Passaram mais de trinta anos sobre o desfecho dos Beatles, e o mundo continua a ver neles uma das melhores bandas de todos os tempos. Os quatro mágicos ingleses estavam à frente do seu tempo. Uma nova forma de escrever canções emergia, que primeiramente começou por chocar, mas que acabou por render tudo e todos. O que dizer sobre eles? Praticamente tudo o que havia por dizer já foi dito. Dezenas de livros já contaram e re-contaram a sua história, centenas de sites fazem o mesmo, milhares de fãs vêm neles <<a>> banda do século XX. Quem não sabe que eram formados por George Harrison, John Lennon, Paul McCartney e Ringo Starr? Quem não sabe que eram de Liverpool? Ou que têm na sua discografia álbuns tão históricos como “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band�?

Este disco surge em 1967. Meses antes já havia sido lançado o marcante “Sgt Pepper Lonely Hearts Club�, uma das obras-primas mais lendárias do pop/rock. È também nesse ano que se estreia em disco Jimi Hendrix, que os Doors lançavam o seu álbum homónimo ou que os Velvet Underground depois de algumas dificuldades em arranjar editora lançavam o também marcante e histórico “The Velvet Underground And Nico�.

“Magical Mystery Tour� é enquanto disco um produto estranho. Isto porque está dividido em duas partes (não originalmente), e uma audição do principio ao fim do álbum pode parecer algo incoerente. As primeiras seis músicas são as que os Beatles compuseram para o filme, e estavam editadas originalmente no EP “Magical Mystery Tour�. Os restantes temas que compõem o disco são singles editados pela banda no ano de 1967. Juntaram-se a este disco primeiramente na edição norte-americana, que se veio depois a generalizar a todo o mundo.

O álbum tem quase na sua totalidade a chancela da dupla Lennon/McCartney, exceptuando o instrumental “Flying�, da autoria dos quatro Beatles, e o tema “Blue Jay Way� da autoria de George Harrison (curiosamente um dos piores do disco). É constituído por alguns clássicos do pop/rock (que disco dos Beatles não é...!) como Strawberry Fields Forever, Penny Lane (esta já considerada melhor canção de sempre) ou All You Need Is Love. O disco inclui figuras tão ilustres como Marianne Faithfull, Mick Jagger ou Eric Clapton nos coros e é produzido como sempre pelo “quinto Beatle� George Martin.

Marcante pelo contexto, como também pelas músicas que encerra, este álbum peca apenas pela incoerência.