Julho 2010
Novidades para a rentrée: Faust, anbb, Jóhann Jóhannsson e Hauschka são as apostas do Maria Matos
· POR Nuno Catarino · 29 Jul 2010 · 19:03 ·
anbb
Antes de irmos de férias deixamos as novidades para a reentré. O Teatro Maria Matos já apresentou a programação para o Outono e, entre os meses de Setembro e Outubro, vão passar por aquela sala os icónicos Faust, o duo anbb, Jóhann Jóhannsson e Hauschka. Os anbb, duo de Alva Noto e Blixa Bargeld, estreiam-se em Portugal no dia 21 de Setembro. Também em estreia nacional, Jóhann Jóhannsson apresenta-se acompanhado pelo Iskra String Quartet, no dia 28 de Setembro. No dia 6 de Outubro é a vez dos velhinhos Faust, lendas do krautrock que continuam a sua impecável caminhada na procura da subversão sonora. Mais para o final do mês, no dia 22 de Outubro, actua o alemão Hauschka (senhor que gosta de pianos pouco convencionais), acompanhado por um ensemble de músicos nacionais. Este espectáculo está enquadrado nas celebrações do 41º aniversário do Teatro Maria Matos e promete muito. Agora já podemos ir de férias descansados.
Paz e Amor numa reedição essencialmente essencial
· POR Rafael Santos · 29 Jul 2010 · 15:49 ·
Quando se fala da música da Jamaica, não é o primeiro nome a vir à cabeça. Mas Dadawah (também conhecido como Ras Michael) é um nome seminal da história da música da pequena ilha das Caraíbas. E a nova reedição de Peace & Love – editado originalmente em 1974 e depois reeditado em 75 pela Trojan – comprova-o de forma bastante evidente: primeiro porque eleva a doutrina rastafari para um patamar espiritual mais profundo; segundo porque mergulha profundamente no lamaçal ancestral de África e de lá trás, não só a essência do ritmo, como alma de toda uma música cerimonial dedicada ao reverendo deus Niyabinghi. São quatro longos temas quase todos de dez minutos. Quatro longas divagações místicas e incorpóreas que nunca se perdem no tempo nem no espaço, mesmo que a janela para o cosmos esteja amiúde aberta.
Depois de vários anos a ser considerado uma raridade, este disco merece finalmente esta reedição. Agora pela mão Mark Ernestus, uma das faces dos Rhythm & Sound e dos Basic Channel, associado com a recém criada Dug Out, este novo Peace & Love - Wadadasow (com uma nova capa) é um documento precioso que ilustra bem a face mais delirante e psicadélica do reggae, dando ainda coordenadas indispensáveis para algumas das fontes primordiais do dub-techno – que hoje o caracteriza parte do som minimal de Berlim – ou algum dubstep com aspirações roots – como, por exemplo, o som dos Digital Mystik. Um disco já disponível em Portugal (por exemplo na Flur) para descobrir ou redescobrir. Peace & Love - Wadadasow é música essencial na colecção de qualquer devoto do bom som. Mas cuidado para não se perderem, tudo isto é espiritualmente muito vicioso.
"Zion Land"
Seventy Two Nations
Bruno Silva actua (toma lá acordo ortográfico) no Espaço APAV & Cultura amanhã, dia 30 Julho
· POR André Gomes · 29 Jul 2010 · 12:20 ·
Sim, ele é escriba do Bodyspace. E a APAV apresenta um concerto dele no dia 30 de Julho, pelas 19h00, O concerto acontece no Espaço APAV & Cultura, na Rua José Estêvão 135-A (ao Jardim Constantino), em Lisboa, e tem entrada livre. Para que não nos acusem de favoritismo, transcrevemos integralmente o press release que apresenta o concerto: "Bruno Silva é membro dos projectos Osso, Ninjas!, Somália e Brisa Panaca e tem vindo ainda a apresentar-se ao vivo sob diversos pseudónimos. A adopção [eish, que coça no acordo ortográfico, tau] do nome próprio prende-se com o regresso ao seu instrumento primordial: a guitarra eléctrica. Ao longo dos últimos meses tem vindo a redescobrir este instrumento, na senda de uma linguagem de experimentação, que poderá encontrar paralelo com o trabalho de Donald Miller, guitarrista dos Borbetomagus, em aproximação a determinadas latitudes noise". Vai um bocadinho de noise antes das férias, meus meninos?
O bop-groove-free dos Angles vai ao Lux (e é de borla)
· POR Nuno Catarino · 29 Jul 2010 · 09:55 ·
O sexteto sueco Angles, que acaba de editar um novo disco através da Clean Feed, apresenta-se esta noite (quinta feira, 22h30) no Lux, num espectáculo com entrada livre. Martin Küchen, Magnus Broo, Johan Berthling (fila de cima), Mattias Ståhl, Kjell Nordeson e Mats Äleklint (fila de baixo) formam os Angles, grupo que pratica um jazz resultante da combinação de elementos “bebop”, “groove” e “free”, entrelaçados com incrível coerência - o disco novo tem por título Epileptical West e foi gravado ao vivo no Jazz Ao Centro 2009, em Coimbra. Este concerto servirá também de apresentação do programa do festival jazz.pt, que vai decorrer de 8 a 12 de Setembro de 2010 no Cais da Pedra (Santa Apolónia, Lisboa), estendendo-se a vários espaços da zona: Lux, Loja da Atalaia, Bica do Sapato, Nord, Flur, Casa Nova, Delidelux e Odessa/FactoLab. A programação deste ano inclui 8 concertos, 8 lançamentos de álbuns de editoras europeias, debates, uma feira do disco, acções didácticas e vários showcases. Recapitulando, Angles, Lux, de borla. Se alguém ainda tem dúvidas, espreite ali as canções do MySpace - “My world of mines” é clássico instantâneo.
