DISCOS
Aim
Hinterland
· 01 Jul 2002 · 08:00 ·
Aim
Hinterland
2002
Grand Central


Sítios oficiais:
- Aim
- Grand Central
Aim
Hinterland
2002
Grand Central


Sítios oficiais:
- Aim
- Grand Central
O Hip Hop mistura-se hoje com inúmeros estilos de música. Isso está relacionado com a banalização do Hip Hop perante os ouvintes. De facto, hoje em dia na música, a palavra "fusão" é cada vez mais imprescindível para quem quer surpreender e quer ser acompanhado de alguma credibilidade. Aim é um dos muitos nomes que está actualmente por essas áreas, é apenas mais um portanto, mas que consegue de uma forma perfeitamente consistente misturar o hip hop com os demais estilos que se ouvem pelas ondas sonoras que nos atravessam os ouvidos durante o dia-a-dia.

Aim, de verdadeiro nome Andy Turner, é britânico e é um dos nomes mais destacados na editora Grand Central desde 1995, altura em que lançou o EP de estreia "Pacific Northwest". Começou a sua carreira em 1989 como Dj de música essencialmente Rap, e foi parar à Grand Central depois de conhecer um dos nomes de proa dessa editora, Mark Rae. Outros EP’s se seguiram até que em 1999 surgi-se finalmente o álbum de estreia "Cold Water Music". Em 2002 surge o segundo álbum, "Hinterland", que mantém a fasquia, contrariando os "ouvidos" mais pessimistas.

Para este segundo álbum, Andy Turner dirigiu uma série de convites a pessoas com características que se adequavam mais à música onde iriam participar, que se cantadas pelo próprio Andy Turner, não teriam o efeito pretendido. Assim, Kate Rogers e Redbone participam no tema "The Girl Who Fell Through the Ice", uma música com travo pop onde as influências de Hip Hop ficam um pouco de parte. Souls of Mischief participa em "No Restriction" uma música claramente Hip Hop, com um ritmo de vozes muito fluente e com uma letra que reforça essa chama à volta do Rap. Em "Good Disease", outro tema de natureza pop, a voz suave e frágil de Stephen Jones marca o ritmo, e em "The Omen", Diamond D leva a música para caminhos mais ligados ao soul. O álbum desenvolve-se depois por entre instrumentais e temas cantados pelo próprio Andy Turner, ora em registos mais dançáveis ora em temas onde a batida é mais leve. "A Twilight Zone" é uma música que, sem ser tão enigmática como a série (até porque nem deve estar relacionado com ela), cativa às primeiras audições, pela melodia que a guia que é depois acompanhada por uma voz que reforça essa modulação brilhantemente.

Pena apenas que para uma proposta musical de semelhante qualidade, seja apresentado um grafismo de capas e contra-capas tão aquém da oferta musical. Mesmo assim, "Hinterland" é um álbum que atrai, promete, e ainda nos devolve a alguns ambientes característicos das bandas sonoras das décadas de 60 e 70.
Tiago Gonçalves
tgoncalves@bodyspace.net

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