ENTREVISTAS
Capitão Fausto
Os filhos do rock
· 20 Mar 2014 · 23:29 ·
© Vera Marmelo
Quando vocês deram as primeiras entrevistas sobre o Pesar o Sol, há um mês e qualquer coisa, ainda não havia grande feedback sobre o disco. Agora já toda a gente adorou o disco ou algo parecido. Tem sido surpreendente?
Francisco Ferreira (FF) – Críticas negativas há muitas é no YouTube. Mas acho que é universal. O YouTube é um antro de pessoal negativo.
Tomás Wallenstein (TW) – Mas depois podes ir ver a página da pessoa que faz o comentário e consegues ver a atividade. E todos os comentários são a dizer mal de alguma coisa. Nunca vês um a dizer “awesome!”
FF – É isso, é um antro de pessoas que querem discorrer negatividade.
TW – Mas sim, tem corrido tudo muito bem.
E isso tem repercussão na banda?
Domingos Coimbra (DC) – Comentamos entre nós e é fixe. Não somos influenciados pela crítica e achamos que nenhuma banda o deve ser, mas é fixe saber que as pessoas gostam.
FF – Se a crítica dissesse mal continuaríamos orgulhosos à mesma do disco e a defendê-lo. Mas é sempre ótimo saber que as pessoas estão a gostar.
À volta dos elogios vem sempre a referência aos Tame Impala…
TW – Os Capitão Fausto australianos (risos).
Esta nova vaga de malta a recuperar algum psicadelismo no rock. Chateia-vos estar metidos neste saco?
Manuel Palha (MP) – As pessoas agarram-se a particularidades sonoras que estão pouco habituadas a ouvir. De repentes ouves Tame Impala e depois pensas nas vozes com muito reverb, o som espacial, os teclados, guitarras saturadas…
TW – Se a comparação existe é porque eles tocam mais ou menos o mesmo género de música que nós. E vão buscar coisas mais atrás, formas de gravação e assim.
MP – Se calhar as maiores parecenças têm que ver com o segundo disco deles..
DC – Mas tem graça que o Lonerism [o referido segundo disco] saiu no último dia de gravações deste álbum.
O Pesar o Sol já foi gravado há bastante tempo. Por que é que demorou tanto tempo a sair?
FF – Em 2012 estava tudo gravado em termos de instrumentais. Demorou um bocado de tempo a fazer as letras e as harmonias e linhas de voz. Depois também demorámos bastante tempo a misturar o disco e dar-lhe o som que queríamos.
TW – A decisão de gravarmos coisas à nossa maneira e experimentar coisas novas também se virou contra nós por vezes. Vimo-nos deparados com situações que não conseguíamos resolver tão bem. Esse equilíbrio demorou bastante tempo a atingir.
DC – E demos muitos concertos também.
FF - E depois a forma de o editar. Quando o fizemos tínhamos saído da Chifre [chancela por onde saiu o primeiro Gazela]. Estamos muito contentes porque estamos a trabalhar com gente com quem nos damos muito bem, em todos os níveis.
Como é que a Chifre chegou até vocês?
TW – Foi num concerto no Maxime.
DC – O penúltimo concerto de sempre no Maxime, acho. Sem contar com os concertos do Vodafone Mexefest.
TW – Era C de Croché e nós fizemos a primeira parte.
Como é que as vossas famílias lidam com o facto de terem uma banda rock?
TW – Nunca houve uma desaprovação, mas quando se começa a perder muito tempo e não há frutos existe algum desconforto. Quando começámos a mostrar resultados é diferente.
DC – Os concertos…o meu pai a certa altura era um guerreiro. Ia aos concertos todos de carro. Uma vez no Super Bock Super Rock foi entrevistado para a televisão e perguntaram-lhe qual a banda que estava com mais vontade de ver. Ele disse: “Capitão Fausto, claro”. (risos)
Os vossos pais tinham bons discos em casa?
TW – Sim, havia algumas coisas. Mas a maior parte da descoberta foi nossa, acho eu.
DC – O meu pai só sabe cantar uma música do princípio ao fim, a “Lamb Lies Down on Broadway”, dos Genesis. Mas é engraçado: o meu pai viveu em Londres entre 1964 e 1969. O meu pai deu boleia ao Donovan. Ele contava-me que quando ele e os amigos queriam engatar miúdas iam para Abbey Road onde as miúdas estavam tristes por não ver os Beatles e consolavam-nas (risos). O meu pai viveu essa altura toda e depois eu pergunto-lhe que bandas é que se ouviam e ele diz-me que gostava muito de Genesis (risos). No Algarve uma vez esteve com o gajo dos Kinks que era apaixonado por uma algarvia.
