DISCOS
V/A
Fabriclive 37 Mixed by Caspa and Rusk
· 23 Jan 2008 · 08:00 ·
V/A
Fabriclive 37 Mixed by Caspa and Rusk
2007
Fabric
Sítios oficiais:
- Fabric
Fabriclive 37 Mixed by Caspa and Rusk
2007
Fabric
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- Fabric
V/A
Fabriclive 37 Mixed by Caspa and Rusk
2007
Fabric
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Fabriclive 37 Mixed by Caspa and Rusk
2007
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Um péssimo exemplo do actual estado das artes no dubstep. Nem a ingenuidade é argumento de defesa.
Não podia haver pior exemplo para ilustrar o actual estado do dubstep que este Fabriclive 37 misturado por Caspa e Rusko (considerados por muitos como uma nova geração de talentos do dubstep). Nem se poderia imaginar que o género pudesse em tão curto espaço de tempo resvalar para a descredibilidade estética. É evidente que esta antologia não representa o dubstep em todas as suas vertentes, mas já será óbvio afirmar que por aqui não se encontra um único tema com uma estrutura melódica com consciência do aprazÃvel e do desprezÃvel.
Muito do dubstep produzido de 2006 para cá tem evidenciado um colapso criativo que só poderá ter como explicação a tenra idade dos seus produtores e a falta de cultura musical de uma geração já excessivamente habituada às facilidades providenciadas pela era tecnológica. A relativa simplicidade com que se pega no computador e se constrói uma programação elementar evidencia não só o subaproveitamento das capacidades do equipamento como uma indolência que muito se estranha no próprio meio underground. Um mal transversal que não deixa o dubstep só. Muitas das linguagens minimalistas ligadas à música electrónica revelam semelhantes limitações narrativas. O resultado final é uma uniformização sonora que elimina por completo a escrita de autor.
E será isso mesmo o que mais incomoda nesta pobre antologia: a falta de estilo num dubstep excessivamente estilizado. A infantilidade melódica é indescritÃvel – nem a ingenuidade poderá ser usada como argumento –, os subaixos são substituÃdos por aberrações electrónicas ondulantes sem estrutura lógica – oiçam-se os hediondos "Africa VIP", "Legacy", "V", "Too Far" ou "Spongebob" –, os ritmos, todos forjados no mesmo laboratório, soam como um loop interminável e rasteiro e o elemento narcótico do dub sucumbe definitivamente à embriagues soturna e comatosa ("The Drop" ou "Hammer Time" são exemplos da idiotice sonora que deixam o próprio dub com enjoos). Nem a remistura dos Buraka Som Sistema (para o horrÃvel "Cockney Thug" de Rusko) consegue escapar à força do buraco negro - que suga toda a luz criativa.
Do trabalho especÃfico de mistura, a acção de Caspa e Rusko é minimamente competente mas não o suficiente para puxar lustro a tão fraca graxa sonora. Nem o Box of Dub 2 provocou tantas convulsões nos espÃritos dos melómanos. Um Fabric para esquecer.
Rafael SantosMuito do dubstep produzido de 2006 para cá tem evidenciado um colapso criativo que só poderá ter como explicação a tenra idade dos seus produtores e a falta de cultura musical de uma geração já excessivamente habituada às facilidades providenciadas pela era tecnológica. A relativa simplicidade com que se pega no computador e se constrói uma programação elementar evidencia não só o subaproveitamento das capacidades do equipamento como uma indolência que muito se estranha no próprio meio underground. Um mal transversal que não deixa o dubstep só. Muitas das linguagens minimalistas ligadas à música electrónica revelam semelhantes limitações narrativas. O resultado final é uma uniformização sonora que elimina por completo a escrita de autor.
E será isso mesmo o que mais incomoda nesta pobre antologia: a falta de estilo num dubstep excessivamente estilizado. A infantilidade melódica é indescritÃvel – nem a ingenuidade poderá ser usada como argumento –, os subaixos são substituÃdos por aberrações electrónicas ondulantes sem estrutura lógica – oiçam-se os hediondos "Africa VIP", "Legacy", "V", "Too Far" ou "Spongebob" –, os ritmos, todos forjados no mesmo laboratório, soam como um loop interminável e rasteiro e o elemento narcótico do dub sucumbe definitivamente à embriagues soturna e comatosa ("The Drop" ou "Hammer Time" são exemplos da idiotice sonora que deixam o próprio dub com enjoos). Nem a remistura dos Buraka Som Sistema (para o horrÃvel "Cockney Thug" de Rusko) consegue escapar à força do buraco negro - que suga toda a luz criativa.
Do trabalho especÃfico de mistura, a acção de Caspa e Rusko é minimamente competente mas não o suficiente para puxar lustro a tão fraca graxa sonora. Nem o Box of Dub 2 provocou tantas convulsões nos espÃritos dos melómanos. Um Fabric para esquecer.
r_b_santos_world@hotmail.com
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