo o press-release da promotora, são "figuras de proa da profícua comunidade de músicas livres existente no estado norte-americano do Kentucky", o que quer que isso queira dizer. Dia 17 de Março, como já tinha sido anunciado, a noite é de Borbetomagus (que tocam também no dia 15 em Serralves, no Porto) e Looser nos MusicBox. A 5 de Abril, no Maxime, há Bonnie "Prince" Billy, alter-ego do barbudo Will Oldham, também famoso a solo e com mil coisas que tinham "Palace" no nome e Faun Fables, da Drag City, noite dada às cantigas. Dia 11 de Abril, no B. Leza, a mítica discoteca africana, o americano radicado em Portugal que gosta de 4Taste Panda Bear apresenta mundialmente Person Pitch, confirmando ou não o seu estatuto de Phil Spector de brincar lisboeta, com Maio Coopé, músico africano, para não destoar do sítio. No dia 19, no Lux, é noite de dubstep, que toda a gente já tinha esquecido em 2006 mas ainda continua em 2007, com Skream! e Hatcha feat. MC Crazy D, ou seja, dubstep e uma girafa empalada, combinação explosiva. No mesmo sítio, já em Maio, dia 3, Ghost, a lendária banda free japonesa, que tem disco novo, apresenta-se ao vivo com a banda de Pedro Gomes, CAVEIRA. Dia 4 é noite de White Magic no Maxime, banda também da Drag City e dada às cantigas. O programa das festas está feito até dia 13 desse mês, com os Charalambides a tocar a seguir a Manuel Mota com Okkyung Lee na ZDB.

O pianista de jazz Jason Moran apresenta-se ao vivo em Lisboa no próximo dia 6 de Março. O grande auditório do Centro Cultural de Belém volta assim a receber um dos maiores intérpretes do jazz da actualidade, depois de Brad Mehldau ter actuado a solo em Janeiro. A acompanhar o pianista estará a sua banda The Bandwagon, com Tarus Mateen no baixo e Nasheet Waits na bateria.