DISCOS
V/A
Music for Baby!
· 09 Abr 2006 · 08:00 ·

V/A
Music for Baby!
2004
Amorfon
Sítios oficiais:
- Amorfon
Music for Baby!
2004
Amorfon
Sítios oficiais:
- Amorfon

V/A
Music for Baby!
2004
Amorfon
Sítios oficiais:
- Amorfon
Music for Baby!
2004
Amorfon
Sítios oficiais:
- Amorfon
Alinhar seguidamente as escutas de Kindermusik e Music for Baby! obriga a um ajustamento preciso do discernimento a confrontar cada escuta – tão somente porque o sentido da mensagem aqui é o inverso: parte da execução de música apropriada à mineralização do fluído amniótico que circunda o feto ou a ocupar o lugar da caixinha de música sincronizada com a rotação de um móbil colocado acima de um berço. Passam os intervenientes a ocupar o lugar da ama-seca por via da música. Pese embora a presença de alguns momentos verdadeiramente encantadores (aqui, como em qualquer outro sampler), a intenção pouco clara de algumas passagens impede Music for Baby! de garantir a coesão do seu correspondente recém-nascido.
Senão vejamos: alguém teve a brilhante ideia de suavizar minimamente o bombear de um protótipo avassaladoramente industrial e crer que isso podia ser terapêutico para o melhor lidar com o escuro por parte dos miúdos. O colectivo nipónico de turntablists BusRatch bem pode ir poupando dinheiro para as fraldas dos putos a quem venha a dar escutar o catártico “Toy Sleepy”. Ryoichi Kurokawa, que já se ocupou de desenvolver conceitos visuais para Ryuichi Sakamoto, assume a responsabilidade da mais microscópico e desafiante falsa canção de embalar – e isto com um glitch, que ascende como labareda, entrelaçado com a abstracta presença de um loop que atravessa “Memoria” como uma borboleta embriagada. Murcof não está só. A representar o Ocidente, Owen Ashworth (o nome ocultado por Casiotone for the Painfully Alone) e os franceses DAT Politics não surgem deslocados entre as fileiras recrutadas para esta missão. Também eles sabem cultivar a criancice: o primeiro dá-se à partilha de um breve cameo da “roufenhice” cada vez mais inerente ao nome que o anuncia, os segundos comparecem num registo bem menos fragmentado que o habitual, mas tão viciantes como sempre e nem sequer é preciso usar chucha para dançar ao som do reaproveitamento oportuno de blips e blops a que devia ser interdita a entrada no milénio em que vivemos.
Miguel ArsénioSenão vejamos: alguém teve a brilhante ideia de suavizar minimamente o bombear de um protótipo avassaladoramente industrial e crer que isso podia ser terapêutico para o melhor lidar com o escuro por parte dos miúdos. O colectivo nipónico de turntablists BusRatch bem pode ir poupando dinheiro para as fraldas dos putos a quem venha a dar escutar o catártico “Toy Sleepy”. Ryoichi Kurokawa, que já se ocupou de desenvolver conceitos visuais para Ryuichi Sakamoto, assume a responsabilidade da mais microscópico e desafiante falsa canção de embalar – e isto com um glitch, que ascende como labareda, entrelaçado com a abstracta presença de um loop que atravessa “Memoria” como uma borboleta embriagada. Murcof não está só. A representar o Ocidente, Owen Ashworth (o nome ocultado por Casiotone for the Painfully Alone) e os franceses DAT Politics não surgem deslocados entre as fileiras recrutadas para esta missão. Também eles sabem cultivar a criancice: o primeiro dá-se à partilha de um breve cameo da “roufenhice” cada vez mais inerente ao nome que o anuncia, os segundos comparecem num registo bem menos fragmentado que o habitual, mas tão viciantes como sempre e nem sequer é preciso usar chucha para dançar ao som do reaproveitamento oportuno de blips e blops a que devia ser interdita a entrada no milénio em que vivemos.
migarsenio@yahoo.com
ÚLTIMOS DISCOS


ÚLTIMAS