DISCOS
J. Tillman
Minor Works
· 15 Mai 2007 · 08:00 ·
J. Tillman
Minor Works
2006
Fargo / AnAnAnA


Sítios oficiais:
- J. Tillman
- Fargo
- AnAnAnA
J. Tillman
Minor Works
2006
Fargo / AnAnAnA


Sítios oficiais:
- J. Tillman
- Fargo
- AnAnAnA
Minor Works é o espelho de um estilo moribundo. Um título perfeitamente adequado para o álbum.
Diz-se de Tillman que é um cantautor à moda antiga. Diz-se que parte de influências clássicas como Neil Young ou Bill Withers para criar melodias que, associadas às suas letras e voz - transportadoras de melancolia e “alma” americana -, o colocam no cânone da corrente actual de cantautores americanos. A verdade é que nada disto parece encaixar correctamente na descrição do músico. É possível, com muito esforço, perceber o porquê de tais afirmações. Estão lá a guitarra folk, a guitarra slide, a harmónica e a bateria acústica e seca que em todo o refrão apresenta um break para salientar os coros vocais ao estilo The Byrds.

Até são perceptíveis as boas intenções do disco. É, de facto, um trabalho íntimo abrigado na habitual cumplicidade músico / ouvinte e nas fragilidades desse mesmo ouvinte, sempre disposto a praticar o acto voyeurístico partilhando - como se dele elas fossem - as lágrimas e alegrias do artista.

Mas não chega para quebrar o enguiço de banalidade que impera no disco, envolto em ideias concretizadas de maneira demasiado supérflua e infértil. O álbum, no seu todo, parece uma longa canção monótona, indefinível, perene em momentos aborrecidos. Aliados a uma atitude poseur de boémio deprimido à la Joseph Arthur que nada mais faz que reforçar a apatia das canções ao longo do disco.

Numa perspectiva global este é um disco que não faz falta nenhuma. Não é suficientemente bom ou mau para se fazer notar, nem para esboçar algum tipo de reacção mais sincera que um singelo abanar de ombros - momento catártico após a sua audição completa.

Enquanto Tillman não se cansar de mimetizar um estilo que está, de há uma década para cá, dissecado e pleno de maus exemplos nunca sairá do fosso estéril em que se meteu. É um bom cantor de fogueira, rodeado de amigos e miúdas giras prontas a flirtar com o “artista”.
Bruno Moreira

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