Goste-se ou não do estilo, da forma e do conteúdo, a Pitchforkmedia tornou-se na webzine mais importante da actualidade, atingindo um reconhecimento que ultrapassa as barreiras do país em que nasceu. Por mérito próprio, conquistou um lugar próprio na crítica musical, lado a lado com a imprensa tradicional e de longa história. Pode parecer exagero, mas a Pitchforkmedia criou um imaginário, um estilo. O ódio e o amor que é capaz de gerar é apenas a prova disso mesmo.

O caso da Pitchfork é também um caso de independência; na introdução ao livro, Ryan Schreiber, fundador da webzine, realça o valor desta e do seu nascimento numa altura em que a internet não era ainda o que é hoje e ao mesmo tempo a liberdade que esta deu a um jovem de dezanove anos, sem experiência qualquer na escrita, de criar a publicação de música independente que sempre desejara. Ao nascer em 1995, a Pitchfork abriu espaço e caminho para que outras publicações pudessem nascer; abriu o livro.

E porque a Pitchfork é, como todos sabem, fiel devoto das listas de mil e uma coisas, quiseram compilar agora num mesmo livro aquelas que são, para eles, as melhores 500 canções desde o punk até aos dias de hoje. The Pitchfork 500: Our Guide to the Greatest Songs from Punk to the Present, nas suas 208 páginas, é um guião para a música dos últimos 30 anos com parênteses e prioridade para algumas áreas: o indie, a música electrónica, a experimental, a pop, o metal e o hip-hop. Cronologicamente dividido em nove momentos, The Pitchfork 500 é uma espécie de mixtape gigante com os temas que, de acordo com a famosa webzine, não devem ficar por ouvir por qualquer melómano que se preze.

Como meninos rebeldes que são, furam as barreiras das gavetas estilísticas para apresentar apêndices com títulos como “Yacht Rock�, “Runaway Trainwrecks�, “Nanofads� ou “Career Killers�, o que torna tudo isto ainda mais divertido. Para amantes de listas ou para quem caiu nesta década virgem e impreparado, The Pitchfork 500: Our Guide to the Greatest Songs from Punk to the Present (está tudo no título), é um título obrigatório e um menu para alguns meses de óptimas descobertas ou reencontros.