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Arya
Arya
· 30 Nov 2004 · 08:00 ·
O relâmpago não engana. Este espalha-se pelos céus negros que cobrem um aeródromo e, como primeiro contacto de grau visual, adequa-se na perfeição aos Arya. Observado à devida distância, o fenómeno que provoca espanto logo se revela apenas mais um. Da mesma maneira que o disco homónimo dos aveirenses parte condenado ao esquecimento aos ouvidos de quem contempla o meio musical hard-rock como curioso e não como meteorologista.
Formados em 1998, os Arya revelaram-se pródigos na forma como, em tão curto perÃodo de tempo, alcançaram uma significante reputação nos meandros hard-rock / metal. Reputação essa que lhes vai valendo a solicitação frequente para concertos um pouco por todo o paÃs. Principalmente por território algarvio, onde gozam de avantajada popularidade (não fora essa a zona do paÃs onde se realiza o maior número de reuniões de "motards" por ano). O que não significa que os aveirenses sirvam apenas os propósitos de quem voa sobre duas rodas. Arya conta com o ecletismo e categoria suficientes para que, transposto para palco ou escutado por convertidos, agrade a gregos e troianos, a quem prefere casaco de cabedal e a quem não passa sem a camisa de alças (com o nome do talho local fica sempre bem).
Adicione-se à balança de aspectos positivos a sua irrepreensÃvel vertente técnica e a adequada emotividade das vocalizações a cargo de Miguel Real (cumpre plenamente as exigências do género). Por sua vez, arriscar o disco duplo (enquanto bilingue) logo ao primeiro passo parece-me, apesar de saudosamente audacioso, um passo mais largo que a perna (em direcção à queda inevitável). Escutar duas versões que, exceptuando as vocalizações em inglês e português, são praticamente idênticas não me parece a melhor forma de cativar novos militantes. Se acrescentarmos a isso o facto de cada uma das suas faixas parecer pré-concebida a um formato (esta é a balada, esta é o "hit single") e o seu conteúdo lÃrico demasiado previsÃvel, ficará a ideia mental de que a balança não pende para qualquer um dos lados.
A acrescentar-se-lhe algo que efectue o desnÃvel (o gosto incondicional pelo género pesa - e muito - a favor), dissecar a sua artificialidade não pesará contra em menor escala.
Miguel ArsénioFormados em 1998, os Arya revelaram-se pródigos na forma como, em tão curto perÃodo de tempo, alcançaram uma significante reputação nos meandros hard-rock / metal. Reputação essa que lhes vai valendo a solicitação frequente para concertos um pouco por todo o paÃs. Principalmente por território algarvio, onde gozam de avantajada popularidade (não fora essa a zona do paÃs onde se realiza o maior número de reuniões de "motards" por ano). O que não significa que os aveirenses sirvam apenas os propósitos de quem voa sobre duas rodas. Arya conta com o ecletismo e categoria suficientes para que, transposto para palco ou escutado por convertidos, agrade a gregos e troianos, a quem prefere casaco de cabedal e a quem não passa sem a camisa de alças (com o nome do talho local fica sempre bem).
Adicione-se à balança de aspectos positivos a sua irrepreensÃvel vertente técnica e a adequada emotividade das vocalizações a cargo de Miguel Real (cumpre plenamente as exigências do género). Por sua vez, arriscar o disco duplo (enquanto bilingue) logo ao primeiro passo parece-me, apesar de saudosamente audacioso, um passo mais largo que a perna (em direcção à queda inevitável). Escutar duas versões que, exceptuando as vocalizações em inglês e português, são praticamente idênticas não me parece a melhor forma de cativar novos militantes. Se acrescentarmos a isso o facto de cada uma das suas faixas parecer pré-concebida a um formato (esta é a balada, esta é o "hit single") e o seu conteúdo lÃrico demasiado previsÃvel, ficará a ideia mental de que a balança não pende para qualquer um dos lados.
A acrescentar-se-lhe algo que efectue o desnÃvel (o gosto incondicional pelo género pesa - e muito - a favor), dissecar a sua artificialidade não pesará contra em menor escala.
migarsenio@yahoo.com
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