DISCOS
Duke Ellington & His Orchestra
The Conny Plank Session
· 24 Set 2015 · 11:30 ·
Duke Ellington & His Orchestra
The Conny Plank Session
2015
Grönland
Sítios oficiais:
- Grönland
The Conny Plank Session
2015
Grönland
Sítios oficiais:
- Grönland
Duke Ellington & His Orchestra
The Conny Plank Session
2015
Grönland
Sítios oficiais:
- Grönland
The Conny Plank Session
2015
Grönland
Sítios oficiais:
- Grönland
Encontro para a história.
Ainda que em géneros distintos, Duke Ellington e Conny Plank são dois nomes incontornáveis no mapa musical do século XX. A vontade de experimentar e inovar e, acima de tudo, de quebrar convenções, são traços comuns de dois caminhos distintos e que julgávamos impossíveis de cruzar. Mas cruzaram-se e esta The Conny Plank Session, recém recuperada pela discográfica Grönland, é um verdadeiro testemunho de um momento tão histórico quanto inesperado.
A origem do encontro entre ambos está envolta em algum mistério e as opiniões quanto ao mesmo dividem-se. Sabe-se que a gravação foi feita entre Abril e Julho de 1970, em Colónia. Ellington estava de passagem pela Alemanha com a sua orquestra e precisava de um lugar para ensaiar. Plank, que um ano antes trabalhara com Alexander von Schlippenbach no álbum The Living Music, terá oferecido o seu estúdio ao maestro, embora haja quem diga que foi Ellington que escolheu o alemão para engenheiro de som da sua banda - e bom, o resto é história.
Na altura com 71 anos, Ellington corria mundo a apresentar “hits” e standards com alguma previsibilidade. Contudo, o seu trabalho de estúdio – onde se incluem estes seis takes registados em Colónia - revela uma saudável irrequietude musical. Duke e a sua orquestra começam por percorrer três versões de “Alerado”, que arranca vibrante e solto para chegar ao terceiro take em tempos mais lentos, mas com construções e solos mais precisos. “Afrique”, por seu lado, é um zénite da criatividade de Ellington, cada vez mais preocupado em integrar sons do mundo na sua música – algo que aconteceu em definitivo com The Afro-Eurasian Eclipse, lançado em 1971. Seja nos dois takes instrumentais, onde a cascata de sopros e a percussão ribombante ditam o caminho, seja no terceiro e espantoso terceiro take, onde a voz e o órgão se unem para criar um tema arrebatador.
Ainda que não seja um encontro definitivo para as carreiras de ambos – Ellington gravou vários discos antes de falecer quatro anos depois e Plank tornou-se num dos mais importantes produtores europeus -, The Conny Plank Session deita alguma luz sobre o início do trabalho lendário de Conny Plank. No mesmo sentido, ilustra bem como Ellington se soube manter longe do ocaso, procurando constantemente inovar tanto em palco como fora dele.
António M. SilvaA origem do encontro entre ambos está envolta em algum mistério e as opiniões quanto ao mesmo dividem-se. Sabe-se que a gravação foi feita entre Abril e Julho de 1970, em Colónia. Ellington estava de passagem pela Alemanha com a sua orquestra e precisava de um lugar para ensaiar. Plank, que um ano antes trabalhara com Alexander von Schlippenbach no álbum The Living Music, terá oferecido o seu estúdio ao maestro, embora haja quem diga que foi Ellington que escolheu o alemão para engenheiro de som da sua banda - e bom, o resto é história.
Na altura com 71 anos, Ellington corria mundo a apresentar “hits” e standards com alguma previsibilidade. Contudo, o seu trabalho de estúdio – onde se incluem estes seis takes registados em Colónia - revela uma saudável irrequietude musical. Duke e a sua orquestra começam por percorrer três versões de “Alerado”, que arranca vibrante e solto para chegar ao terceiro take em tempos mais lentos, mas com construções e solos mais precisos. “Afrique”, por seu lado, é um zénite da criatividade de Ellington, cada vez mais preocupado em integrar sons do mundo na sua música – algo que aconteceu em definitivo com The Afro-Eurasian Eclipse, lançado em 1971. Seja nos dois takes instrumentais, onde a cascata de sopros e a percussão ribombante ditam o caminho, seja no terceiro e espantoso terceiro take, onde a voz e o órgão se unem para criar um tema arrebatador.
Ainda que não seja um encontro definitivo para as carreiras de ambos – Ellington gravou vários discos antes de falecer quatro anos depois e Plank tornou-se num dos mais importantes produtores europeus -, The Conny Plank Session deita alguma luz sobre o início do trabalho lendário de Conny Plank. No mesmo sentido, ilustra bem como Ellington se soube manter longe do ocaso, procurando constantemente inovar tanto em palco como fora dele.
ant.matos.silva@gmail.com
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