Rejubilemos, o Jazz Em Agosto está quase aí
· POR Nuno Catarino · 29 Jul 2010 · 01:13 ·
Os nomes grandes da programação já tinham sido desvendados, mas agora que o grande festival português de jazz & etc. (elogio) se aproxima a passos largos, deixamos o programa completo. Além do duo John Surman /Jack DeJohnette, do novo projecto de Louis Sclavis e do Electro-Acoustic Ensemble liderado por Evan Parker, a programação do festival de verão da Gulbenkian apresenta a grande Circulasione Totale Orchestra (big band "free" que reúne Louis Moholo, Frode Gjerstad, Sabir Mateen e Paal Nilssen-Love, entre outros nomes lendários), o projecto Sol 6 (grupo que junta gente dos The Ex e dos The Necks, entre outros, e trabalha covers de Burt Bacharach e Charles Ives), o "power trio" Steamboat Switzerland (Dominik Blum no órgão hammond, Marino Pliakas no baixo eléctrico e Lucas Niggli na bateria), o duo Guus Janssen & Han Bennink e o trio Pat Thomas / Raymond Strid / Clayton Thomas. Do cartaz fazem também parte dois trios nacionais: Open Speech Trio (Carlos Bechegas, Ulrich Mitzlaff e Miguel Cabral) e RED Trio (Rodrigo Pinheiro, Hernâni Faustino e Gabriel Ferrandini). A programação é diversificada, há propostas para todos os gostos, basta ter vontade de descobrir "o outro lado do jazz". Aqui fica o trailer/teaser oficial.
A escalar o monte do pós-dubstep
· POR Rafael Santos · 28 Jul 2010 · 11:43 ·
Não, ainda não estamos de férias (Agosto querido Agosto!). Mas para lá caminhamos. Enquanto não estamos mesmo, tempo ainda para a divulgação de mais um vídeo de mais um projecto que se estreia no formato de longa duração. São eles os Mount Kimbie. Com Crooks & Lovers ainda recém nascido, a dupla Dominic Maker e Kai Campos apresenta pela mão do realizador Tyrone Lebon a primeira amostra visual do disco, chama-se "Would Know". Conotados com a linha da frente de uma coisa a que já chamam pós-dubstep, os Mount Kimbie estrearam-se no ano passado com o EP Maybes e desde então têm vindo a captar atenções pelo cruzamento pouco usual das linguagens lo-fi da pop, do hip-hop, do r&b e do dubstep. Escutem e vejam "Would Know" e comprovem até que ponto estes rapazes se dão à pura especulação sonora.
Duo Zul Zelub apresenta-se ao vivo no Museu do Chiado
· POR Nuno Catarino · 28 Jul 2010 · 11:39 ·
A Filho Único apresenta na próxima quinta-feira, dia 29 pelas 19h30, o duo Zul Zelub no Museu do Chiado.
Os Zul Zelub são o mais recente projecto de Jorge Lima Barreto, o histórico experimentalista que editou há dois anos um disco na Clean Feed com o mesmo nome. Esse disco registava um conjunto de improvisações ao piano acompanhadas por rádio ondas-curtas (gravado ao vivo no Jazz Em Agosto 2005), mas este projecto vai além desse disco; Zul Zelub é agora um duo de Barreto (piano eléctrico) e Jonas Runa ("computer music & kima x"). O concerto terá lugar no Jardim de Esculturas e tem entrada livre, como já é habitual.
Nos dezoito anos do Festival Paredes de Coura, 18 estreias
· POR André Gomes · 22 Jul 2010 · 15:52 ·
O festival minhoto arranca já na próxima quarta-feira, 28 de Julho, mas diz-nos a organização há já pessoas a usufruir do campismo gratuito que abriu hoje e está disponível até dia 1 de Agosto. Para quem se deslocar de carro, existe também estacionamento gratuito com capacidade suficiente para todos.
Em 2010 o Festival Paredes de Coura celebra 18 anos e para ajudar a apagar as velas conta com 18 estreias absolutas em Portugal. Não fomos contar mas não duvidamos. A organização sublinha a "estreia de veteranos", como The Specials e Peter Hook performing "Unknown Pleasures", mas também de alguns novatos, como White Lies, Jamie T, Vivian Girls (no vídeo acima) ou Memory Tapes, entre muitos outros. O passe de 4 dias com campismo gratuito custa 70 euros.
