DISCOS
Dani Siciliano
Slappers
· 15 Set 2006 · 08:00 ·
Dani Siciliano
Slappers
2006
!K7
Sítios oficiais:
- Dani Siciliano
- !K7
Slappers
2006
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Sítios oficiais:
- Dani Siciliano
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Dani Siciliano
Slappers
2006
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- Dani Siciliano
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2006
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- Dani Siciliano
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Ao segundo álbum encontramos Dani Siciliano mais madura mas ainda dependente do mago da electrónica experiental Matthew Herbert. Mas por quanto mais tempo?
Dizem que por detrás de um grande homem existe uma grande mulher. Poderá dizer-se também o inverso. Ou pura e simplesmente achar-se que tudo não passa de mais um disparate imposto por uma sociedade e a sua respectiva cultura para explicar o sucesso de um com uma presença psicológica de bastidor de outra. O importante é explorar o potencial individual e não haverá vergonha em admitir que a ajuda de terceiros possa contribuir para a formação pessoal e o desenvolvimento de carácter.
Apesar da relação conjugal de Herbert e Siciliano permitir uma simbiose perfeita no plano artÃstico desde 1998, ambos terão chegado à conclusão que a vida criativa partilhada à sombra da mesma árvore teria de terminar de forma a evitar constrangimentos criativos em dias futuros. Ou seja, depois da confirmação de sucesso, chegou a hora para ambos caminharem em novas e diferentes direcções.
Olhando para trás, é inegável a dependência que ambos tinham um do outro: por um lado, a voz sensual, quente e confiante de quem encontrou nos clubes de jazz de São Francisco a escola e, consequentemente, a maleabilidade para moldar as cordas vocais de forma singular; por outro, a inspiração de um músico disposto a romper, com a sua electrónica experimental e eloquentemente rude, os cânones da programação convencional. Ambos necessitavam de um diálogo de personalidades para atingir um determinado patamar e assim realizarem-se artisticamente. Da parceria nasceram alguns dos momentos mais interessantes que a memória recorda, como Around the House ou Bodily Functions, que sem Dani Siciliano não teriam certamente o mesmo impacto no mundo, como também não podemos esquecer que a electrónica impulsiva de Herbert resultou como o suporte ideal para as ideias por de trás de Likes… e agora de Slappers.
Talvez a dependência tenha-se tornado tão grande que seja indissociável a música de um sem a voz de outra e vice-versa. Daà haver sempre, a cada registo, alguma familiaridade sonora, uma marca com um estilo difÃcil de confundir. Mesmo agora que foi declarado o fim da simbiose criativa, o novo álbum de Dani acaba por ter em todos os momentos a participação de Herbert e naturalmente os seus traços caracterÃsticos. E apesar Dani pretender alguma independência criativa e de ter encontrado uma necessidade de assumir o papel de produtora, acabou por preferir a segurança confortável de quem faz esse trabalho com o engenho e profissionalismo exigido.
Para além dos tiques de Herbert, a voz de Dani é segura de si mas também disposta a procurar novos tons e desafiar-se para além do habitual. Ao contrário de Likes…, Slappers revela alguma maturidade criativa e, apesar da electrónica experimental do músico britânico, sempre em exploração individual dos paradigmas do techno e do electro-funk, encontram-se espaços com intimidade onde os sentimentos movimentam-se com liberdade, momentos capazes de outorgar alma e calor humano aos sons frios da electrónica. De certa forma evitam-se algumas coações registadas no primeiro registo que obrigavam a cantora a subjugar-se à matéria sonora de outros. A abertura a uma maior participação de instrumentos acústicos e a investigação de novas tipologias permitem novas possibilidades de exploração no futuro. Um abrir de portas com utilidade na era pós-Herbert.
Desejar-se-ia que este álbum tivesse um traço de autor mais vincado e que todo potencial criativo de Siciliano estivesse exposto em plenitude. Ainda não foi possÃvel e enquanto o fantasma de Herbert pairar sobre a sua voz, nunca encontrará – e por boa que agora seja a impressão de Slappers – a base formal para uma completa individualidade criativa.
Rafael SantosApesar da relação conjugal de Herbert e Siciliano permitir uma simbiose perfeita no plano artÃstico desde 1998, ambos terão chegado à conclusão que a vida criativa partilhada à sombra da mesma árvore teria de terminar de forma a evitar constrangimentos criativos em dias futuros. Ou seja, depois da confirmação de sucesso, chegou a hora para ambos caminharem em novas e diferentes direcções.
Olhando para trás, é inegável a dependência que ambos tinham um do outro: por um lado, a voz sensual, quente e confiante de quem encontrou nos clubes de jazz de São Francisco a escola e, consequentemente, a maleabilidade para moldar as cordas vocais de forma singular; por outro, a inspiração de um músico disposto a romper, com a sua electrónica experimental e eloquentemente rude, os cânones da programação convencional. Ambos necessitavam de um diálogo de personalidades para atingir um determinado patamar e assim realizarem-se artisticamente. Da parceria nasceram alguns dos momentos mais interessantes que a memória recorda, como Around the House ou Bodily Functions, que sem Dani Siciliano não teriam certamente o mesmo impacto no mundo, como também não podemos esquecer que a electrónica impulsiva de Herbert resultou como o suporte ideal para as ideias por de trás de Likes… e agora de Slappers.
Talvez a dependência tenha-se tornado tão grande que seja indissociável a música de um sem a voz de outra e vice-versa. Daà haver sempre, a cada registo, alguma familiaridade sonora, uma marca com um estilo difÃcil de confundir. Mesmo agora que foi declarado o fim da simbiose criativa, o novo álbum de Dani acaba por ter em todos os momentos a participação de Herbert e naturalmente os seus traços caracterÃsticos. E apesar Dani pretender alguma independência criativa e de ter encontrado uma necessidade de assumir o papel de produtora, acabou por preferir a segurança confortável de quem faz esse trabalho com o engenho e profissionalismo exigido.
Para além dos tiques de Herbert, a voz de Dani é segura de si mas também disposta a procurar novos tons e desafiar-se para além do habitual. Ao contrário de Likes…, Slappers revela alguma maturidade criativa e, apesar da electrónica experimental do músico britânico, sempre em exploração individual dos paradigmas do techno e do electro-funk, encontram-se espaços com intimidade onde os sentimentos movimentam-se com liberdade, momentos capazes de outorgar alma e calor humano aos sons frios da electrónica. De certa forma evitam-se algumas coações registadas no primeiro registo que obrigavam a cantora a subjugar-se à matéria sonora de outros. A abertura a uma maior participação de instrumentos acústicos e a investigação de novas tipologias permitem novas possibilidades de exploração no futuro. Um abrir de portas com utilidade na era pós-Herbert.
Desejar-se-ia que este álbum tivesse um traço de autor mais vincado e que todo potencial criativo de Siciliano estivesse exposto em plenitude. Ainda não foi possÃvel e enquanto o fantasma de Herbert pairar sobre a sua voz, nunca encontrará – e por boa que agora seja a impressão de Slappers – a base formal para uma completa individualidade criativa.
r_b_santos_world@hotmail.com
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