DISCOS
The Brixton Academy
L.O.T. EP
· 30 Nov 2010 · 10:14 ·
The Brixton Academy
L.O.T. EP
2010
Love Action / AWDR/LR2
Sítios oficiais:
- The Brixton Academy
- AWDR/LR2
L.O.T. EP
2010
Love Action / AWDR/LR2
Sítios oficiais:
- The Brixton Academy
- AWDR/LR2
The Brixton Academy
L.O.T. EP
2010
Love Action / AWDR/LR2
Sítios oficiais:
- The Brixton Academy
- AWDR/LR2
L.O.T. EP
2010
Love Action / AWDR/LR2
Sítios oficiais:
- The Brixton Academy
- AWDR/LR2
Para quem não acreditava que o Sapo Cocas podia também ter uma banda influenciada pelos New Order.
Quando já não havia mais por onde chular a herança musical dos Joy Division, os morcegos não foram muito longe e fincaram os dentes nos New Order. Sem nunca descolar do apetecível cunho brit de ambas as bandas, o rock mais desnutrido passou a procurar a salvação num ideal pop assente em sintetizadores, canções de “boy meets girl” e melodias dilatadas para dançar enquanto se faz tarde. Não é fácil resistir ao modelo servido pelo incrível single “Tempation”, em 1982, mas os New Order também não devem ser culpados pela praga que por aí se alastra e que agora contamina também os japoneses The Brixton Academy (nome à espera de um processo em tribunal). Aliás, o pastiche é de tal modo descarado nos Brixton Academy que até apetece acarinhá-los por serem tão “trengos” e ingénuos neste roubo.
Promovido com alguma pompa no Japão, onde merece o obi-strip de luxo, L.O.T. é o duplo EP (formato raro!) que complementa o igualmente horrível álbum lançado este ano com o enganoso título de Vivid. O primeiro disco é então preenchido com três temas que podiam ou não pertencer ao tal longa-duração. É difícil entender o padrão de qualidade neste emaranhado aborrecido de synth pop e electro. O segundo disco, por sua vez, parte de uma ideia que poderia ser bombástica noutras mãos: reunir amigos e bebida num estúdio e gravar uma sessão inebriada por esses ingredientes (a Karen O diria been there, done that). Logo no início da Saturday Knight Session, o quarteto atira-se a “Boys don’t cry”, dos Cure, e ficamos a saber o nome de outra referência destes rapazes. Os fãs dos TBA ganham trinta minutos de desbunda; os cépticos divertem-se com as ratoeiras da dicção japonesa estampadas em versos como Boys and gulls ale leady fol the lomance. Igualmente divertido é ver os Brixton Academy a imitar o vídeo (e o fio condutor) de "My Girls", de Animal Collective, no seu próprio "So Shy". As semelhanças ficam hilariantes a partir dos 1:24.
Mas o tópico é o EP e o EP é muito pobre. No modo como canta, o vocalista lembra por vezes o Sapo Cocas, o que leva a que uma das poucas recompensas do EP seja imaginar que as suas canções são afinal odes dedicadas à Miss Piggy. O coração do Cocas encolhe em “Friday Knight” e a indiferença na Miss Piggy deve ser proporcional ao bocejo provocado por este enésimo repisar da uva New Order. Com isto, até já gosto mais um bocadinho dos Hot Chip.
Miguel ArsénioPromovido com alguma pompa no Japão, onde merece o obi-strip de luxo, L.O.T. é o duplo EP (formato raro!) que complementa o igualmente horrível álbum lançado este ano com o enganoso título de Vivid. O primeiro disco é então preenchido com três temas que podiam ou não pertencer ao tal longa-duração. É difícil entender o padrão de qualidade neste emaranhado aborrecido de synth pop e electro. O segundo disco, por sua vez, parte de uma ideia que poderia ser bombástica noutras mãos: reunir amigos e bebida num estúdio e gravar uma sessão inebriada por esses ingredientes (a Karen O diria been there, done that). Logo no início da Saturday Knight Session, o quarteto atira-se a “Boys don’t cry”, dos Cure, e ficamos a saber o nome de outra referência destes rapazes. Os fãs dos TBA ganham trinta minutos de desbunda; os cépticos divertem-se com as ratoeiras da dicção japonesa estampadas em versos como Boys and gulls ale leady fol the lomance. Igualmente divertido é ver os Brixton Academy a imitar o vídeo (e o fio condutor) de "My Girls", de Animal Collective, no seu próprio "So Shy". As semelhanças ficam hilariantes a partir dos 1:24.
Mas o tópico é o EP e o EP é muito pobre. No modo como canta, o vocalista lembra por vezes o Sapo Cocas, o que leva a que uma das poucas recompensas do EP seja imaginar que as suas canções são afinal odes dedicadas à Miss Piggy. O coração do Cocas encolhe em “Friday Knight” e a indiferença na Miss Piggy deve ser proporcional ao bocejo provocado por este enésimo repisar da uva New Order. Com isto, até já gosto mais um bocadinho dos Hot Chip.
migarsenio@yahoo.com
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