O cartaz é este:
28 de Julho - Dia da Recepção ao Campista: Los Campesinos!, Memory Tapes, Best Coast, Cosmo Jarvis e Isidro LX
29 de Julho: The Cult, Caribou, Enter Shikari, Gallows, Eli Paperboy Reed e Vivian Girls. Palco After-Hours: We Have Band e DJ Coco. Palco Iberosounds by Coruna: Lost Park e Nouvelle Cuisine. Jazz na Relva: José Valente e Experiences of Today
30 de Julho: Klaxons, White Lies, Peter Hook performing "Unknown Pleasures", The Courteeners, Plan B e The Tallest Man on Earth. Palco After-Hours: Plus Ultra e Mega Bass. Palco Iberosounds by Coruna: Boat Beam e Madame Godard. Jazz na Relva: Zelig
31 de Julho: The Prodigy, The Specials, Mão Morta, Jamie T, The Dandy Warhols e Os Dias de Raiva. Palco After-Hours: Dum Dum Girls e Os Yeah. Palco Ibersounds by Coruna: Triangulo de Amor Bizarro e Samuel Úria. Palco Jazz na Relva: Barbez
O entno-jazz dos Trigon apresenta-se ao vivo no OndaJazz e Museu do Oriente
· POR Nuno Catarino · 22 Jul 2010 · 12:32 ·
O grupo Trigon, formação que ao longo das últimas duas décadas tem desenvolvido uma síntese entre as tradições musicais romenas e a liberdade do jazz, apresenta-se ao vivo em dois concertos em Lisboa. Numa iniciativa do Instituto Cultural Romeno, o grupo de Anatol Stefanet (violeta), Dorel Burlacu (teclados, harmónica), Alexandru Arcuş (saxofones, flauta) e Gari Tverdohleb (bateria, percussão) apresenta-se no dia 28 de Julho, quarta-feira pelas 22h30, no Onda Jazz, num concerto com entrada livre. No dia seguinte o grupo actua no Museu do Oriente, desta vez às 21h30 (os bilhetes para este concerto encontram-se à venda no Museu do Oriente, FNAC, Worten, Lojas Viagens Abreu, BLISS, Liv. Bulhosa (Oeiras Parque) e pontos Megarede). Este é um regresso do grupo de "etno-jazz" a Portugal, depois de em 2007 o grupo ter efectuado uma bem sucedida digressão nacional.
Flower e Corsano apresentam-se em mini-tour nacional
· POR Nuno Catarino · 22 Jul 2010 · 00:29 ·
O duo de Mick Flower e Chris Corsano, responsável pelos soberbos The Radiant Mirror (2007) e The Four Aims (2009), vai apresentar-se ao vivo em três concertos no nosso país. No próximo sábado, dia 24 de Julho, Flower e Corsano actuam na Galeria ZDB (Lisboa), na mesma noite de Z'EV & David Maranha - o início está marcado para as 23h. No dia seguinte, domingo, o duo actua no Porto, no campo de ténis de Serralves ao final da tarde (18h30). Esta pequena tour nacional termina na segunda feira, dia 26, em Leiria - o Teatro Miguel Franco acolhe o concerto que se inicia às 22h. O drone psicadélico de Flower encontra-se com a bateria genialmente imprevisível de Corsano (que há uns tempos foi entrevistado por aqui) e o resultado é imperdível. O vídeo ali em baixo dá uma ideia daquilo que nos espera.
Robert Plant lança Band Of Joy a 13 de Setembro
· POR André Gomes · 21 Jul 2010 · 15:55 ·
É verdade que os anos 80 não lhe fizeram nada bem, mas os 90s (ei, Fate of Nations é um belo disco) e sobretudo os 00s foram muito diferentes para o outrora vocalista dos Led Zeppelin. Assimiu gostar de coisas tão boas como DJ Shadow, e lançou dois discos muito muito interessantes: Dreamland e Mighty Rearranger. Com Alison Krauss lançou ainda o muito elogiado Raising Sand by Robert Plant and E agora chega Band Of Joy. " a 13 de Setembro
Diz-se que este disco retoma o caminho deixado em aberto pelo rock de raiz de Raising Sand, e que foi gravado em Nashville por uma "constelação de estrelas da música".
O álbum foi co-produzido por Plant e pelo guitarrista Buddy Miller, de Nashville. "Buddy está presente em todo o álbum; podem ouvir-se os seu gostos em toda a instrumentação", disse Plant com entusiasmo. "O universo musical de Buddy é lindíssimo, com influências do rockabilly de meados dos anos 50, o canto dos pescadores e a melhor música country, para além da soul e R&B de Detroit".
Ao lado de Miller, a Band of Joy integra o multi-instrumentista Darrell Scott, que toca bandolim, guitarra, acordeão, banjo, pedal e lap-steel guitars; a cantora e compositora country Patty Griffin, que dá apoio à voz principal de Plant; Byron House no baixo e Marco Giovino nas percussões.
Neste disco há uma versão de "Angel Dance", de Los Lobos e, surpresa das surpresas, covers para "Silver Rider" e "Monkey", dos nossos queridos Low. Dá-lhe Robert. Diz-se que Robert Plant e a Band Of Joy estão em digressão no sul dos Estados Unidos durante o mês de Julho, e que serão anunciadas novas datas brevemente. Resta esperar que Portugal esteja nos planos dele.
Diz-se que este disco retoma o caminho deixado em aberto pelo rock de raiz de Raising Sand, e que foi gravado em Nashville por uma "constelação de estrelas da música".
O álbum foi co-produzido por Plant e pelo guitarrista Buddy Miller, de Nashville. "Buddy está presente em todo o álbum; podem ouvir-se os seu gostos em toda a instrumentação", disse Plant com entusiasmo. "O universo musical de Buddy é lindíssimo, com influências do rockabilly de meados dos anos 50, o canto dos pescadores e a melhor música country, para além da soul e R&B de Detroit".
