DISCOS
Thief
Sunchild
· 29 Mar 2007 · 08:00 ·
Thief
Sunchild
2007
Sonar Kollectiv
Sítios oficiais:
- Sonar Kollectiv
Sunchild
2007
Sonar Kollectiv
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Thief
Sunchild
2007
Sonar Kollectiv
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Sunchild
2007
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Depois do jazz e da soul, a folk parece ser a próxima a ser dissecada pela geração tecnológica.
A alvorada soou. E o Sol já escorre a sua luz pelas colinas. Só quem ainda não tenha acordado do sono quase perpetuo é que ainda não se apercebeu que a folk está a ser recuperada pela mesma geração que há 10 anos atrás decidiu recuperar da memória comum velhos paradigmas jazz e soul e integrá-los num novo contexto digital – e dançável ao ponto de atrair a dance scene mundial para novos propósitos estéticos. Axel Reinemer e Stefan Leisering, núcleo duro dos Jazzanova e arquitectos do Extended Spirit, fazem parte dessa geração pioneira que, muito graças à capacidade de interiorização da matriz musical afro-americana e dispondo dos equipamentos e da técnica perfeita, conseguiram dar forma aos sonhos que antes soavam irrealistas.
Com um certo desvanecimento do nu-jazz e a ambição de seguir em frente – parando por momentos de olhar para os últimos 10 anos de actividades – o que começou por ser uma simples curiosidade compilada em volumes de Secret Love, tornou-se num objectivo transformado em projecto sério: Thief. O que nos chega agora é o álbum de estreia de um projecto que une os dois Jazzanova a Sasha Gottschalk. Sunchild é um conjunto de formas que se ergueram da inspiração de um trio disposto a ter a guitarra acústica em riste e uma voz serena em busca de acção instigadora. Disposto, também, a impor a emigração da alma do centro urbano para o campo rural.
Que não haja dúvidas: a escrita de canções é a premissa para toda a operação. E, em busca de um virtuosismo orquestral que nada deve à ingenuidade, procura-se a perfeição estética de uma neo-folk liberal que deixa-se ocasionalmente contaminar por partículas digitais. Naturalmente que por aqui não se renegam as raízes que nos anos 60 deram forma à folk clássica de Steely Dan, à envergadura pop dos Beatles ou o soft rock-soul dos Free Design. Nem se ignoram as ferramentas essências na construção de uma estrutura lírica básica.
É certo que nem sempre todas as canções funcionam em pleno, havendo algumas escoregadelas pontuais que descaracterizam o ambiente – “I cant Remember” soa a UNKLE no seu pior. Ou deixam algum amargo na boca como é o caso de “Somewhere” que, numa aproximação desnecessária ao modelo de canção de Erlend Oye, deita a perder uma oportunidade solarenga quando electrónica mitiga a vivacidade do estilo e ofusca uma mística onde supostamente a essência dos sentimentos deveria sobrepor-se à lógica da programação. Nada verdadeiramente muito grave, apenas desnecessário num disco pautado por uma produção imaculada. Afinal, uma imagem de marca dos Jazzanova.
Rafael SantosCom um certo desvanecimento do nu-jazz e a ambição de seguir em frente – parando por momentos de olhar para os últimos 10 anos de actividades – o que começou por ser uma simples curiosidade compilada em volumes de Secret Love, tornou-se num objectivo transformado em projecto sério: Thief. O que nos chega agora é o álbum de estreia de um projecto que une os dois Jazzanova a Sasha Gottschalk. Sunchild é um conjunto de formas que se ergueram da inspiração de um trio disposto a ter a guitarra acústica em riste e uma voz serena em busca de acção instigadora. Disposto, também, a impor a emigração da alma do centro urbano para o campo rural.
Que não haja dúvidas: a escrita de canções é a premissa para toda a operação. E, em busca de um virtuosismo orquestral que nada deve à ingenuidade, procura-se a perfeição estética de uma neo-folk liberal que deixa-se ocasionalmente contaminar por partículas digitais. Naturalmente que por aqui não se renegam as raízes que nos anos 60 deram forma à folk clássica de Steely Dan, à envergadura pop dos Beatles ou o soft rock-soul dos Free Design. Nem se ignoram as ferramentas essências na construção de uma estrutura lírica básica.
É certo que nem sempre todas as canções funcionam em pleno, havendo algumas escoregadelas pontuais que descaracterizam o ambiente – “I cant Remember” soa a UNKLE no seu pior. Ou deixam algum amargo na boca como é o caso de “Somewhere” que, numa aproximação desnecessária ao modelo de canção de Erlend Oye, deita a perder uma oportunidade solarenga quando electrónica mitiga a vivacidade do estilo e ofusca uma mística onde supostamente a essência dos sentimentos deveria sobrepor-se à lógica da programação. Nada verdadeiramente muito grave, apenas desnecessário num disco pautado por uma produção imaculada. Afinal, uma imagem de marca dos Jazzanova.
r_b_santos_world@hotmail.com
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