EDP Vilar de Mouros 2018
Vilar de Mouros
23-25 Ago 2018
DIA 2 |
No segundo dia, já depois de: termos ido a Tui atestar o carro como um bom português; termos limpado quaisquer resquícios de matéria fecal de um iPhone 5S que teve o azar de cair dentro de uma latrina de festival; termos chegado atrasados ao concerto dos GNR e termos proferido cobras e lagartos contra a VERDADEIRA ESTUPIDEZ que foi dizerem-nos que não poderíamos proceder à troca do copo para a cerveja nem este poderia ser lavado (ah, o capitalismo ecológico), apanhamos David Fonseca em palco para um daqueles concertos que passamos a invejar quem sofre de surdez. «Boa noite, Vilar de Mouros» e um assobio ainda vá que não vá. A subsequente pop parola, feita a pensar nas cinquentonas "alternativas" que enchem a cara de base e vão para festivais de música apanhar pó e ser fotografadas para as Caras desta vida, é que ninguém suporta. E depois o David faz uma série de versões patéticas, com Depeche Mode e coisas assim, enche o terreno de confetti e bolas de plástico gigantes e o apocalipse nunca pareceu estar tão perto. Minha Nossa Senhora.
Os Editors, que estavam presentes no cartaz porque há quem se sinta velho dpois de ter tido 20 anos em 2005, ainda levaram alguma água ao seu moinho, se bem que já não haja a mínima paciência para bandas que tentam desesperadamente soar aos Interpol, que tentavam desesperadamente soar aos Joy Division. A toada épico-negra de "Smokers Outside The Hospital Doors", com o piano à dianteira, ainda se papou; assim como "Munich", «uma canção antiga», e "An End Has A Start". Tudo o resto não foi mais que Coldplay para quem não gosta de Coldplay.
E que dizer então dos Incubus? Apenas isto: o nu metal é o anjo que se recusa a tocar a sua trombeta, preferindo torturar-nos durante a eternidade em vez de provocar o juízo final. Já era mau quando se tinha 15 anos, continua a ser mau agora. O dia em que o reavivarem vai ser o mais negro da história da humanidade. A palhaçada começa quando, do nada, os norte-americanos enfiam um pouco de Punjabi MC numa qualquer balada molha-pitas (e mesmo assim foi esse o melhor momento do concerto), e continuou com scratching foleiro, o lento strip-tease de Brandon Boyd de forma a mostrar as tatuagens, um baixista a dar demasiado, um guitarrista a fazer número e um baterista de boné com a pala para trás. Foi tão mau que até houve gente que foi para Vilar de Mouros com sweatshirts da Dickies. Foi tão mau que até houve espaço para uma versão dos INXS, para uma incursão por "Wish You Were Here" dos Pink Floyd e para um verso de "Gin And Juice", de Snoop Dogg, metido a martelo. Foi tão mau que só poderiam acabar com "Drive", com a multidão a cantar num bonito momento de c̶o̶m̶u̶n̶h̶ã̶o̶ azeite. No bloco de notas do repórter a palavra "socorro" está escrita dezassete vezes. O suicídio teria sido melhor opção.
Os Editors, que estavam presentes no cartaz porque há quem se sinta velho dpois de ter tido 20 anos em 2005, ainda levaram alguma água ao seu moinho, se bem que já não haja a mínima paciência para bandas que tentam desesperadamente soar aos Interpol, que tentavam desesperadamente soar aos Joy Division. A toada épico-negra de "Smokers Outside The Hospital Doors", com o piano à dianteira, ainda se papou; assim como "Munich", «uma canção antiga», e "An End Has A Start". Tudo o resto não foi mais que Coldplay para quem não gosta de Coldplay.
E que dizer então dos Incubus? Apenas isto: o nu metal é o anjo que se recusa a tocar a sua trombeta, preferindo torturar-nos durante a eternidade em vez de provocar o juízo final. Já era mau quando se tinha 15 anos, continua a ser mau agora. O dia em que o reavivarem vai ser o mais negro da história da humanidade. A palhaçada começa quando, do nada, os norte-americanos enfiam um pouco de Punjabi MC numa qualquer balada molha-pitas (e mesmo assim foi esse o melhor momento do concerto), e continuou com scratching foleiro, o lento strip-tease de Brandon Boyd de forma a mostrar as tatuagens, um baixista a dar demasiado, um guitarrista a fazer número e um baterista de boné com a pala para trás. Foi tão mau que até houve gente que foi para Vilar de Mouros com sweatshirts da Dickies. Foi tão mau que até houve espaço para uma versão dos INXS, para uma incursão por "Wish You Were Here" dos Pink Floyd e para um verso de "Gin And Juice", de Snoop Dogg, metido a martelo. Foi tão mau que só poderiam acabar com "Drive", com a multidão a cantar num bonito momento de c̶o̶m̶u̶n̶h̶ã̶o̶ azeite. No bloco de notas do repórter a palavra "socorro" está escrita dezassete vezes. O suicídio teria sido melhor opção.
· 17 Set 2018 · 01:22 ·
Paulo CecÃliopauloandrececilio@gmail.com
DIA 2 |
FOTOGALERIA
ÚLTIMAS REPORTAGENS
ÚLTIMAS