Ao lado de Miller, a Band of Joy integra o multi-instrumentista Darrell Scott, que toca bandolim, guitarra, acordeão, banjo, pedal e lap-steel guitars; a cantora e compositora country Patty Griffin, que dá apoio à voz principal de Plant; Byron House no baixo e Marco Giovino nas percussões.
Neste disco há uma versão de "Angel Dance", de Los Lobos e, surpresa das surpresas, covers para "Silver Rider" e "Monkey", dos nossos queridos Low. Dá-lhe Robert. Diz-se que Robert Plant e a Band Of Joy estão em digressão no sul dos Estados Unidos durante o mês de Julho, e que serão anunciadas novas datas brevemente. Resta esperar que Portugal esteja nos planos dele.
Lisboa e Porto - 9 e 10 de Novembro - !!!
· POR Simão Martins · 21 Jul 2010 · 12:16 ·
"Hello? Is this thing on"? Ah, pronto, já estamos em directo para todo o país. A ocasião serve para informar que a banda furacão da Califórnia vai voltar a pisar solo nacional em Novembro. Dia 9 e 10 de Novembro, no Lux e Teatro Sá da Bandeira, em Lisboa e no Porto, respectivamente, os Chk Chk Chk vêm pôr a malta a dançar naquela que deverá consagrar a apresentação do novo disco Strange Weather, Isn't It? em Portugal. Por enquanto, "AM/FM" já anda a rodar pelos ouvidos da malta e, depois de actuações absolutamente contagiantes em Paredes de Coura - corriam os anos de 2005 e 2006 -, podemos dizer que estamos prontos para os ouvir, para dançar e delirar num concerto em nome próprio. 25 euros, por favor!!!
Quantic: Um animal sem trela
· POR Rafael Santos · 21 Jul 2010 · 11:42 ·
Will Holland não desiste. Poderia ser teimosia, casmurra e sem sentido de responsabilidade. Mas nada disso. Quantic é um verdadeiro animal sem trela, mas nunca vadio. Fiel ao ideal de ter o mundo na palma da sua mão, este homem, ano após ano, não degenera. Especialmente nestes últimos anos em que se instalou na Colômbia e daí tem operado com muita persistência, virando e revirando a tradição da música local (cumbia), integrando-a numa matriz que também contempla as coordenadas da música das Caraíbas, o jazz e, o seu velho amor, o funk. É a forma singular e coerente como compõe e produz (com o recurso frequente de músicos da américa-latina) que Quantic consegue fazer soar como suas sonoridades como a rumba, a cumbia, o reggae ou o dub. E o preparado está longe do instantâneo, apesar de tudo começar a ser cada vez mais natural para britânico. É como se todos sons lhe fossem ingénitos e lhe corressem no sangue desde sempre.
A comprovar uma vez mais a proficiência e a versatilidade de Quantic está o novo trabalho em que apresenta uma vez mais o projecto Flowering Inferno. O novo registo chama-se Dog With a Rope e é mais um excelente exemplo da habilidade de Holland em integrar os mais diversos sons com as mais diversas proveniências numa única e coesa massa. Indo mais além que Death Of The Revolution de 2008 (leia-se menos chato), Dog With a Rope prova inequivocamente que há mais pontos em comum entre a rumba, a cumbia ou o dub (o grande King Tubby continua vivo!) que as diferenças que os separam. Por ter uma visão universal da música abdicando de fronteiras que apenas restringem o olhar, este disco já merece a mais lisonjeira vénia do melómano.
Deixamos aqui como aperitivo dois temas do alinhamento do excelente Dog With a Rope:
"Cumbia Sobre El Mar"
"Dog with a Rope"
Sob o Signo do Triângulo
· POR Paulo Cecílio · 21 Jul 2010 · 11:35 ·
A contagem decrescente já havia começado assim que se anunciou nova edição em Barcelos; agora que estamos a menos de dois dias, a altura em que o coração começa a palpitar, o corpo treme e sua, e os minutos contam-se lentamente como no 24, não há maneira de não nos sentirmos como putos em noite de Natal. A pergunta que se impõe: conseguirá a cidade que se tornou num dos grandes pólos do rock em Portugal aguentar com tanta pujança eléctrica? Vamos por partes; para além dos filhos da terra - Black Bombaim, Glockenwise ou Alto!, há ainda os reunidos Karma To Burn, Monotonix ou o heavy metal drogado dos Electric Wizard (Nuclear warheads ready to strike!). Isto para fãs da riffalhada, claro. Para os mariquinhas (brincadeira...) existe a feira tropical de El Guincho, o chillwave/hypnagogic pop/não interessa: é bom de Toro Y Moi, ou a pop balear dos Delorean, cujo recente Subiza se apresenta como um dos salvadores deste verão. Não chega? Então a isto tudo junte-se o carismático Mark E. Smith e os seus The Fall, o que só por si é razão suficiente para fugir cinco dias ao trabalho e fazer 350km para ouvir os resultados da última jornada da Premier League (sem esquecer Your Future Our Clutter, o mais recente - e fantástico - trabalho). E entre tantos nomes conhecidos, aqueles que um dia o serão: Dreams, Sizo, PAUS, Long Way To Alaska. Três dias, três palcos, trêsecinco euros. Milhões de Festões garantidos.