Pedro Primo FigueiredoFrancisco Ferreira (FF) – Críticas negativas há muitas é no YouTube. Mas acho que é universal. O YouTube é um antro de pessoal negativo.
Tomás Wallenstein (TW) – Mas depois podes ir ver a página da pessoa que faz o comentário e consegues ver a atividade. E todos os comentários são a dizer mal de alguma coisa. Nunca vês um a dizer “awesome!”
FF – É isso, é um antro de pessoas que querem discorrer negatividade.
TW – Mas sim, tem corrido tudo muito bem.
E isso tem repercussão na banda?
Domingos Coimbra (DC) – Comentamos entre nós e é fixe. Não somos influenciados pela crítica e achamos que nenhuma banda o deve ser, mas é fixe saber que as pessoas gostam.
FF – Se a crítica dissesse mal continuaríamos orgulhosos à mesma do disco e a defendê-lo. Mas é sempre ótimo saber que as pessoas estão a gostar.
© Vera Marmelo
À volta dos elogios vem sempre a referência aos Tame Impala…
TW – Os Capitão Fausto australianos (risos).
Esta nova vaga de malta a recuperar algum psicadelismo no rock. Chateia-vos estar metidos neste saco?
Manuel Palha (MP) – As pessoas agarram-se a particularidades sonoras que estão pouco habituadas a ouvir. De repentes ouves Tame Impala e depois pensas nas vozes com muito reverb, o som espacial, os teclados, guitarras saturadas…
TW – Se a comparação existe é porque eles tocam mais ou menos o mesmo género de música que nós. E vão buscar coisas mais atrás, formas de gravação e assim.
MP – Se calhar as maiores parecenças têm que ver com o segundo disco deles..
DC – Mas tem graça que o Lonerism [o referido segundo disco] saiu no último dia de gravações deste álbum.
O Pesar o Sol já foi gravado há bastante tempo. Por que é que demorou tanto tempo a sair?
FF – Em 2012 estava tudo gravado em termos de instrumentais. Demorou um bocado de tempo a fazer as letras e as harmonias e linhas de voz. Depois também demorámos bastante tempo a misturar o disco e dar-lhe o som que queríamos.
TW – A decisão de gravarmos coisas à nossa maneira e experimentar coisas novas também se virou contra nós por vezes. Vimo-nos deparados com situações que não conseguíamos resolver tão bem. Esse equilíbrio demorou bastante tempo a atingir.
DC – E demos muitos concertos também.
FF - E depois a forma de o editar. Quando o fizemos tínhamos saído da Chifre [chancela por onde saiu o primeiro Gazela]. Estamos muito contentes porque estamos a trabalhar com gente com quem nos damos muito bem, em todos os níveis.
Como é que a Chifre chegou até vocês?
TW – Foi num concerto no Maxime.
DC – O penúltimo concerto de sempre no Maxime, acho. Sem contar com os concertos do Vodafone Mexefest.
TW – Era C de Croché e nós fizemos a primeira parte.
© Vera Marmelo
Como é que as vossas famílias lidam com o facto de terem uma banda rock?
TW – Nunca houve uma desaprovação, mas quando se começa a perder muito tempo e não há frutos existe algum desconforto. Quando começámos a mostrar resultados é diferente.
DC – Os concertos…o meu pai a certa altura era um guerreiro. Ia aos concertos todos de carro. Uma vez no Super Bock Super Rock foi entrevistado para a televisão e perguntaram-lhe qual a banda que estava com mais vontade de ver. Ele disse: “Capitão Fausto, claro”. (risos)
Os vossos pais tinham bons discos em casa?
TW – Sim, havia algumas coisas. Mas a maior parte da descoberta foi nossa, acho eu.
DC – O meu pai só sabe cantar uma música do princípio ao fim, a “Lamb Lies Down on Broadway”, dos Genesis. Mas é engraçado: o meu pai viveu em Londres entre 1964 e 1969. O meu pai deu boleia ao Donovan. Ele contava-me que quando ele e os amigos queriam engatar miúdas iam para Abbey Road onde as miúdas estavam tristes por não ver os Beatles e consolavam-nas (risos). O meu pai viveu essa altura toda e depois eu pergunto-lhe que bandas é que se ouviam e ele diz-me que gostava muito de Genesis (risos). No Algarve uma vez esteve com o gajo dos Kinks que era apaixonado por uma algarvia.
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