DISCOS
Belleruche
Turntable Soul Music
· 02 Ago 2007 · 08:00 ·
Belleruche
Turntable Soul Music
2007
Tru Thoughts
Sítios oficiais:
- Belleruche
- Tru Thoughts
Turntable Soul Music
2007
Tru Thoughts
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- Belleruche
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Turntable Soul Music
2007
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2007
Tru Thoughts
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Sem ideias que quebrem o establecido, ainda nos tentam iludir com um falso cheiro a novo. Por aqui só a voz nos alegra.
Quando algumas fórmulas se repetem em loop numa tentativa desesperada para colocar em primeiro plano ideias que só por si têm alguma dificuldade em sustentarem-se pelo próprio pé e a tudo juntam uma voz em pura revelação, existe na génese uma deficiência reveladora de pobreza de concepção que nem faz brilhar uma voz esforçada nem procura a eloquência de um groove perfeito. E fazer com que tudo soe a velho poderá também não ser a melhor forma de convencer quem, à primeira, desconfia dos propósitos da operação Belleruche comandada pelo guitarrista Ricky Fabulous e pelo modesto DJ Modest.
Seja pela ideia quase básica de um turntablism inspirado pelo jazz, pelo funk ou pelos blues, as especulações entorpecidas em torno de um trip-hop esquecido ou a invocação da recente memória de um Mr Scruff em dias dourados, a retórica de Turntable Soul Music não passa de mais um argumento inválido que envoca a memória do cânon soul e blues resguardado pelo hip-hop. Por outras palavras, aqui não há nada que uns Break Reform já não tenham tentado, por mais que uma vez, impingir – com um pouco mais de sabedoria – aos mais impetuosos consumidores de soul com traços europeus. Muito menos existe uma vontade de quebrar paradigmas instalados – no mínimo à 10 anos – pelo catálogo da Ninja Tune.
Em Turntable Soul Music os ritmos circulam instintivamente em loop, os samplers jazz rebuscados ajustam-se cautelosamente a uma voz que talvez seja a única mais valia que por aqui se ouve. Kathrin deBoer, inspirada por algumas das divas intemporais como Nina Simone, Billie Holiday, Sarah Vaughan ou até mesmo Eryka Badu, ensaia – ou pelo menos tenta – varias visões sobre a matéria por elas deixadas como legado e recontextualiza – uma vez mais – num tom melancólico todo mundo urbano refém da sua própria arrogância claustrofóbica ou cinzentismo abstracto.
Para além dos raros momentos em que Kathrin salva alguns exercícios preguiçosos do colapso absoluto – “Reflection”, “Balance” e “13.6.35” são os momentos espiritualmente mais coloridos – não haverá muito mais a esperar de um disco estafado ideologicamente à nascença. Não que o género esteja longe de potenciar novas revelações, apenas há ideias que necessitam de séria estruturação e não apenas de mera aglomeração de referências moídas pelo tempo em que estiveram expostas ao mercado sôfrego. Por isso exige-se actualmente mais espírito para dar cheiro novo ao velho e não apenas naftalina para disfarçar o mofo.
Rafael SantosSeja pela ideia quase básica de um turntablism inspirado pelo jazz, pelo funk ou pelos blues, as especulações entorpecidas em torno de um trip-hop esquecido ou a invocação da recente memória de um Mr Scruff em dias dourados, a retórica de Turntable Soul Music não passa de mais um argumento inválido que envoca a memória do cânon soul e blues resguardado pelo hip-hop. Por outras palavras, aqui não há nada que uns Break Reform já não tenham tentado, por mais que uma vez, impingir – com um pouco mais de sabedoria – aos mais impetuosos consumidores de soul com traços europeus. Muito menos existe uma vontade de quebrar paradigmas instalados – no mínimo à 10 anos – pelo catálogo da Ninja Tune.
Em Turntable Soul Music os ritmos circulam instintivamente em loop, os samplers jazz rebuscados ajustam-se cautelosamente a uma voz que talvez seja a única mais valia que por aqui se ouve. Kathrin deBoer, inspirada por algumas das divas intemporais como Nina Simone, Billie Holiday, Sarah Vaughan ou até mesmo Eryka Badu, ensaia – ou pelo menos tenta – varias visões sobre a matéria por elas deixadas como legado e recontextualiza – uma vez mais – num tom melancólico todo mundo urbano refém da sua própria arrogância claustrofóbica ou cinzentismo abstracto.
Para além dos raros momentos em que Kathrin salva alguns exercícios preguiçosos do colapso absoluto – “Reflection”, “Balance” e “13.6.35” são os momentos espiritualmente mais coloridos – não haverá muito mais a esperar de um disco estafado ideologicamente à nascença. Não que o género esteja longe de potenciar novas revelações, apenas há ideias que necessitam de séria estruturação e não apenas de mera aglomeração de referências moídas pelo tempo em que estiveram expostas ao mercado sôfrego. Por isso exige-se actualmente mais espírito para dar cheiro novo ao velho e não apenas naftalina para disfarçar o mofo.
r_b_santos_world@hotmail.com
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