Hip-hop? Alienação escapista? Hype Williams
· POR Pedro Rios · 20 Jul 2010 · 23:06 ·
São um objecto musical não totalmente identificado e a piada está no aparente disparate de unir sons aparentados aos de gente como Excepter, Black Dice ou Gang Gang Dance ao hip-hop mais exibicionista. Interessados no lado mais poser do hip-hop, aquele que se orgulha de mostrar folhas de erva, e na alienação hedonista da malta de Brooklyn, os Hype Williams, trio que se divide entre Londres e Nova Iorque, estão entre nós. Amanhã tocam no Lounge, em Lisboa, sexta no Bambi, na Praia de S. Pedro de Moel, na Marinha Grande, e sábado em Barcelos, no festival Milhões de Festa.
Estratégias para uma estreia
· POR Bruno Silva · 16 Jul 2010 · 19:18 ·
Dada a escassez de registos perenes na Uk Funky, a ansiedade em torno do álbum da Katy B começa já a ganhar contornos épicos para uma estreia. Justificada, entenda-se. Num género em sentido contrário à postura diva do R'n'B ou da House norte americana, a Katy B será, a par da Princess Nyah, a vocalista mais emblemática num género pouco dado a acrobacias vocais. Tratar-se-á também do primeiro álbum vocal do género, depois de discos de produtor como Volumes 1 do Geeneus ou Rinse presents : Roska, por uma persona até agora irrepreensível em tudo aquilo que tocou. “As I” ou “Tell me What it is” são já clássicos absolutos. Dado o seu papel fulcral na identidade vocal do género e as notícias que davam o Geeneus e o Zinc como produtores principais do álbum, não deixa de ser intrigante a escolha de “Katy On a Mission” para primeiro single. Poderá até cumprir a função de manifesto de intenções, mas não deixa de soar desajustado com tudo aquilo que está para trás.
Uma outra explicação poderá residir numa tentativa de crossover entre diferentes públicos, com a produção do sobrevalorizado Benga (Afro Warrior era, acima de tudo, aborrecido) a servir de chamariz para malta do dubstep, regra geral, indiferente a movimentações mais hedonistas e/ou calorosas. Tendo em conta que a possibilidade deste plano singrar está longe de se confirmar, teria sido preferível aproveitar o reconhecimento de “Wile Out” e recorrer a “Lights On” com a Ms. Dynamite para primeiro single.
Apesar de se tratar de dubstep mid-tempo genérico, o tema não deixa de revelar algumas virtudes. Os sintetizadores são os mais interessantes vindos do Benga em muito tempo, mesmo que enredados em torno de uma batida já demasiado batida (só para o jogo de palavras foleiro), na linha dos padrões de algo como “Pleasure” ou “Go Tell Them”, mas ainda assim com alguma capacidade galvanizadora. É também revelador da versatilidade da voz da Katy B, afastando-se do gozo plácido da refix de “Goodlife”, sem com isso revelar alguma quebra de confiança, e sem encetar uma prestação épica em nada coadunante com aquilo que se lhe reconhece. Bom senso.
Bom senso esse que permeia também o vídeo. Eficiente nessa mesma procura de um efeito de chamada-resposta para a dança e cheio de cameos de thugs do grime como o Jammer. E com os necessários valores de produção para passar a mensagem. Katy está, certamente, numa missão. O meio é que desilude. Não só pela mediania do tema, como por deixar latente a ideia de que o álbum poderá recorrer a soluções dubstep de carácter formulaico, quando seria previsível algo bem mais relevante. A resposta para estas questões terá o selo da Rinse (naturalmente) e espera-se pacientemente. Por vezes, não existe mal nenhum em refrear os ânimos.
Uma outra explicação poderá residir numa tentativa de crossover entre diferentes públicos, com a produção do sobrevalorizado Benga (Afro Warrior era, acima de tudo, aborrecido) a servir de chamariz para malta do dubstep, regra geral, indiferente a movimentações mais hedonistas e/ou calorosas. Tendo em conta que a possibilidade deste plano singrar está longe de se confirmar, teria sido preferível aproveitar o reconhecimento de “Wile Out” e recorrer a “Lights On” com a Ms. Dynamite para primeiro single.
Apesar de se tratar de dubstep mid-tempo genérico, o tema não deixa de revelar algumas virtudes. Os sintetizadores são os mais interessantes vindos do Benga em muito tempo, mesmo que enredados em torno de uma batida já demasiado batida (só para o jogo de palavras foleiro), na linha dos padrões de algo como “Pleasure” ou “Go Tell Them”, mas ainda assim com alguma capacidade galvanizadora. É também revelador da versatilidade da voz da Katy B, afastando-se do gozo plácido da refix de “Goodlife”, sem com isso revelar alguma quebra de confiança, e sem encetar uma prestação épica em nada coadunante com aquilo que se lhe reconhece. Bom senso.
Bom senso esse que permeia também o vídeo. Eficiente nessa mesma procura de um efeito de chamada-resposta para a dança e cheio de cameos de thugs do grime como o Jammer. E com os necessários valores de produção para passar a mensagem. Katy está, certamente, numa missão. O meio é que desilude. Não só pela mediania do tema, como por deixar latente a ideia de que o álbum poderá recorrer a soluções dubstep de carácter formulaico, quando seria previsível algo bem mais relevante. A resposta para estas questões terá o selo da Rinse (naturalmente) e espera-se pacientemente. Por vezes, não existe mal nenhum em refrear os ânimos.
