DISCOS
V/A
Incidental Amplifications
· 13 Fev 2007 · 08:00 ·
V/A
Incidental Amplifications
2006
Room 40
Sítios oficiais:
- Room 40
Incidental Amplifications
2006
Room 40
Sítios oficiais:
- Room 40
V/A
Incidental Amplifications
2006
Room 40
Sítios oficiais:
- Room 40
Incidental Amplifications
2006
Room 40
Sítios oficiais:
- Room 40
A presente interrogação é recorrente: manterá a gerência do Metro de Lisboa a menor noção da crucialidade e impacto nas vidas dos utentes que pode exercer o conteúdo que emite o seu sistema sonoro? Do risco social que representa cultivar a passividade com a transmissão descontrolada de doses massivas de easy-listening genérico sem elementos vocais? Dos colapsos nervosos que pode despoletar um êxito pop mais saturado entre potenciais bombas humanas em ponto de Michael Douglas como o conhecemos a Um dia de Raiva? Visionariamente ciente desse poder impalpável, George Squier criou, em 1922, as fundações da Muzak que – de um modo muito simplista – pode ser descrita como música de cariz ambíguo adequada ao preenchimento da aura de pessoas inseridas em contextos comerciais ou de produtividade profissional. Em Incidental Amplifications, alinham-se catorze espíritos criativos em demonstrações de rebeldia face a esse domínio global alcançado pelo inventor norte-americano. O fogo combate-se com fogo e o também norte-americano Terre Thaemlitz - infame terrorista que tem na electrónica o seu principal instrumento de subversão – era escolha óbvia quando conta na sua discografia com um A-Muzak que visa contrariar todos as condutas socialmente correctas (principalmente, as sexuais) que a Muzak desde sempre procura salvaguardar. Thaemlitz invoca em “Millenial Muzak” o hip hop abertamente sexista e obnóxio como provável graffiti da candura Muzak, tal como a conhecemos a espaços comerciais onde os dias se devem passar sem alarmes ou surpresas de maior. Ou, então, procura, com isso, insinuar que a poluição é o novo Muzak pós-milenar. Muitos dos restantes presentes em Incidental Amplifications exploraram uma via mais próxima dos ruídos próprios dos espaços e encarregaram-se de combinar (e manipular) essas como que em jeito de questionação apontada à incerteza também recorrente: será mais lesante a música ambiente que os shoppings servem subliminarmente ou as interferências rotineiras que perturbam essa alimentação? Incidental Amplification não oferece respostas, mas propõe múltiplas perspectivas que estimulam amplamente a interrogação do seu conceito.
Miguel Arséniomigarsenio@yahoo.com
ÚLTIMOS DISCOS
ÚLTIMAS