DISCOS
Boards of Canada
Geogaddi
· 30 Mar 2002 · 08:00 ·

Boards of Canada
Geogaddi
2002
Warp
Sítios oficiais:
- Boards of Canada
- Warp
Geogaddi
2002
Warp
Sítios oficiais:
- Boards of Canada
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Boards of Canada
Geogaddi
2002
Warp
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Geogaddi
2002
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“Music is math”. O título da segunda faixa de Geogaddi aproxima o duo escocês da Intelligent Dance Music de Aphex Twin ou Plaid. No entanto, houve sempre, desde o lançamento do EP “Hi Scores”, em 1996, algo mais do que beats sincopados e ritmos não lineares. Através de um minimalismo extremamente expressivo, os Boards of Canada sugerem paisagens bucólicas e etéreas, disfarçando uma agressividade sempre latente. De acordo com o interesse pela matemática assumido pelo duo, e sendo esta a única linguagem verdadeiramente universal, os sons que saem de Geogaddi acabam por ser uma complexa rede de fórmulas matemáticas e proporções douradas.
Por outro lado, a música dos BoC enche-se de mensagens subliminares que remetem o ouvinte para um universo quase esotérico e para a famosa seita de David Koresh. São precisamente os pequenos detalhes que fazem de Michael Sandison e Marcus Eoin dois vanguardistas da música electrónica, recusando o imediatismo das propostas House ou Techno. Há sempre qualquer coisa de novo a descobrir em Geogaddi, seja que “Magic Window” (a última música do álbum-1:46 de silêncio absoluto) seja afinal composto por uma frequência não audível pelo ouvido humano (Marcus Eoin “dixit”) ou que o sample de vocoder usado em “1969” e que parece a priori ininteligível seja afinal mais uma referência à seita norte-americana (“I could not follow her...She's a devoted Branch Davidian”).
Em relação a Music Has the Right To Children, Geogaddi consegue manter o hipnotismo dos samples analogue cheios de pitch benders e distorções, mas mais experimental e mais denso que nunca. É impressionante o equilíbrio do álbum, funcionando as músicas mais longas e as mais curtas como um todo (técnica já usada, aliás, em Double Figure, dos Plaid), embora as paisagens sonoras, sempre tensas, irrompam frequentemente em breaks que passam por gritos sintéticos.
Geogaddi consegue-se, assim, afirmar como mais um elemento importante da discografia já extensa de um movimento estético que começa a superar de forma absoluta a grande maioria das propostas electrónicas dos anos 90, impondo finalmente os conceitos de conceptualismo e expressionismo à música electrónica, fazendo o ouvinte pensar. Music is math, mas, como diria Sol LeWitt, “Os artistas conceptuais são mais místicos que racionalistas. Eles chegam a conclusões que a lógica não pode alcançar.” E pela lógica não se chega ao universo único dos Boards of Canada.
Para quem quiser saber mais:
Plaid - “Double Figure”
Aphex Twin - “Drukqs”
Dabrye - “One/Three”
Casino Versus Japan - “Go Hawaii”
Markant - “Infam”
Nuno CruzPor outro lado, a música dos BoC enche-se de mensagens subliminares que remetem o ouvinte para um universo quase esotérico e para a famosa seita de David Koresh. São precisamente os pequenos detalhes que fazem de Michael Sandison e Marcus Eoin dois vanguardistas da música electrónica, recusando o imediatismo das propostas House ou Techno. Há sempre qualquer coisa de novo a descobrir em Geogaddi, seja que “Magic Window” (a última música do álbum-1:46 de silêncio absoluto) seja afinal composto por uma frequência não audível pelo ouvido humano (Marcus Eoin “dixit”) ou que o sample de vocoder usado em “1969” e que parece a priori ininteligível seja afinal mais uma referência à seita norte-americana (“I could not follow her...She's a devoted Branch Davidian”).
Em relação a Music Has the Right To Children, Geogaddi consegue manter o hipnotismo dos samples analogue cheios de pitch benders e distorções, mas mais experimental e mais denso que nunca. É impressionante o equilíbrio do álbum, funcionando as músicas mais longas e as mais curtas como um todo (técnica já usada, aliás, em Double Figure, dos Plaid), embora as paisagens sonoras, sempre tensas, irrompam frequentemente em breaks que passam por gritos sintéticos.
Geogaddi consegue-se, assim, afirmar como mais um elemento importante da discografia já extensa de um movimento estético que começa a superar de forma absoluta a grande maioria das propostas electrónicas dos anos 90, impondo finalmente os conceitos de conceptualismo e expressionismo à música electrónica, fazendo o ouvinte pensar. Music is math, mas, como diria Sol LeWitt, “Os artistas conceptuais são mais místicos que racionalistas. Eles chegam a conclusões que a lógica não pode alcançar.” E pela lógica não se chega ao universo único dos Boards of Canada.
Para quem quiser saber mais:
Plaid - “Double Figure”
Aphex Twin - “Drukqs”
Dabrye - “One/Three”
Casino Versus Japan - “Go Hawaii”
Markant - “Infam”
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