Milhões de Festa: bandas, palcos, horários, já se sabe tudo
· POR Nuno Catarino · 16 Jul 2010 · 01:07 ·
Já se sabia que a coisa ia ser em grande, tinham sido ventilados alguns nomes, a internet foi invadida por triângulos invertidos ▼ e nós até tínhamos avançado (em primeira mão) a presença de Toro Y Moi. Agora já é tudo oficial, há site novo e até já foram anunciados os detalhes, horários incluídos. Vai haver três palcos: Palco Milhões, Palco Vice e Piscina. O primeiro dia, sexta 23, fica reservado para os nomes mais pesados: Valient Thorr, Electric Wizard e Men Eater (estas guitarras todas vão testar a instalação eléctrica). No sábado há os portugueses PAUS, os enormes The Fall (Mark E. Smith ainda está vivo) e o veraneante El Guincho. No domingo, dia 25, Barcelos vai receber o rei do chillwave Toro Y Moi, os stoner americanos Karma To Burn e a dança hipnótica dos espanhóis Delorean. Estes são só alguns dos nomes mais sonantes, mas garantem desde logo brutalidades de festarola. O programa completo está ali em baixo (e também no site, claro) e recomenda-se a sua consulta atenta. Os preços parecem coisa de saldos: um dia de festa fica por 15€, três dias valem 35€. Não tenham medo, Barcelos é já ali . Está tudo no site oficial MdF: www.milhoesdefesta.com.
Chillwavers deste mundo, preparem os vossos samplers; o Bryan Ferry tem novo disco
· POR André Gomes · 15 Jul 2010 · 17:46 ·
É mesmo verdade. Bryan Ferry, o senhor Roxy Music, edita novo álbum , Olympia, a 25 de Outubro. Diz que esta é a sua estreia na editora Astralwerks. O primeiro single extraído do álbum é “You Can Dance”, tem um vídeo gravado no histórico Wilton’s Music Hall em Londres.
O álbum é como o Lux ou o Plano B num sábado à noite, cheio de estrelas: ele é Nile Rodgers, David Gilmour, Groove Armada, Scissor Sisters, Marcus Miller, Flea, Mani – ex-Stone Roses –, ele é até o Jonny Greenwood. Bryan Ferry trabalhou também com membros dos Roxy Music, tais como Brian Eno, Phil Manzanera e Andy Mackay. Esta, aliás, é a primeira vez que se juntam em álbum, desde For Your Pleasure, o clássico editado nos tempos idos de 1973.
Olympia tem oito novas canções (anda poupadinho) – e uma adaptação de “Song To The Siren” de Tim Buckley e uma versão de “No Face, No Name, No Number” dos Traffic. O disco foi produzido por Bryan Ferry and Rhett Davies. De recordar que os Roxy Music actuam já no próximo dia 22 de Julho, nos Jardins do Palácio do Marquês de Pombal, inseridos no cartaz do festival Oeiras Sounds.
Liguem os samplers a partir de... agora:
O álbum é como o Lux ou o Plano B num sábado à noite, cheio de estrelas: ele é Nile Rodgers, David Gilmour, Groove Armada, Scissor Sisters, Marcus Miller, Flea, Mani – ex-Stone Roses –, ele é até o Jonny Greenwood. Bryan Ferry trabalhou também com membros dos Roxy Music, tais como Brian Eno, Phil Manzanera e Andy Mackay. Esta, aliás, é a primeira vez que se juntam em álbum, desde For Your Pleasure, o clássico editado nos tempos idos de 1973.
Olympia tem oito novas canções (anda poupadinho) – e uma adaptação de “Song To The Siren” de Tim Buckley e uma versão de “No Face, No Name, No Number” dos Traffic. O disco foi produzido por Bryan Ferry and Rhett Davies. De recordar que os Roxy Music actuam já no próximo dia 22 de Julho, nos Jardins do Palácio do Marquês de Pombal, inseridos no cartaz do festival Oeiras Sounds.
Liguem os samplers a partir de... agora:
Pop Dell'Arte sobem ao palco do Music Box
· POR Rafael Santos · 14 Jul 2010 · 17:33 ·
Com um novo álbum (Contra Mundum) acabadinho de editar, os portugueses Pop Dell'Arte estão mais que prontos para apresentá-lo em palco. É isso que se poderá atender na 5ª feira, dia 15, pelas 23h00 no Music Box no Cais do Sodré. E mais vale tarde que nunca. Relembre-se, a bem da memória, que o último trabalho em longa duração dos Pop Dell'Arte data de 1995, tendo o projecto editado apenas um EP pelo meio (há 8 anos). Contra Mundum é definitivamente o regresso de João Peste e companhia às actividades em disco e em palco depois de um longo hiato. Para fãs, apreciadores casuais e curiosos esta é uma oportunidade de ouro de ver renascido um dos mais interessantes projectos de música pop alternativa criados no Portugal dos anos 1980.
O universo Cosmogramma revela novas imagens
· POR Rafael Santos · 14 Jul 2010 · 15:45 ·
É difícil resistir à tentação de voltar ao caos organizado de Cosmogramma, o mais recente trabalho de Flying Lotus. Tanto que é irresistível que não poderíamos deixar de compartilhar com os nossos mais fieis leitores o mais recente vídeo. Sim, estamos a sabujar a malta que por aqui passa com regularidade. Mas independentemente disso, o belíssimo "MmmHmm" (com participação de Thundercat) é mesmo o último tema de Cosmogramma a ganhar vida no ecrã. O novo vídeo é da responsabilidade de Special Problems e, como é do último álbum de originais de Steven Ellison que falamos, vale mesmo a pena dar uma vista de olhos.
