DISCOS
Peter Wright
Desolation Beauty Violence
· 26 Set 2006 · 08:00 ·
Peter Wright
Desolation Beauty Violence
2005
Ikuisuus
Sítios oficiais:
- Ikuisuus
Desolation Beauty Violence
2005
Ikuisuus
Sítios oficiais:
- Ikuisuus
Peter Wright
Desolation Beauty Violence
2005
Ikuisuus
Sítios oficiais:
- Ikuisuus
Desolation Beauty Violence
2005
Ikuisuus
Sítios oficiais:
- Ikuisuus
Peter Wright. Stop. Arquitecto musical de paisagens. Stop. Nuvens, montanhas, nevoeiro. Stop.
A Nova Zelândia é, pela sua posição na Terra, dada a um certo isolamento que deixará, com certeza, as suas marcas. O nosso convidado de hoje nasceu lá. E apesar de residir actualmente em Londres, Peter Wright parece não ter esquecido aquilo que os seus olhos viram no país onde nasceu. Mas Peter Wright não é nenhum novato nem nada que se pareça. Passou a ultima década a produzir discos de edição limitada de paisagens utilizando uma guitarra e, aparentemente, as suas memórias. Desolation Beauty Violence, primeiro editado em CD-R na Foxglove e depois em edição ‘normal’ pela Ikuisuus, surge como o terceiro disco propriamente dito do neozelandês, um disco onde se percebe instantaneamente que os dez anos que passou a explorar música (e a editar, essencialmente em CD-R) não foram em vão.
O que surpreende antes de mais nas composições paisagísticas de Peter Wright é o incomensurável controlo que estas possuem. Não há escapismos fáceis, nem faixas de segurança. A massa de som é fina mas continuamente suspensa, inquebrável. Atente-se a frieza e calma com que concebe “Above Lewis Pass”, gélido panorama que escolhe uma variação para a repetir durante a maior parte da construção. Note-se como em “Adrift At 30,000 Ft” consegue reproduzir uma espécie de nevão lá bem no alto, com várias fases de diferentes de intensidade, mas com uma beleza controlada a todos os tempos. Pela minúcia diríamos que Peter Wright é um control freak. Um saudável control freak,
Atiram tudo para cima de Peter Wright. Ambient, pós-rock, free-folk, noise, drone. E na verdade, mais uns do que outros (a primeira e a última), todas as classificações parecem fazer sentido. A guitarra propositadamente desamparada de “Like Clockwork” parece querer levar Desolation Beauty Violence para outro caminho distinto por momentos, o que não acontece no próximo tema (“Kashmir”, mais um longo drone, com tonalidades distintas das dos dois primeiros temas), mas acaba por acontecer de certa forma em “Point Blank”, onde a guitarra acústica assume papel principal, com fundo sonoro propicio para tal.
Mas a mudança de ares dura pouco tempo e os últimos três temas voltam a recorrer ao drone e a ambiências etéreas. Na belíssima “Leaving Town” os dois elementos (o drone a guitarra acústica), unem-se de uma forma quase inédita neste disco e o resultado é recompensador. Indutora de fantasia, “Leaving Town” é um tema que acaba por resumir as intenções de Peter Wright neste disco: a construção de paisagens sonhadoras com ajuda de field recordings e ocasionais presenças de uma guitarra. A escolha de um exemplar de 12 cordas é, como se pode escutar em Desolation Beauty Violence, uma escolha feliz. Como, aliás, quase todas aquelas feitas neste disco.
André GomesO que surpreende antes de mais nas composições paisagísticas de Peter Wright é o incomensurável controlo que estas possuem. Não há escapismos fáceis, nem faixas de segurança. A massa de som é fina mas continuamente suspensa, inquebrável. Atente-se a frieza e calma com que concebe “Above Lewis Pass”, gélido panorama que escolhe uma variação para a repetir durante a maior parte da construção. Note-se como em “Adrift At 30,000 Ft” consegue reproduzir uma espécie de nevão lá bem no alto, com várias fases de diferentes de intensidade, mas com uma beleza controlada a todos os tempos. Pela minúcia diríamos que Peter Wright é um control freak. Um saudável control freak,
Atiram tudo para cima de Peter Wright. Ambient, pós-rock, free-folk, noise, drone. E na verdade, mais uns do que outros (a primeira e a última), todas as classificações parecem fazer sentido. A guitarra propositadamente desamparada de “Like Clockwork” parece querer levar Desolation Beauty Violence para outro caminho distinto por momentos, o que não acontece no próximo tema (“Kashmir”, mais um longo drone, com tonalidades distintas das dos dois primeiros temas), mas acaba por acontecer de certa forma em “Point Blank”, onde a guitarra acústica assume papel principal, com fundo sonoro propicio para tal.
Mas a mudança de ares dura pouco tempo e os últimos três temas voltam a recorrer ao drone e a ambiências etéreas. Na belíssima “Leaving Town” os dois elementos (o drone a guitarra acústica), unem-se de uma forma quase inédita neste disco e o resultado é recompensador. Indutora de fantasia, “Leaving Town” é um tema que acaba por resumir as intenções de Peter Wright neste disco: a construção de paisagens sonhadoras com ajuda de field recordings e ocasionais presenças de uma guitarra. A escolha de um exemplar de 12 cordas é, como se pode escutar em Desolation Beauty Violence, uma escolha feliz. Como, aliás, quase todas aquelas feitas neste disco.
andregomes@bodyspace.net
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