DISCOS
V/A
Mary Anne Hobbs presents Warrior Dubz
· 11 Jan 2007 · 08:00 ·
V/A
Mary Anne Hobbs presents Warrior Dubz
2006
Planet Mu
Sítios oficiais:
- Planet Mu
Mary Anne Hobbs presents Warrior Dubz
2006
Planet Mu
Sítios oficiais:
- Planet Mu
V/A
Mary Anne Hobbs presents Warrior Dubz
2006
Planet Mu
Sítios oficiais:
- Planet Mu
Mary Anne Hobbs presents Warrior Dubz
2006
Planet Mu
Sítios oficiais:
- Planet Mu
Tudo começa na rádio para depois acabar em compilação. Eis um retrato honesto das mais recentes movimentações underground dentro e fora do Reino Unido.
É inegável que um bom programa de rádio pode ser um trampolim para o firmamento do reconhecimento. E na BBC já existem alguns exemplos como o de Gilles Peterson que, depois da aceitação como DJ em pequenos cantos e rádios piratas, tornou-se num guru das ondas hertzianas da Radio One e um dos mais influentes divulgadores das novas músicas urbanas inspiradas pelo Jazz ou pela soul - não se ignorando naturalmente todo o trabalho numa das mais importantes e estimulantes plataformas editoriais dos anos 90: a Talking Loud. Mas existem outros casos, menos visÃveis mas mesmo assim presentes, como Annie Nightingale, Rob Da Bank, Trevor Nelson e agora Mary Anne Hobbs. Todos eles, com programas e horários mais ou menos acessiveis, têm-se revelado, cada um na sua área, divulgadores por excelência da nova música urbana.
Das ondas às compilações vai um curto espaço. Se o reconhecimento do ecletismo for evidente, não haverá editora que não queira editar uma colectânea. Gilles que o diga. É certo que muitas vezes basta ter um programa de rádio com boas audiências mas também é certo que algumas colectâneas só resultam se o esforço empreendido na cabine for transposto para a selecção do alinhamento da antologia. Ou seja sem uma selecção criteriosa, um alinhamento competente e uma ideia que sustente toda a aventura, tudo não passará de mais uma farsa geradora de cifrões.
Não será o caso de Warrior Dubz compilado por Mary Anne Hobbs, que a par de algumas colectâneas do colega Gilles, pretende essencialmente divulgar música que, não fosse essa a metodologia, já mais estaria ao dispor do grande público. Preciosidades editadas em vinil e apreciadas essencialmente por DJ - divulgadores e implementadores de modas e manias - e poucos mais.
Mary Anne Hobbs, semanalmente nas madrugadas de sexta-feira na BBC Rádio One, debruça-se de forma coerente sobre as mais recentes aventuras sonoras do underground, não só britânico, mas a nÃvel global. O lema do programas é the Rádio One experimental show. Portanto é inegável o destaque a alguma música experimentalista e descomprometida da actualidade. Géneros recentes como o dubstep ou o grime ganharam protagonismo de um dia para o outro muito graças a especiais de duas horas. Mas também o drum n’ bass, o hip-hop e o tecno de cariz experimental têm tido a sua cota no preenchimento do espaço rádiofonico, revelando-se ainda assim nomes criativamente activos.
Para alguns um Skream, um Kode 9 ou um Burial - aqui com um exclusivo - já não serão novidade, mas nomes como Andy Stott (num portentoso momento tecno), Amit (com um drum n’ bass claustrofóbico, persistente e soturno), a agressividade de Spor ou de Terror Danjah – nomes completamente desconhecidos do grande público – estariam condenados a um eterno anonimato. Mary Anne, imiscuindo os seus gostos pessoais com a linha editorial do programa, proporciona-nos um raro, interessante e fiel retrato do actual panaorama underground contaminado pelo dub. Um submundo estranho, violento, alienÃgena e narcótico que muitas das vezes é a porta para onde convergem mentes em busca de criatividade sincera ou de redenção espiritual.