Fim-de-semana de hedonismo eclético à beira-mar
· POR Gustavo Sampaio · 14 Jul 2010 · 15:44 ·
Dos consagrados Prince e Pet Shop Boys aos emergentes Hot Chip e Vampire Weekend, passando pelas que prometem ser as grandes revelações do próximo fim-de-semana no Meco, a saber (e anotar no Moleskine), Beach House, St. Vincent, Grizzly Bear, Sharon Jones & The Dap Kings, entre outros, anseia-se por muita diversão e demais contemplação (da música e do cenário natural envolvente) na edição de 2010 de um Festival Super Bock Super Rock que, qual nómada camaleónico, volta a ser completamente reconfigurado, ora, como tal, não correndo, de todo, o risco de se repetir, tanto na forma como no conteúdo.
Percebe-se a estratégia comercial da coisa: cativar os mais saudosos do antigo Festival Hype@Meco, paraíso perdido das vanguardas electrónicas urbanas transpostas para um idílico e verdejante beira-mar, e fundi-los com as novas tribos indie que costumam deambular pelas Avenidas Novas de Lisboa numa busca incessante por novos segredos melódicos, em stock, para (não) partilhar, ao que se acrescem os quarentões em crise de identidade que aproveitam para passear o Porsche (cuidado com a pintura!) ao som das últimas compilações dos (velhinhos) consagrados em permanente destaque numa qualquer FNAC com ar condicionado. Talvez se juntem todos a dançar, ao nascer do sol, na recta final do set de Ricardo Villalobos, o berlinense chileno, ou vice-versa, para uma epifania de impura sensualidade rítmica e tribal. Há que ir exercitando as ancas...
O novo EP de B Fachada, Há Festa na Moradia, já está disponível para download gratuito e promete alegrar o verão
· POR Miguel Arsénio · 13 Jul 2010 · 16:55 ·
Há Festa na Moradia, o prometido novo EP de B Fachada, já pode ser “sacado” legalmente através deste link. São sete canções inéditas que recuperam a ginga de rua de “Kit de Prestidigitação”, a ponta solta do último álbum, como ponte para o ambiente de festa paroquial que se verifica nestes ritmos assumidamente populares e nos refrães prontos a ir de boca em boca. É tudo B Fachada de primeira apanha. O EP marca também o regresso da fixação pelo meio independente de Lisboa (confirma-se: “Memórias de Paco Forcado vol.1” é quase a sequela não-oficial de “Lá na Selva”). Não faltará então alimento para futuras tertúlias sobre B Fachada, o músico e o homem (as duas partes que contrastam em “Quem quer casar com B Fachada”). Além dos sete temas em mp3, o ficheiro ZIP traz também a capa (bonito padrão de azulejos) e a contra-capa, que inclui as letras. Há Festa na Moradia terá edição limitada de 500 unidades em vinil amarelo-canário. O disco será colocado à venda em Agosto, mas, até lá, a Mbari já aceita reservas através do e-mail mbarimusica@mbarimusica.com. Deve esgotar depressa, não só porque B Fachada é um dos mais admirados escritores de canções desta nova turma, mas também porque haverá sempre quem compre o disco para rituais de vudu na mata de Leiria e outras encruzilhadas refundidas.
Memórias truncadas de Paco Forcado:
Novo Daft Punk em Novembro?
· POR Rafael Santos · 13 Jul 2010 · 11:41 ·
Não parece ser surpresa para ninguém que o duo francês será responsável pela banda sonora da nova versão de Tron. O que agora se fica a saber pelo NME, que por sua vez tirou conclusões de uma discreta info no Amazon americano, é que os Daft Punk irão, em princípio, editar o novo trabalho em Novembro próximo, sensivelmente um mês antes da estreia do filme Tron: Legacy. Verdade ou boato, o tempo dirá.
The Strange Boys chegam-se à frente no Musicbox
· POR Miguel Arsénio · 12 Jul 2010 · 22:19 ·
Na última passagem dos Strange Boys por Lisboa, em vésperas de uma actuação no Festival Paredes de Coura de 2009, a noite terminou com um sorriso parvo chapado na cara de quem mal se tinha aguentado sobre a sela do cavalo, durante uma hora de rock feito de riffs disparados para o ar e uma “pica” que pertence apenas aos que nunca envelhecem. Os Strange Boys ganharam a noite do Lounge e uns quantos rendidos, certamente. Quase um ano depois, a coboiada à moda do Texas volta a acontecer em Lisboa tendo como pretexto o mais recente álbum Be Brave. A borrasca terá lugar no Musicbox, situado numa zona do Cais do Sodré particularmente célebre pelo seu cheiro a mijo (o que até é adequado numa noite de puro rock), no serão de 14 de Julho (quarta-feira). Acerca dos Strange Boys fica sempre bem referir também que gravam actualmente pela In The Red, a casa norte-americana que muito tem feito por manter aceso o facho do rock com bandas bem capazes de deixar leite na cuequinha como é o caso dos Oh Sees ou dos Black Lips.
