DISCOS
Mike Shannon
Possible Conclusions To Stories That Never End
· 24 Mai 2006 · 08:00 ·
Mike Shannon
Possible Conclusions To Stories That Never End
2006
~Scape / Flur


Sítios oficiais:
- ~Scape
- Flur
Mike Shannon
Possible Conclusions To Stories That Never End
2006
~Scape / Flur


Sítios oficiais:
- ~Scape
- Flur
Incorre de parecer cruel questionar a consistência de um disco a partir da ambição do seu título, mas Possible Conclusions To Stories That Never End é, de facto, tão vago e maçador como o seu nome leva a suspeitar. Com o lançamento deste seu segundo longo empreendimento, Mike Shannon, gestor de laptopia diversa emergido da cena electrónica canadiana, entrega-se à árdua tarefa de limitar a pouco menos de uma hora a variedade de emoções que foi acumulando em viagens pelo Ontário, Valência ou Tóquio (representada sob a forma de alguns field-recordigs). Shannon desejaria, à partida, proporcionar um listener digest que traduzisse eficazmente a distância que o próprio percorreu. Sendo que, para atrair até si os curiosos casuais, tal exposição personalizada necessitaria de um número mínimo de componentes atractivas que o diferenciassem de qualquer outro disco amanhado num laptop topo de gama. Pode-se dizer que conhece Shannon os cantos à casa do groove e que dessa abusa como se fosse uma fonte de energia renovável. Integram o rol de ingredientes o contra-baixo em extravasamento de coolness em “Tears”, a voz anti-gravitacional em sexual colisão Cronenbergiana com um espesso mural de graves em “Miyako”, simulações rítmicas de tudo o que faz da noite citadina um playground. Porém, é no dosear dos ingredientes que acaba Possible Conclusions To Stories That Never End por descarrilar para uma desproporcionalidade entediante. Ao ponto de parecer roçar a eternidade quando nem sequer dobrou a sua metade. Nestas circunstância de maratona, valem como shots de bebidas enérgicas alguns detalhes que, nem assim, surpreendem quem mantenha uma familiaridade mínima com o catálogo da ~Scape. Detalhes de médio interesse como o freestyle nocturno de Moral Undulation, que muito se assemelha a um sósia de Michael Franti dispensado por Pole a Shannon para a ocasião. Para mais, o autor de Slight of Hand conta com concorrência conterrânea de peso no dub cerebral que tem valido a Deadbeat excelentes discos. Antes fossem estas histórias intermináveis.
Miguel Arsénio
migarsenio@yahoo.com

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