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Bruno De Seda
Bruno De Seda
· 07 Jun 2019 · 17:55 ·
Bruno De Seda
Bruno De Seda
2019
Ed. de Autor
Sítios oficiais:
- Bruno De Seda
Bruno De Seda
2019
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- Bruno De Seda
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Bruno De Seda
2019
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- Bruno De Seda
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- Bruno De Seda
Parolo.
Quem conhece há muito os Equations sabe que eles nunca se cingiram a um tipo de música apenas, aprisionados nessa condição jornalística a que chamamos géneros: foram do math rock ao prog, deitavam uns sintetizadores ali para o meio, umas quantas traulitadas stoner e juntavam tudo numa gloriosa atitude punk de quem se está a cagar para os que perdem horas a taggar tudo certinho no Winamp. E quem os conhece pessoalmente sabe também que essa atitude é muito a sua atitude em relação à vida: basta ter ido a uma qualquer Suave Geração para perceber que parolo é quem utiliza essa palavra de uma forma pejorativa.
É portanto normal termos em Bruno De Seda - que é tanto o nome do álbum como o do alter-ego de Bruno Martins - um monumento à condição de parolo. O parolo romântico que a antiga canalha hipster odiava porque os pais gostavam e não tinham ouvidos para outra coisa. O parolo pimba que é do povo e para o povo, sem que o Ípsilon alguma vez lhe vá dar destaque. O parolo yacht rock que era e é visto pelos ortodoxos como música de merda, porque não tem estalo. O parolo, que não é mais que um tipo que quer lá saber, um anarquista à séria no meio de tanta filosofia parola (esta sim, foi de forma pejorativa).
Mesmo que aos primeiros instantes nos cocemos e balbuciemos um hããããããã... perante a francamente péssima "Além Mar" (que não é parola nem no bom nem no mau sentido, apenas merda, e a culpa talvez seja da entoação), o resto do álbum é o caso clássico de "primeiro estranha-se, depois entranha-se" (como o Conan Osiris) e ficamos ali, à beira-mar, a sonhar com mojitos e com a garota em avançado estado de strip-tease, a lembrar aquelas magníficas férias em criança onde os Kussondulola passavam em tudo o que era rádio.
Chegamos facilmente à conclusão de que, 1) este é o tipo de música que fãs genuínos da "Africa" dos Toto irão apreciar com o respeito e a dignidade que Bruno De Seda merece, 2) faz falta mais gente a misturar gratuitamente o francês no meio de uma faixa qualquer e 3) é quase certo que o Joca irá odiar isto mas dizer que se fosse feito por um beto qualquer em Lisboa já estava toda a gente maluca (e terá razão). 100% Seda, agora e sempre.
Paulo CecÃlioÉ portanto normal termos em Bruno De Seda - que é tanto o nome do álbum como o do alter-ego de Bruno Martins - um monumento à condição de parolo. O parolo romântico que a antiga canalha hipster odiava porque os pais gostavam e não tinham ouvidos para outra coisa. O parolo pimba que é do povo e para o povo, sem que o Ípsilon alguma vez lhe vá dar destaque. O parolo yacht rock que era e é visto pelos ortodoxos como música de merda, porque não tem estalo. O parolo, que não é mais que um tipo que quer lá saber, um anarquista à séria no meio de tanta filosofia parola (esta sim, foi de forma pejorativa).
Mesmo que aos primeiros instantes nos cocemos e balbuciemos um hããããããã... perante a francamente péssima "Além Mar" (que não é parola nem no bom nem no mau sentido, apenas merda, e a culpa talvez seja da entoação), o resto do álbum é o caso clássico de "primeiro estranha-se, depois entranha-se" (como o Conan Osiris) e ficamos ali, à beira-mar, a sonhar com mojitos e com a garota em avançado estado de strip-tease, a lembrar aquelas magníficas férias em criança onde os Kussondulola passavam em tudo o que era rádio.
Chegamos facilmente à conclusão de que, 1) este é o tipo de música que fãs genuínos da "Africa" dos Toto irão apreciar com o respeito e a dignidade que Bruno De Seda merece, 2) faz falta mais gente a misturar gratuitamente o francês no meio de uma faixa qualquer e 3) é quase certo que o Joca irá odiar isto mas dizer que se fosse feito por um beto qualquer em Lisboa já estava toda a gente maluca (e terá razão). 100% Seda, agora e sempre.
pauloandrececilio@gmail.com
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