Fat Freddy's Drop: novo disco ao vivo em Setembro
· POR Rafael Santos · 12 Jul 2010 · 12:32 ·
Editado em 2001, Live at the Matterhorn foi o primeiro trabalho a demonstrar de forma inequívoca a excelente dinâmica live do colectivo de Wellington e a forma singular no cruzamento das coordenadas do raggae, da soul, do blues, do dub ou da electrónica. Foi também, e na verdade, a primeira edição em formato longa duração com a deliciosa designação com que os conhecemos actualmente. Agora, e nove anos volvidos sobre o primeiro disco ao vivo, os neozelandeses Fat Freddys Drop regressam aos registos live num álbum que não deverá fugir muito aos moldes de jam band a que nos habituaram. O novo registo ao vivo, a ser editado no próximo mês de Setembro, chama-se Live at the Roundhouse e, como é natural nestas coisas, as escolhas para o alinhamento recaíram nos temas do último trabalho de originais que o grupo de Dallas Tamaira editou há um ano atrás, o excelente Dr Boondigga and the Big BW.
Fica para olhar e escutar um excelente exemplo do que poderemos ouvir em Live at the Roundhouse. Esta é a versão ao vivo de "The Camel":
Bill Orcutt abre novos caminhos para a guitarra hoje e amanhã, no Porto e em Lisboa
· POR Pedro Rios · 09 Jul 2010 · 00:24 ·
Esqueçam tudo o que associavam à guitarra acústica. Nas mãos de Bill Orcutt, o instrumento é levado para territórios desconhecidos (as Guitar Excursions Into The Unknown de Fahey, mas de uma forma sua e não reverente a nenhum mestre). Territórios que bebem da bruteza rock dos Harry Pussy, instituição que influenciou meio mundo do rock underground contemporâneo nos quais Orcutt militou, dos blues mais partidos e anti-forma e da improvisação sem idioma de Bailey - é ouvir o espantoso A New Way To Pay Old Debts, lançado no ano passado. Gravou o disco num apartamento (ouvem-se os carros a passar) com meios de gravação rudimentares e uma guitarra dos tempos de infância, a que retirou duas cordas
Tudo isto para dizer que Orcutt actua hoje na Culturgest do Porto e amanhã no Museu do Chiado, em Lisboa. E que vale a pena parar as coisas miúdas do dia-a-dia e ir ouvi-lo.
Tudo isto para dizer que Orcutt actua hoje na Culturgest do Porto e amanhã no Museu do Chiado, em Lisboa. E que vale a pena parar as coisas miúdas do dia-a-dia e ir ouvi-lo.
Röyksopp e Tricky na despedida do Verão que agora começa
· POR Rafael Santos · 06 Jul 2010 · 19:27 ·
Mal está a começar a época-tonta (estival e "festivaleira") em que a crise não é convidada para o mesmo saco de viagem onde convivem as t-shirts e os chinelos, vão sendo já anunciadas novas edições para a reentré. Falamos, pois, do tal mês de Setembro, o tal período em que batemos com a tola no Outono e nos relembramos que as chatices da vida afinal têm uma continuação. E o que temos para já agendado para esse belo mês em que os dias começam a encolher? Dois regressos: dos Röyksopp e de Tricky.
Os noruegueses Röyksopp têm a data de regresso marcado para o dia 13 do mês nove. Depois de terem parido um Junior no ano passado, vez agora de darem à luz um Senior. Gravado em simultâneo com o registo pop de 2009 (mais voltado para as pistas de dança), este novo disco será totalmente instrumental procurando explorar ambientes mais introspectivos e melancólicos, algo meio desaparecido da música de Torbjørn Brundtland e Svein Berge desde os dias do belíssimo álbum de estreia, Melody A.M. (2001).
Noutro quadrante sonoro, Tricky – esse veterano do velho trip-hop que iniciou-se nos Wild Bunch e que militou com os Massive Attack até ao surgimento das diferenças criativas – também está de volta com uma novo disco. Sucessor directo de Knowle West Boy de 2008, Mixed Race é o nono álbum de originais de tricky kid desde que se estreou a solo em 1995 com o emblemático Maxinquaye. Este novo registo, com data prevista para 27 de Setembro, contará com as colaborações de Terry Lynn, Bobby Gillespie (dos Primal Scream) e do irmão Marlon Thaws. A edição será, uma vez mais, da responsabilidade da Domino.
Estes são os primeiros sons do novo álbum; o single de apresentação chama-se "Murder Weapon" e já é possível escutá-lo:
Miguel Azguime leva biodiversidade ao São Luiz
· POR Nuno Catarino · 01 Jul 2010 · 10:40 ·
O versátil Miguel Azguime - compositor, poeta, percussionista, co-fundador do Miso Ensemble, figura de proa da música contemporânea nacional - vai apresentar um novo espectáculo no Teatro São Luiz, em Lisboa, no próximo dia 3 de Julho. Entitulado "(Ths)inking Survival Kit", o espectáculo é uma encomenda do City of London Festival, em co-produção com a EGEAC. O espectáculo baseia-se em textos de sete autores, entre eles Luís de Camões, Fernando Pessoa e William Shakespeare, e aborda de uma forma muito original a música contemporânea, criando uma relação directa com o tema da biodiversidade, nomeadamente as questões que hoje se instalaram relativamente às alterações climáticas, através de projecções vídeo que vão estar presentes ao longo do espectáculo. A execução musical será da responsabilidade do Sond’Ar-te Electric Ensemble e dos solistas Frances M. Lynch e Pedro Carneiro (sempre em alta), sob direcção de Jean-Sébastien Béreau. Este espectáculo está integrado nas Festas de Lisboa 2010 e vai ser apresentado no bonito Jardim de Inverno.
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