ENTREVISTAS
Aquaparque
Experiências hidraúlicas
· 12 Mai 2007 · 08:00 ·
Os Aquaparque nasceram de certa forma de uma experiência de alguns anos, os Dance Damage. O que é que ficou desse projecto anterior?
Pedro Magina: Os Dance Damage foram um projecto que se “marcou” na história da música portuguesa. Estão guardadas recordações de momentos incríveis, concertos… Amizades e relações, ou parte delas, que se criaram e que se mantêm até hoje.
André Abel: Experiência e tarimba a diversos níveis, muito calo a tocar ao vivo, amigos, boas e más recordações.
Há alguma coisa que não tenha funcionado em Dance Damage que queriam que funcione aqui?
P.M.: Não necessariamente. No entanto, o facto de sermos apenas dois e de termos um relacionamento de amizade único e objectivos comuns, mesmo seguindo direcções diferentes, permite-nos pensar e concretizar muitas coisas, que em Dance Damage não seria possível.
A.A.: Essencialmente maior disponibilidade para ensaiar e conversar sobre a música.
Pensam funcionar para sempre em duo? Como é essa interacção entre ambos?
P.M.: Não sei nem me preocupo com isso. Somos como irmãos, conhecemo-nos desde putos...acontece muitas vezes um de nós prever o que o outro vai fazer ou dizer...mesmo nas coisas mais estúpidas do dia-a-dia. É fixe... Às vezes chato e irritante, mas muito fixe...
A.A.: Para já sentimo-nos bem assim, mas não é uma formação lacrada, aconteceu não termos encontrado mais gente para embarcar na ternura. A interacção ou o trabalho vai a extremos, desde períodos de pesada monotonia e enfado a outros de frescura e novidade, conhecemo-nos há muito anos.
Em termos musicais, Aquaparque parece um grande corte em relação aos Dance Damage. Fizeram questão em estabelecer esse corte com o passado?
P.M.: Não concordo. Eu mantive um fio condutor quando acabam os Dance Damage e iniciam os Aquaparque, e se comparares a “Golias” com a “Búzios”, parece-me evidente... O que realmente acontece é que o André foi para a bateria e deixou de existir a guitarra, pelo menos nos dois últimos concertos. Estamos em constante mutação, mas parece-me existir esse fio condutor sempre.
A.A.: Não me parece um grande corte, aliás o trabalho do Magina vem no seguimento do que fazia nos últimos tempos de Dance Damage. Acordamos foi manter uma bateria na equação e como não havia mais ninguém atirei-me eu.
Quais são os riscos de embarcar no meta-prog? Como surge essa convicção?
P.M.: Acho que passo essa... Mas não existem riscos porque não me parece que embarquemos em nada em concreto. Rasamos muita coisa mas nunca vamos à procura de algo rotulado já à partida.
A.A.: Os riscos parecem-me demasiado extensos e intrincados para estar agora a discorrer sobre eles. Trata-se de um comboio de inaptos e aleijadinhos.
“Menasso” parece ser por estas alturas um tema badalado. Acreditam que será como uma espécie de hit single para o futuro?
P.M.: Não. [risos] Menasssssssooooooooooo.
A.A.: O futuro é sempre uma premonição do devir não é? M.E.N.A.S.S.O.
Tanto quanto sei tocaram já duas vezes ao vivo, uma no Outfest e outra na Fábrica do Som. Como correram essas apresentações?
P.M.: Eu curti o Outfest, mas na Fábrica de Som não tanto...
A.A.: No Outfest foi bastante controlado e na Fábrica de Som bastante estrangulado.
Parece-me que os Aquaparque são uma banda oficialmente a actuar na cidade do Porto. Como é para vocês viverem no Porto?
A.A.: Vou ter de passar esta, eu vivo em Santo Tirso.
P.M.: Somos uma banda a ensaiar oficialmente na cidade do Porto. Se nos cingíssemos a actuações apenas aqui não passava de ensaios mesmo. O Porto é actualmente uma cidade apática e sem sabor! Deixou de existir interesse ou será comodismo? A cultura de ir assistir a concertos não existe e os espaços que albergam os concertos simplesmente não os divulgam. Em Lisboa parece-me existir o contrário, mesmo em espaços mais pequenos e com um orçamento muito escasso. A nível autárquico já se sabe o degredo que é...e é deprimente ver a cidade a tomar as imponentes formas contemporâneas e a destruir uma grande parte do significado e alma desta cidade. Resta-nos a parte física da ribeira e das ruas típicas que ainda resistem, por enquanto...mas só de dia, porque à noite é um deserto...
Quais são as reais oportunidades de tocar ao vivo para uma banda como a vossa actualmente? Existem convites ou a iniciativa parte na maior parte das vezes de vocês?
A.A.: Ainda estamos para ver, na verdade. Apenas agora encontramos uma sala de ensaios para dar-lhe na consistência e sedução da banda.
P.M.: Ainda é muito cedo para existirem convites, por isso actualmente a iniciativa parte de nós.
Existem alguns temas no vosso myspace. Para quando um CD-R ou mesmo um disco?
A.A.: Em perfeita consciência, não faço ideia.
P.M.: Não sei. Não costumamos planear muito essas coisas. Podemos ir amanhã gravar um ou dois temas e editá-los... Ou não... Se calhar gravamos seis temas. Veremos.