Verdade seja dita que Warrior Dubz não será a derradeira ou suprema colecção de temas underground, mas é sem dúvida um evidente manifesto de empenhamento na divulgação de alguns nomes e movimentos. Do tecno fantasmagórico (Andy Scott) à violência grime (Virus Syndicate), do dubstep alucinado (Loefah) ao dancehall impulsivo (The Bug), do drum n´bass paranóico (Amit) ao hip-hop desfigurado (JME), a recolha e o alinhamento mostram-se competentes e a antologia pronta a admitir que ainda existe muita vida nas franjas do mercado mainstream. E isso é salutar e imprescindÃvel para que não se desista da boa música de dança que ainda se vai fazendo em caves escuras um pouco pelo mundo.
Rafael SantosDas ondas às compilações vai um curto espaço. Se o reconhecimento do ecletismo for evidente, não haverá editora que não queira editar uma colectânea. Gilles que o diga. É certo que muitas vezes basta ter um programa de rádio com boas audiências mas também é certo que algumas colectâneas só resultam se o esforço empreendido na cabine for transposto para a selecção do alinhamento da antologia. Ou seja sem uma selecção criteriosa, um alinhamento competente e uma ideia que sustente toda a aventura, tudo não passará de mais uma farsa geradora de cifrões.
Não será o caso de Warrior Dubz compilado por Mary Anne Hobbs, que a par de algumas colectâneas do colega Gilles, pretende essencialmente divulgar música que, não fosse essa a metodologia, já mais estaria ao dispor do grande público. Preciosidades editadas em vinil e apreciadas essencialmente por DJ - divulgadores e implementadores de modas e manias - e poucos mais.
Mary Anne Hobbs, semanalmente nas madrugadas de sexta-feira na BBC Rádio One, debruça-se de forma coerente sobre as mais recentes aventuras sonoras do underground, não só britânico, mas a nÃvel global. O lema do programas é the Rádio One experimental show. Portanto é inegável o destaque a alguma música experimentalista e descomprometida da actualidade. Géneros recentes como o dubstep ou o grime ganharam protagonismo de um dia para o outro muito graças a especiais de duas horas. Mas também o drum n’ bass, o hip-hop e o tecno de cariz experimental têm tido a sua cota no preenchimento do espaço rádiofonico, revelando-se ainda assim nomes criativamente activos.
Para alguns um Skream, um Kode 9 ou um Burial - aqui com um exclusivo - já não serão novidade, mas nomes como Andy Stott (num portentoso momento tecno), Amit (com um drum n’ bass claustrofóbico, persistente e soturno), a agressividade de Spor ou de Terror Danjah – nomes completamente desconhecidos do grande público – estariam condenados a um eterno anonimato. Mary Anne, imiscuindo os seus gostos pessoais com a linha editorial do programa, proporciona-nos um raro, interessante e fiel retrato do actual panaorama underground contaminado pelo dub. Um submundo estranho, violento, alienÃgena e narcótico que muitas das vezes é a porta para onde convergem mentes em busca de criatividade sincera ou de redenção espiritual.
Verdade seja dita que Warrior Dubz não será a derradeira ou suprema colecção de temas underground, mas é sem dúvida um evidente manifesto de empenhamento na divulgação de alguns nomes e movimentos. Do tecno fantasmagórico (Andy Scott) à violência grime (Virus Syndicate), do dubstep alucinado (Loefah) ao dancehall impulsivo (The Bug), do drum n´bass paranóico (Amit) ao hip-hop desfigurado (JME), a recolha e o alinhamento mostram-se competentes e a antologia pronta a admitir que ainda existe muita vida nas franjas do mercado mainstream. E isso é salutar e imprescindÃvel para que não se desista da boa música de dança que ainda se vai fazendo em caves escuras um pouco pelo mundo.
r_b_santos_world@hotmail.com
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