Rock In Rio 2016
Parque da Belavista, Lisboa
19-20 e 27-29 Maio 2016
DIA 2 |
Lisboa acorda com a carícia violenta do calor, um bafo absurdo que avermelha a pele e retira qualquer vontade de trabalho. O dia pertencia aos Queen (ou, melhor dizendo, à banda de versões dos Queen que encabeçava o segundo dia de festival) e por toda a parte eram visíveis as t-shirts ou maquilhagens mais complexas aludindo à saudade que todos temos de Freddie Mercury. Mas não era preciso estar 32 graus para não termos qualquer vontade de ver o "musical" Rock In Rio, que na verdade é apenas e só uma punheta publicitária composta a pensar no povão, repleta de versões manhosas de grandes clássicos rock do antigamente e que pode ser descrito em apenas duas palavras: "vergonha" e "alheia". Toda a gente pára para ver um desastre, mas ninguém pára para ver o apocalipse. (PAC)
O Palco Vodafone foi o mais simpático desta edição do Rock in Rio, sem dúvidas. Nada contra os outros, mas muito a favor deste. É como se houvesse um festival só de Palco Vodafone, então o podemos chamar de Palco Principal mesmo.
De inicio, tivemos os Pista com um som de dançar até na chuva (longe de ter sido este o clima) o que é perfeito para anunciar o que estaria por vir. A banda veio directamente do Barreiro, por terem sido um dos vencedores do Vodafone Wild Card. Um género que me surpreendeu de certa forma, aliás, de forma certíssima. Uma espécie de rock tropical, com jeito de lambada. Gostoso.
Logo depois, vieram os Sensible Soccers, que já me deram provas suficientes do que me podem causar por dentro. Cá está mais uma. Criadores de uma ambiência espectacular, o quarteto do norte apresentou o segundo trabalho: Villa Soledade. E foi ali em Bela Vista, o lindo passeio no parque como num comercial de TV com vidas perfeitas. Performance memorável banhada com a luz solar só não mais intensa que o ritmo frenético do que ouvíamos. O alinhamento variou entre Villa Soledade e o antigo e mítico 8. Sorte dos que ousaram atravessar o recinto às 18h daquela tarde, para descansar na relva sintética. Aos demais - que não imagino o que estiveram a fazer -, os Sensible Soccers estão só a começar a digressão deste novo trabalho.
No findar do sol e no raiar do majestoso lusco-fusco lisboeta foi que os Boogarins se apresentaram. Tudo tão mágico que por alguns minutos pensei não estar mesmo no Rock in Rio, mas caí em mim quando um avião quase raspa as nossas cabeças e consegue apenas interromper o concerto. Momento engraçado, vi que rendeu boas fotos. Avião este que poderia ter sido o que trouxe os Boogarins da sua longa tour pelos EUA. Notou-se o semblante mais experiente, ao mesmo tempo mais cansado. Quem de certeza suou um bocado foi o público. As não tantas pessoas que lá estavam entraram no espírito das músicas. Libertaram-se do tempo dos homens. E aposto que gostavam de gritar: "Vou tomar um doce, amor...". Mas não foi o caso, a banda não passou por esta canção. Mas teve "Lucifernandis", do disco passado. Teve também grande parte do Manual, com alongamentos providenciais e intermináveis de cada música. O que elevou os graus de psicadelia do concerto. Concerto magnífico a ser aplaudido e vivido de pé. Poderia ter durado mais, poderia ter ido para o palco principal. Aliás, este era o Palco Principal a sério.
Num festival marcado pela cultura brasileira, os Boogarins disseram, em alto e bom tom, o que o Brasil é capaz de fazer no Rock. (Matheus Maneschy)
O Palco Vodafone foi o mais simpático desta edição do Rock in Rio, sem dúvidas. Nada contra os outros, mas muito a favor deste. É como se houvesse um festival só de Palco Vodafone, então o podemos chamar de Palco Principal mesmo.
De inicio, tivemos os Pista com um som de dançar até na chuva (longe de ter sido este o clima) o que é perfeito para anunciar o que estaria por vir. A banda veio directamente do Barreiro, por terem sido um dos vencedores do Vodafone Wild Card. Um género que me surpreendeu de certa forma, aliás, de forma certíssima. Uma espécie de rock tropical, com jeito de lambada. Gostoso.
Logo depois, vieram os Sensible Soccers, que já me deram provas suficientes do que me podem causar por dentro. Cá está mais uma. Criadores de uma ambiência espectacular, o quarteto do norte apresentou o segundo trabalho: Villa Soledade. E foi ali em Bela Vista, o lindo passeio no parque como num comercial de TV com vidas perfeitas. Performance memorável banhada com a luz solar só não mais intensa que o ritmo frenético do que ouvíamos. O alinhamento variou entre Villa Soledade e o antigo e mítico 8. Sorte dos que ousaram atravessar o recinto às 18h daquela tarde, para descansar na relva sintética. Aos demais - que não imagino o que estiveram a fazer -, os Sensible Soccers estão só a começar a digressão deste novo trabalho.
No findar do sol e no raiar do majestoso lusco-fusco lisboeta foi que os Boogarins se apresentaram. Tudo tão mágico que por alguns minutos pensei não estar mesmo no Rock in Rio, mas caí em mim quando um avião quase raspa as nossas cabeças e consegue apenas interromper o concerto. Momento engraçado, vi que rendeu boas fotos. Avião este que poderia ter sido o que trouxe os Boogarins da sua longa tour pelos EUA. Notou-se o semblante mais experiente, ao mesmo tempo mais cansado. Quem de certeza suou um bocado foi o público. As não tantas pessoas que lá estavam entraram no espírito das músicas. Libertaram-se do tempo dos homens. E aposto que gostavam de gritar: "Vou tomar um doce, amor...". Mas não foi o caso, a banda não passou por esta canção. Mas teve "Lucifernandis", do disco passado. Teve também grande parte do Manual, com alongamentos providenciais e intermináveis de cada música. O que elevou os graus de psicadelia do concerto. Concerto magnífico a ser aplaudido e vivido de pé. Poderia ter durado mais, poderia ter ido para o palco principal. Aliás, este era o Palco Principal a sério.
Num festival marcado pela cultura brasileira, os Boogarins disseram, em alto e bom tom, o que o Brasil é capaz de fazer no Rock. (Matheus Maneschy)
· 12 Jun 2016 · 10:23 ·
DIA 2 |