André GomesPedro Magina: Os Dance Damage foram um projecto que se “marcou” na história da música portuguesa. Estão guardadas recordações de momentos incríveis, concertos… Amizades e relações, ou parte delas, que se criaram e que se mantêm até hoje.
André Abel: Experiência e tarimba a diversos níveis, muito calo a tocar ao vivo, amigos, boas e más recordações.
Há alguma coisa que não tenha funcionado em Dance Damage que queriam que funcione aqui?
P.M.: Não necessariamente. No entanto, o facto de sermos apenas dois e de termos um relacionamento de amizade único e objectivos comuns, mesmo seguindo direcções diferentes, permite-nos pensar e concretizar muitas coisas, que em Dance Damage não seria possível.
A.A.: Essencialmente maior disponibilidade para ensaiar e conversar sobre a música.
Pensam funcionar para sempre em duo? Como é essa interacção entre ambos?
P.M.: Não sei nem me preocupo com isso. Somos como irmãos, conhecemo-nos desde putos...acontece muitas vezes um de nós prever o que o outro vai fazer ou dizer...mesmo nas coisas mais estúpidas do dia-a-dia. É fixe... Às vezes chato e irritante, mas muito fixe...
A.A.: Para já sentimo-nos bem assim, mas não é uma formação lacrada, aconteceu não termos encontrado mais gente para embarcar na ternura. A interacção ou o trabalho vai a extremos, desde períodos de pesada monotonia e enfado a outros de frescura e novidade, conhecemo-nos há muito anos.
Em termos musicais, Aquaparque parece um grande corte em relação aos Dance Damage. Fizeram questão em estabelecer esse corte com o passado?
P.M.: Não concordo. Eu mantive um fio condutor quando acabam os Dance Damage e iniciam os Aquaparque, e se comparares a “Golias” com a “Búzios”, parece-me evidente... O que realmente acontece é que o André foi para a bateria e deixou de existir a guitarra, pelo menos nos dois últimos concertos. Estamos em constante mutação, mas parece-me existir esse fio condutor sempre.
A.A.: Não me parece um grande corte, aliás o trabalho do Magina vem no seguimento do que fazia nos últimos tempos de Dance Damage. Acordamos foi manter uma bateria na equação e como não havia mais ninguém atirei-me eu.
Quais são os riscos de embarcar no meta-prog? Como surge essa convicção?
P.M.: Acho que passo essa... Mas não existem riscos porque não me parece que embarquemos em nada em concreto. Rasamos muita coisa mas nunca vamos à procura de algo rotulado já à partida.
A.A.: Os riscos parecem-me demasiado extensos e intrincados para estar agora a discorrer sobre eles. Trata-se de um comboio de inaptos e aleijadinhos.
“Menasso” parece ser por estas alturas um tema badalado. Acreditam que será como uma espécie de hit single para o futuro?
P.M.: Não. [risos] Menasssssssooooooooooo.
A.A.: O futuro é sempre uma premonição do devir não é? M.E.N.A.S.S.O.
Tanto quanto sei tocaram já duas vezes ao vivo, uma no Outfest e outra na Fábrica do Som. Como correram essas apresentações?
P.M.: Eu curti o Outfest, mas na Fábrica de Som não tanto...
A.A.: No Outfest foi bastante controlado e na Fábrica de Som bastante estrangulado.
Parece-me que os Aquaparque são uma banda oficialmente a actuar na cidade do Porto. Como é para vocês viverem no Porto?
A.A.: Vou ter de passar esta, eu vivo em Santo Tirso.
P.M.: Somos uma banda a ensaiar oficialmente na cidade do Porto. Se nos cingíssemos a actuações apenas aqui não passava de ensaios mesmo. O Porto é actualmente uma cidade apática e sem sabor! Deixou de existir interesse ou será comodismo? A cultura de ir assistir a concertos não existe e os espaços que albergam os concertos simplesmente não os divulgam. Em Lisboa parece-me existir o contrário, mesmo em espaços mais pequenos e com um orçamento muito escasso. A nível autárquico já se sabe o degredo que é...e é deprimente ver a cidade a tomar as imponentes formas contemporâneas e a destruir uma grande parte do significado e alma desta cidade. Resta-nos a parte física da ribeira e das ruas típicas que ainda resistem, por enquanto...mas só de dia, porque à noite é um deserto...
Quais são as reais oportunidades de tocar ao vivo para uma banda como a vossa actualmente? Existem convites ou a iniciativa parte na maior parte das vezes de vocês?
A.A.: Ainda estamos para ver, na verdade. Apenas agora encontramos uma sala de ensaios para dar-lhe na consistência e sedução da banda.
P.M.: Ainda é muito cedo para existirem convites, por isso actualmente a iniciativa parte de nós.
Existem alguns temas no vosso myspace. Para quando um CD-R ou mesmo um disco?
A.A.: Em perfeita consciência, não faço ideia.
P.M.: Não sei. Não costumamos planear muito essas coisas. Podemos ir amanhã gravar um ou dois temas e editá-los... Ou não... Se calhar gravamos seis temas. Veremos.
andregomes@bodyspace.net
RELACIONADO / Aquaparque