DISCOS
Underworld
Dubnobasswithmyheadman
· 15 Ago 2002 · 08:00 ·
Underworld
Dubnobasswithmyheadman
1993
Wax Trax!


Sítios oficiais:
- Underworld
Underworld
Dubnobasswithmyheadman
1993
Wax Trax!


Sítios oficiais:
- Underworld
Os Underworld são hoje um dos casos de mais unânime referência no que toca a álbuns fundamentais no campo da electrónica. Discos como “Dubnobasswithmyheadman” e “Second Toughest in the Infants” têm aparecimentos frequentes nas listas de melhores discos em domínios electrónicos.

Formados em 1988, os Underworld eram inicialmente um duo, composto por Karl Hyde e Rick Smith. Estreiam-se em disco nesse mesmo ano, com “Underneath the Radar”, um álbum ainda longe do patamar onde as suas duas obras-primas os iriam colocar. Um ano depois surge o igualmente desinteressante “Change the Weather” e é depois daqui que começa a revolução Underworld. Darren Emerson viria a juntar-se à banda e é ele o grande impulsionador da nossa forma de os Underworld encararam a música dançante. Os Underworld renascem em 1993 com uma série de importantes pistas em máxis, que viriam depois a ser condensadas neste disco, um dos mais marcantes da sua época e no seu domínio. É também neste disco que é dado o ponto de partida para aquele que seria o grande tema do grupo, a canção “Born Slippy”, que muitos conhecerão do filme “Trainspotting”. Entretanto, os Underworld fizeram várias remisturas entre as quais se destacam os nomes de Depeche Mode, Björk e Leftfield.

No campo da música de dança, o objecto de álbum não tem sempre uma coesão e estrutura coerente. Isto porque a concretização de muitas intenções acontece em máxi-singles, e por isso a junção de um conjunto de tantos máxis-singles em álbum pode não resultar da melhor forma. “Dubnobasswithmyheadman” é nesse aspecto um álbum seguro, isto porque consegue como poucos outros, em domínios dançantes, uma coesão e estrutura de álbum impecáveis.

O álbum é guiado sob uma batuta que passa pelo acid house, techno e dub, muito diferente daquilo que já havia sido feito para trás, em canções extensas que andam à volta dos 7/8 minutos. Temas como “MMM Skyscraper I Love You”, “Cowgirl” ou “Dark & Long” são dos melhores do álbum, e mostram uma capacidade para recontextualizar as regras da escrita e modelação das canções. O vocalista Karl Hyde dá ao disco uma consciência narrativa que, quando contextualizada nos ritmos dançantes, transmite ao álbum um certo ar de mistério. É certo que os ritmos têm uma repetição nas canções desgastante, mas quem está habituado a ouvir este tipo de música já lida perfeitamente com isso, e é algo que neste tipo de sons é funcional.
Tiago Gonçalves
tgoncalves@bodyspace.net
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