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The Beauty Room
The Beauty Room
· 09 Out 2006 · 08:00 ·
The Beauty Room
The Beauty Room
2006
Peacefrog
Sítios oficiais:
- The Beauty Room
- Peacefrog
The Beauty Room
2006
Peacefrog
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- The Beauty Room
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The Beauty Room
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2006
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2006
Peacefrog
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Para quê complicar as fórmulas quando o segredo está na simplicidade descomprometida de quem gosta de fazer música?
Os The Beauty Room iniciaram as suas actividades há pouco tempo mas no curto espaço que separou a edição do single “Don't You Know” em 2005 e a edição do álbum de estreia, este novo projecto de Kirk Degiorgio, acompanhado pela voz quente de Jinadu, chamou imediatamente a atenção de nomes como Gilles Peterson ou de Mixmaster Morris. Jinadu ainda será um nome desconhecido no grande circuito, agora Degiorgio surpreendeu muitos pela viragem abrupta na metodologia de produção da sua música. Ao longo de anos habituamo-nos a ver o homem por de trás de As One como um dos senhores do techno e eram poucos os que imaginavam vê-lo agora como mentor de um projecto pop e capaz de produzir música apurada e de fino recorte como a que ouvimos em The Beauty Room.
Por vezes as ideias mais simples são mesmo as que resultam melhor, foi uma das mais-valias em 2001 quando os Zero 7 abdicaram da parafernália tecnológica e decidiram recuperar alguns princípios de pop electro-acústica perdidos na tradição – e que tiveram em alguma música dos anos 70 a sua principal escola criativa. Do regresso ás raízes acabou por resultar num evidente manifesto pop psicadélico retro recheado de momentos soul e jazz que encantaram o mundo. O sonho, o amor e todo o calor humano fizeram o resto. Talvez aí encontremos os únicos pontos em comum entre os projectos de Henry Binns e Sam Hardaker e agora de Kirk Degiorgio e Jinadu. Os The Beauty Room proporcionam hoje o mesmo prazer que a música de Simple Things em 2001, mesmo que existam diferenças substanciais entre ambos os projectos como a inexistência nesta sala requintada de partículas jazz ou a completa ausência do psicadelismo eloquente que caracterizava o trabalho debutante dos Zero 7. Com o tempo que investimos na escuta deste álbum de estreia, a ideia de comparação desvanecesse-se. No fim acabamos por encontrar alma própria e uma marca de autor definida pela eficiência da escrita de canções e naturalmente pelo profissionalismo de todos envolvidos.
Durante as primeiras audições de The Beauty Room muitos poderão rotular esta obra como retro, apesar de no presente haver algumas dúvidas sobre o verdadeiro significado da expressão e em que contexto pode ser usado de forma positiva ou negativa. Mas as designações apenas farão desviar-nos do verdadeiro conteúdo: a boa musica. Com o tempo nada fará abalar a nossa a convicção de que ainda se faz música com o coração nas mãos e que nada desmobilizará a nossa atenção de uma produção cuidada, simples e sem preconceitos. Se é de substância que hoje em dia procuramos na música, aqui encontramo-la ao ponto de nos encantar a alma. O piano, a guitarra acústica, o Fender Rhodes, a soul, as excelentes orquestrações da The Heritage Orchestra ou nomes como Brian Wilson, Steely Dan, CSN&Y, ou outras entidades influentes dos anos 70, contribuem para a envergadura estética da obra e asseguram-nos a credibilidade sonora.
Há ocasiões em que não haverá grande necessidade em explicar muito mais o que está diante de nós. Primeiro porque logo no contacto imediato com a obra o ouvinte apercebe-se dos intentos dos autores. Segundo porque a principal função da música enquanto arte ainda é proporcionar prazer. Daí em diante há questões e dúvidas secundárias que merecerão ser colocadas e respondidas noutras alturas. Por agora contemplar a beleza de The Beauty Room será mesmo a prerrogativa principal enquanto se admite de boa verdade que a alma ainda é quem produz a melhor música. Depois o futuro dirá que papel este disco terá na história.
Rafael SantosPor vezes as ideias mais simples são mesmo as que resultam melhor, foi uma das mais-valias em 2001 quando os Zero 7 abdicaram da parafernália tecnológica e decidiram recuperar alguns princípios de pop electro-acústica perdidos na tradição – e que tiveram em alguma música dos anos 70 a sua principal escola criativa. Do regresso ás raízes acabou por resultar num evidente manifesto pop psicadélico retro recheado de momentos soul e jazz que encantaram o mundo. O sonho, o amor e todo o calor humano fizeram o resto. Talvez aí encontremos os únicos pontos em comum entre os projectos de Henry Binns e Sam Hardaker e agora de Kirk Degiorgio e Jinadu. Os The Beauty Room proporcionam hoje o mesmo prazer que a música de Simple Things em 2001, mesmo que existam diferenças substanciais entre ambos os projectos como a inexistência nesta sala requintada de partículas jazz ou a completa ausência do psicadelismo eloquente que caracterizava o trabalho debutante dos Zero 7. Com o tempo que investimos na escuta deste álbum de estreia, a ideia de comparação desvanecesse-se. No fim acabamos por encontrar alma própria e uma marca de autor definida pela eficiência da escrita de canções e naturalmente pelo profissionalismo de todos envolvidos.
Durante as primeiras audições de The Beauty Room muitos poderão rotular esta obra como retro, apesar de no presente haver algumas dúvidas sobre o verdadeiro significado da expressão e em que contexto pode ser usado de forma positiva ou negativa. Mas as designações apenas farão desviar-nos do verdadeiro conteúdo: a boa musica. Com o tempo nada fará abalar a nossa a convicção de que ainda se faz música com o coração nas mãos e que nada desmobilizará a nossa atenção de uma produção cuidada, simples e sem preconceitos. Se é de substância que hoje em dia procuramos na música, aqui encontramo-la ao ponto de nos encantar a alma. O piano, a guitarra acústica, o Fender Rhodes, a soul, as excelentes orquestrações da The Heritage Orchestra ou nomes como Brian Wilson, Steely Dan, CSN&Y, ou outras entidades influentes dos anos 70, contribuem para a envergadura estética da obra e asseguram-nos a credibilidade sonora.
Há ocasiões em que não haverá grande necessidade em explicar muito mais o que está diante de nós. Primeiro porque logo no contacto imediato com a obra o ouvinte apercebe-se dos intentos dos autores. Segundo porque a principal função da música enquanto arte ainda é proporcionar prazer. Daí em diante há questões e dúvidas secundárias que merecerão ser colocadas e respondidas noutras alturas. Por agora contemplar a beleza de The Beauty Room será mesmo a prerrogativa principal enquanto se admite de boa verdade que a alma ainda é quem produz a melhor música. Depois o futuro dirá que papel este disco terá na história.
r_b_santos_world@hotmail.com
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