DISCOS
Psychedelic Horseshit
Laced
· 05 Dez 2011 · 18:29 ·
Psychedelic Horseshit
Laced
2011
FatCat Records / Flur


Sítios oficiais:
- Psychedelic Horseshit
- FatCat Records
- Flur
Psychedelic Horseshit
Laced
2011
FatCat Records / Flur


Sítios oficiais:
- Psychedelic Horseshit
- FatCat Records
- Flur
O nome pedia que fosse uma das merdas mais psicadélicas que alguma vez se ouviu mas não, é só uma merda fixe.
“Shit” é algo muito acarinhado por bandas do Ohio, nos Estados Unidos, origem deste projecto cujo líder, Matt Horse... adivinhem... shit, sim Matt Horseshit que se auto-intitula o criador do género “Shitgazer”. Lá muitas merdas devem tomar estes obreiros de um dos discos mais fora do ano. Psicadélico sim senhor, numa onda lo-fi de jams curtas mais aproximada de Royal Trux de noventas do que outra coisa. É um “feel” que nos acompanha pelo disco fora, contudo, para complicar e de boa maneira, à electricidade dos RT misturam doses lisérgicas de humor melódico a la Fugs ou The Holy Modal Rounders (contudo sem a genialidade das letras). Pelo meio do caldeirão algumas pimentas percussivas tão queridas ao selo Fat Cat.

Tudo isto misturado dá às 11 faixas um sentido de jam perdida algures numa floresta nas traseiras de um concerto dos Animal Collective que acabou há horas. Tipo anti-festa para resistentes, yeah preferimos Black Dice ou Excepter dude-party, assim há uns 8 anos. O tema que melhor incorpora a merda que acabei de escrever é sem dúvida o grande “I Hate The Beach”, hino à estragação desmesurada sem restrições de tempo. Coincidência ou não, é a faixa mais longa, são sete minutos e qualquer coisa que nos valha.

Mas há mais que nos valha por aqui. Se formos cronológicos na apreciação, já antes os belíssimos “Time Of Day”, “French Countryside” ou o profundamente Royal Tróxico “Laced” tinham despertado a atenção e ganho o direito à repetição. “Revolution Waters” traz também uma propulsão digital a meio do tema, provocando o careta na audição com teclados extasiados que nos guiam entre VHS gravadas em LP consumidas por “fast forwards” de pouca qualidade. E soa maravilhosa, se calhar melhor ainda do que “I Hate The Beach”. Como eles diriam: “No shit”. Depois há um “chillwave” que não arranca em “Automatic Writing”, para acabar em balada de grande pedalada, xamânica com “Making Out”. Agora a parte do elogio resumido: bem, por este disco não era capaz de enfiar a cara numa bosta de cavalo por mais efeito psicadélico que tenha mas enfim, também não era capaz por nenhum outro. E lá estou a ouvir “Revolution Waters” uma quinta ou sexta vez.
Nuno Leal
nunleal@gmail.com

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