DISCOS
Lanu
This My Home
· 12 Jun 2007 · 08:00 ·

Lanu
This My Home
2007
Tru Thought
Sítios oficiais:
- Tru Thought
This My Home
2007
Tru Thought
Sítios oficiais:
- Tru Thought

Lanu
This My Home
2007
Tru Thought
Sítios oficiais:
- Tru Thought
This My Home
2007
Tru Thought
Sítios oficiais:
- Tru Thought
Mother Earth perdoará todos os defeitos no jardim de Lanu onde tanto descobrimos o perfume da rosa como o seu pequeno espinho.
Eis a prova evidente que o brokenbeat não é uma exclusividade do oeste londrino. Não que This Is My Home seja um álbum pleno de ritmos quebrados e funk delirante, mas os que fazem parte do alinhamento serão mesmo os mais interessantes e pertinentes. Lanu, com origem na Nova Zelândia e actualmente a residir na Austrália, é Lance Ferguson, produtor hábil que reparte o seu tempo entre este projecto a solo e o colectivo The Bamboos. Criativo a tempo inteiro e um multi-instrumentalista é, à semelhança do seu conterrâneo Mark De Clive Lowe, um talento na forma como faz convergir numa massa sonora única diversas tipologias e espíritos.
Não terá sido o primeiro a chegar nem será o último a explorar estes ambientes. Mas muito à semelhança das metodologias de trabalho de senhores como Quantic ou os Jazzanova, Lanu é um produtor competente que revela conhecimento nas técnicas de produção e sabedoria cultural no que à matriz sonora afro-americana diz respeito. Talvez por isso as comparações ao colectivo de Berlim e a Will Holand não sejam um disparate completo. Não que haja um aproveitamento descarado dos paradigmas, mas a marca de autor de Lanu dilui-se por vezes por entre outras referências apagando-se o efeito de novidade que muito raramente consegue impor.
Lanu é competente. Que não haja dúvidas. Quem ouve “Mother Earth” não poderá deixar de acreditar que é uma das canções do ano, inteligentemente erguida por entre o brokenbeat menos austero, a soul ecologicamente apelativa e o afro-beat com cheiro a terra húmida. Outros temas seguir-se-ão. Por entre referências funk, soul, hip-hop, samba e house, vai erguendo-se um registo que procura na essência da alma um estado de espírito introspectivo mas simultaneamente festivo.
Eloquentemente tropical, This Is My Home começa prometedor com o desejo de afirmação do seu autor e com a vontade ostentar a qualidade do que é caseiro recorrendo a valores inteligentemente válidos num universo com excesso de programação inútil. Mas tudo quase acaba mal quando nos últimos minutos – "Beachcomber" e "Beijo do Sol" – Lanu opta por referências house efémeras e banais que quebram a ideia sã e facunda do início. A ideia de redundância estética do fim não invalidadará nenhum dos excelentes temas que compõem este This Is My Home. “Mother Earth”, “Rise”, “Dont Sleep (Part 3)” ou “Let You Glow” são os temas mais memoráveis e que – por entre aproximações a Quantic, Bugz In The Attic e Jazzanova – validarão o trabalho do neozelandês nos próximos tempos.
No equilíbrio entre os adjectivos bom e mau, Lanu não se destacará facilmente. Independentemente do bom perfume que Lanu tente espalhar pelo mundo – e do sincretismo que tente impor na lógica da sua música –, este jardim à porta da sua casa também tem flores malparecidas que podemos ignorar. Talvez o próximo cultivo seja mais eficaz.
Rafael SantosNão terá sido o primeiro a chegar nem será o último a explorar estes ambientes. Mas muito à semelhança das metodologias de trabalho de senhores como Quantic ou os Jazzanova, Lanu é um produtor competente que revela conhecimento nas técnicas de produção e sabedoria cultural no que à matriz sonora afro-americana diz respeito. Talvez por isso as comparações ao colectivo de Berlim e a Will Holand não sejam um disparate completo. Não que haja um aproveitamento descarado dos paradigmas, mas a marca de autor de Lanu dilui-se por vezes por entre outras referências apagando-se o efeito de novidade que muito raramente consegue impor.
Lanu é competente. Que não haja dúvidas. Quem ouve “Mother Earth” não poderá deixar de acreditar que é uma das canções do ano, inteligentemente erguida por entre o brokenbeat menos austero, a soul ecologicamente apelativa e o afro-beat com cheiro a terra húmida. Outros temas seguir-se-ão. Por entre referências funk, soul, hip-hop, samba e house, vai erguendo-se um registo que procura na essência da alma um estado de espírito introspectivo mas simultaneamente festivo.
Eloquentemente tropical, This Is My Home começa prometedor com o desejo de afirmação do seu autor e com a vontade ostentar a qualidade do que é caseiro recorrendo a valores inteligentemente válidos num universo com excesso de programação inútil. Mas tudo quase acaba mal quando nos últimos minutos – "Beachcomber" e "Beijo do Sol" – Lanu opta por referências house efémeras e banais que quebram a ideia sã e facunda do início. A ideia de redundância estética do fim não invalidadará nenhum dos excelentes temas que compõem este This Is My Home. “Mother Earth”, “Rise”, “Dont Sleep (Part 3)” ou “Let You Glow” são os temas mais memoráveis e que – por entre aproximações a Quantic, Bugz In The Attic e Jazzanova – validarão o trabalho do neozelandês nos próximos tempos.
No equilíbrio entre os adjectivos bom e mau, Lanu não se destacará facilmente. Independentemente do bom perfume que Lanu tente espalhar pelo mundo – e do sincretismo que tente impor na lógica da sua música –, este jardim à porta da sua casa também tem flores malparecidas que podemos ignorar. Talvez o próximo cultivo seja mais eficaz.
r_b_santos_world@hotmail.com
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