DISCOS
The Album Leaf
A Safe Place
· 07 Jul 2004 · 08:00 ·
The Album Leaf
A Safe Place
2004
Sub Pop
Sítios oficiais:
- The Album Leaf
- Sub Pop
A Safe Place
2004
Sub Pop
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- The Album Leaf
- Sub Pop
The Album Leaf
A Safe Place
2004
Sub Pop
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- The Album Leaf
- Sub Pop
A Safe Place
2004
Sub Pop
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- The Album Leaf
- Sub Pop
Nos últimos anos, naquilo que parece ser quase um truque de magia, a Islândia tornou-se numa fonte de inspiração para muito boa gente. Das terras gélidas para todo o mundo, surgiram os Sigur Rós, os Múm, os Gus Gus, os Leaves, Mugison, e sabe-se lá mais o quê. E já diz o ditado: “Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé”. Para o seu novo disco, Jimmy LaValle assumiu pela terceira vez o epíteto Album Leaf, aceitou finalmente o convite que lhe havia sido feito e viajou para a Islândia na procura da tal inspiração mágica. A Safe Place, que marca a estreia do projecto de Jimmy LaValle na Sub Pop, foi gravado num estúdio onde os Sigur Rós e os Múm já trabalharam, por entre as paisagens árcticas da Islândia.
Depois do álbum de estreia, An Orchestrated Rise to Fall, de 1999, One Day I'll Be on Time, de 2001, e a digressão com os Sigur Rós colocaram Jimmy LaValle num patamar mais elevado. E é precisamente a influência dos Sigur Rós que, directamente ou de forma menos implícita, mais se nota em A Safe Place. O tempo que Jimmy LaValle passou com os autores de Agaetis Byrjun fizeram-no olhar para a música e interpretá-la de uma forma mais directa e profunda do que, por exemplo, em One Day I'll Be on Time. Além disso, Jónsi, Kjarri e Orri, membros dos Sigur Rós, contribuíram com vozes e vários instrumentos em algumas faixas deste disco. Logo na primeira faixa, “Window”, as semelhanças com as ambiências de (), o último registo dos Sigur Rós, são óbvias e instantâneas: paisagens rarefeitas, o cheiro a terra molhada num tema delicado e adornado por pormenores que lhe conferem uma condição etérea - as Amina, a secção de cordas dos Sigur Rós, marcam também presença neste disco. “Window” é a passagem de testemunho para “Thule”, outro instrumental que começa com a percussão e que depois continua com teclados quentes e suaves. “On Your Way” introduz uma novidade na música de Jimmy LaValle: a utilização da voz, que ele mesmo trata de emprestar.
“The Outer Banks”, curiosamente, conta com a participação de Gyda Valtysdottir, que outrora fez parte dos Múm, e que aqui empresta os seus dotes no violoncelo. Curiosamente porque neste tema, as batidas intrincadas e as paisagens frágeis remetem exactamente para a sonoridade dos Múm. Como quase sempre, os teclados de Jimmy LaValle concedem elegância de formas e encanto à sua própria música; estes, em conjunto com as já referidas batidas, o violoncelo, e a guitarra criam uma espécie de clímax emocional, naquela que é a canção mais viva e jubilosa de todas. “Over The Pond” conta com a voz de Jon Thor Birgisson, a voz dos Sigur Rós e com o seu afamado dialecto Hopelandic. Aqui, constroem-se atmosferas invernosas, onde se juntam gaivotas, xilofones, e o frio. Muito frio. Outras das participações especiais de A Safe Place é a voz de Pall Jenkins dos Black Heart Procession que em “Eastern Glow” diz: “Try to find / Maybe this time / Don’t turn your head / It’s easy to forgive”.
O Verão está aí a chegar e este pode muito bem ser o álbum perfeito para quem ainda não quer deixar o Inverno definitivamente. A Safe Place reúne algumas das mais belas faixas instrumentais editadas ultimamente e marca claramente uma evolução na sonoridade do projecto de Jimmy LaValle. Evolução essa que tem em “Moss Mountain Town”, o longo tema que encerra o disco, um resumo esclarecedor: a grandeza das canções de Jimmy LaValle ameaça conquistar muitas almas desprevenidas.
André GomesDepois do álbum de estreia, An Orchestrated Rise to Fall, de 1999, One Day I'll Be on Time, de 2001, e a digressão com os Sigur Rós colocaram Jimmy LaValle num patamar mais elevado. E é precisamente a influência dos Sigur Rós que, directamente ou de forma menos implícita, mais se nota em A Safe Place. O tempo que Jimmy LaValle passou com os autores de Agaetis Byrjun fizeram-no olhar para a música e interpretá-la de uma forma mais directa e profunda do que, por exemplo, em One Day I'll Be on Time. Além disso, Jónsi, Kjarri e Orri, membros dos Sigur Rós, contribuíram com vozes e vários instrumentos em algumas faixas deste disco. Logo na primeira faixa, “Window”, as semelhanças com as ambiências de (), o último registo dos Sigur Rós, são óbvias e instantâneas: paisagens rarefeitas, o cheiro a terra molhada num tema delicado e adornado por pormenores que lhe conferem uma condição etérea - as Amina, a secção de cordas dos Sigur Rós, marcam também presença neste disco. “Window” é a passagem de testemunho para “Thule”, outro instrumental que começa com a percussão e que depois continua com teclados quentes e suaves. “On Your Way” introduz uma novidade na música de Jimmy LaValle: a utilização da voz, que ele mesmo trata de emprestar.
“The Outer Banks”, curiosamente, conta com a participação de Gyda Valtysdottir, que outrora fez parte dos Múm, e que aqui empresta os seus dotes no violoncelo. Curiosamente porque neste tema, as batidas intrincadas e as paisagens frágeis remetem exactamente para a sonoridade dos Múm. Como quase sempre, os teclados de Jimmy LaValle concedem elegância de formas e encanto à sua própria música; estes, em conjunto com as já referidas batidas, o violoncelo, e a guitarra criam uma espécie de clímax emocional, naquela que é a canção mais viva e jubilosa de todas. “Over The Pond” conta com a voz de Jon Thor Birgisson, a voz dos Sigur Rós e com o seu afamado dialecto Hopelandic. Aqui, constroem-se atmosferas invernosas, onde se juntam gaivotas, xilofones, e o frio. Muito frio. Outras das participações especiais de A Safe Place é a voz de Pall Jenkins dos Black Heart Procession que em “Eastern Glow” diz: “Try to find / Maybe this time / Don’t turn your head / It’s easy to forgive”.
O Verão está aí a chegar e este pode muito bem ser o álbum perfeito para quem ainda não quer deixar o Inverno definitivamente. A Safe Place reúne algumas das mais belas faixas instrumentais editadas ultimamente e marca claramente uma evolução na sonoridade do projecto de Jimmy LaValle. Evolução essa que tem em “Moss Mountain Town”, o longo tema que encerra o disco, um resumo esclarecedor: a grandeza das canções de Jimmy LaValle ameaça conquistar muitas almas desprevenidas.
andregomes@bodyspace.net
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