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Peeesseye
Oo-ee-oo (Burnt Offering)
· 04 Out 2006 · 08:00 ·

Peeesseye
Oo-ee-oo (Burnt Offering)
2006
Evolving Ear
Sítios oficiais:
- Evolving Ear
Oo-ee-oo (Burnt Offering)
2006
Evolving Ear
Sítios oficiais:
- Evolving Ear

Peeesseye
Oo-ee-oo (Burnt Offering)
2006
Evolving Ear
Sítios oficiais:
- Evolving Ear
Oo-ee-oo (Burnt Offering)
2006
Evolving Ear
Sítios oficiais:
- Evolving Ear
Meia hora numa cave em New Jersey revela-se como um dos melhores momentos da improvisação de 2006.
São de Brooklyn, são um trio, são um dos nomes maiores da Evolving Ear, editora dedicada à música experimental. Esta é a contextualização que se tornava obrigatória antes que fossem tecidos outros comentários acerca dos peeesseye (diz-se PSI, o nome pelo qual já foram conhecidos anteriormente). Jaime Fennelly, Chris Forsyth e Fritz Welch juntaram-se para formar o colectivo em 2002 com a missão de explorar os limites dos instrumentos e o espaço acústico em que habitam. Na verdade, este Oo-ee-oo (Burnt Offering) soa exactamente assim, como o esticar dos instrumentos por vezes ao limite máximo do irreconhecível ou em ultima instância, transformar objectos comuns em instrumentos como mera reacção a um impulso.
Gravado ao vivo numa cave em New Jersey, o CD-R Oo-ee-oo (burnt offering) contém apenas uma longa faixa (de mais de 30 minutos), uma extensa edificação em que quase metade (a primeira) é construída com base num som de guitarra acústica repetido infinitamente; aí juntam-se vozes, (devaneantes ou iradas mas eternamente pungentes) e harmónio, além de ruídos não identificáveis, essências para a construção de uma espécie de clímax (onde o harmónio, ondulante e em subida de volume, cumpre também papel importante), que, depois de acabado, faz a passagem de testemunho para a segunda parte.
A segunda parte da composição, embora utilizando mais ou menos os mesmos elementos da primeira, desenha-se de forma mais abstracta e menos directa. Há nesta segunda parte mais espaço para a espontaneidade e improvisação: enquanto que o primeiro capítulo parecia resultar da exploração mais ou menos controlada de uma espécie de base de partida, aqui os Peeesseye actuam sem rede de segurança. Actuam adicionando à mistura mais percussão (desordenada, caótica e aleatória), criando um clima ainda mais claustrofóbico e fechado, cortando ainda mais as entradas de ar da sala.
Ritual estranho este que aqui se desenvolve. Ao longo de meia hora os Peeesseye confirmam-se sem problemas como um dos projectos americanos de improvisação a ter em atenção nos dias de hoje (assim como a Evolving Ear). Continuamente pulsante, constantemente desafiante, por vezes até assustador (na sua imprevisibilidade, na sua visão do mundo, nos seus cenários inacessíveis), Oo-ee-oo (burnt offering) é um estranho e revelador cosmos que urge ser descoberto.
André GomesGravado ao vivo numa cave em New Jersey, o CD-R Oo-ee-oo (burnt offering) contém apenas uma longa faixa (de mais de 30 minutos), uma extensa edificação em que quase metade (a primeira) é construída com base num som de guitarra acústica repetido infinitamente; aí juntam-se vozes, (devaneantes ou iradas mas eternamente pungentes) e harmónio, além de ruídos não identificáveis, essências para a construção de uma espécie de clímax (onde o harmónio, ondulante e em subida de volume, cumpre também papel importante), que, depois de acabado, faz a passagem de testemunho para a segunda parte.
A segunda parte da composição, embora utilizando mais ou menos os mesmos elementos da primeira, desenha-se de forma mais abstracta e menos directa. Há nesta segunda parte mais espaço para a espontaneidade e improvisação: enquanto que o primeiro capítulo parecia resultar da exploração mais ou menos controlada de uma espécie de base de partida, aqui os Peeesseye actuam sem rede de segurança. Actuam adicionando à mistura mais percussão (desordenada, caótica e aleatória), criando um clima ainda mais claustrofóbico e fechado, cortando ainda mais as entradas de ar da sala.
Ritual estranho este que aqui se desenvolve. Ao longo de meia hora os Peeesseye confirmam-se sem problemas como um dos projectos americanos de improvisação a ter em atenção nos dias de hoje (assim como a Evolving Ear). Continuamente pulsante, constantemente desafiante, por vezes até assustador (na sua imprevisibilidade, na sua visão do mundo, nos seus cenários inacessíveis), Oo-ee-oo (burnt offering) é um estranho e revelador cosmos que urge ser descoberto.
andregomes@bodyspace.net
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