DISCOS
Erik Friedlander & Teho Teardo
Giorni Rubati
· 10 Jan 2007 · 08:00 ·
Erik Friedlander & Teho Teardo
Giorni Rubati
2006
Bip-Hop / Matéria Prima
Sítios oficiais:
- Bip-Hop
- Matéria Prima
Giorni Rubati
2006
Bip-Hop / Matéria Prima
Sítios oficiais:
- Bip-Hop
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Erik Friedlander & Teho Teardo
Giorni Rubati
2006
Bip-Hop / Matéria Prima
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Giorni Rubati
2006
Bip-Hop / Matéria Prima
Sítios oficiais:
- Bip-Hop
- Matéria Prima
Violoncelista nova-iorquino e manipulador de electrónicas italiano encontram-se para uma homenagem à poesia de Pasolini.
Ao violoncelo de Erik Friedlander não falta experiência. Actualmente uma das figuras de proa do downtown de Nova Iorque - onde colabora com o gigante John Zorn - Friedlander mostrou num brilhante concerto solo no Jazz Em Agosto 2005 porque é um dos mais interessantes músicos da actualidade. Na altura apresentou na Gulbenkian um trabalho baseado nos Cantos de Moldoror de Lautréamont, que conquistou a plateia do pequeno auditório. Em 2004 Friedlander começou uma colaboração com o italiano Teho Teardo, que se traduziu numa troca ideias que resultou numa peça que foi posteriormente incluída na banda sonora de “Lavorare Com Lenteza”, filme de Guido Chiesa.
No verão de 2005 Teardo visitou Friedlander em Nova Iorque e levou-lhe duas garrafas de vinho tinto e uma ideia para um projecto: um livro de poemas de Pier Paolo Pasolini. A partir dos poemas Friedlander gravou oito temas - alguns eram simples improvisações solo, outras eram compostas por várias faixas de violoncelo gravado sobrepostas. O material foi enviado para Itália e Teardo tratou de retrabalhar os temas, adicionando ainda outros sons, como piano, guitarra e electrónicas. Pelo meio tiveram ainda oportunidade de actuar ao vivo, em Itália (Pordenone) e Nova Iorque (Knitting Factory), espectáculos dos quais resultaram duas faixas, incluídas neste disco.
Da junção de esforços entre Friedlander e Teardo nasceu um conjunto de teias temáticas variadas. Se por vezes há aproximações ambientais, outras vezes há acentuação na vertente melódica, contrastando com os momentos mais ritmados. O violoncelo é o centro de tudo, mas à sua volta surgem outros elementos ou transformações. O trabalho da francesa Colleen é uma referência evidente, se bem que não exclusiva: aqui não há a sobreposição de camadas em melodias crescentes, mas há maior variedade estilística e abertura à experimentação.
Pasolini (1922-1975) foi sempre um provocador. Poeta, dramaturgo e realizador, expressou-se sempre de modo frontal, instigou o pensamento contra a ordem estabelecida, agitou as instituições e consciências. A música inscrita neste álbum chamado Giorni Rubati (“Dia Roubado”) não é de modo algum provocadora. Erik Friedlander e Teho Teardo usaram a provocação como inspiração, mas a homenagem resultou tranquila. Esta música, criativa e bela, não tem o intuito de agitar mas, pelo seu carácter poético, é a melhor das homenagens à arte de Pier Paolo Pasolini.
Nuno CatarinoNo verão de 2005 Teardo visitou Friedlander em Nova Iorque e levou-lhe duas garrafas de vinho tinto e uma ideia para um projecto: um livro de poemas de Pier Paolo Pasolini. A partir dos poemas Friedlander gravou oito temas - alguns eram simples improvisações solo, outras eram compostas por várias faixas de violoncelo gravado sobrepostas. O material foi enviado para Itália e Teardo tratou de retrabalhar os temas, adicionando ainda outros sons, como piano, guitarra e electrónicas. Pelo meio tiveram ainda oportunidade de actuar ao vivo, em Itália (Pordenone) e Nova Iorque (Knitting Factory), espectáculos dos quais resultaram duas faixas, incluídas neste disco.
Da junção de esforços entre Friedlander e Teardo nasceu um conjunto de teias temáticas variadas. Se por vezes há aproximações ambientais, outras vezes há acentuação na vertente melódica, contrastando com os momentos mais ritmados. O violoncelo é o centro de tudo, mas à sua volta surgem outros elementos ou transformações. O trabalho da francesa Colleen é uma referência evidente, se bem que não exclusiva: aqui não há a sobreposição de camadas em melodias crescentes, mas há maior variedade estilística e abertura à experimentação.
Pasolini (1922-1975) foi sempre um provocador. Poeta, dramaturgo e realizador, expressou-se sempre de modo frontal, instigou o pensamento contra a ordem estabelecida, agitou as instituições e consciências. A música inscrita neste álbum chamado Giorni Rubati (“Dia Roubado”) não é de modo algum provocadora. Erik Friedlander e Teho Teardo usaram a provocação como inspiração, mas a homenagem resultou tranquila. Esta música, criativa e bela, não tem o intuito de agitar mas, pelo seu carácter poético, é a melhor das homenagens à arte de Pier Paolo Pasolini.
nunocatarino@gmail.com
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