DISCOS
Imha Tarikat
Kara Ihlas
· 06 Fev 2019 · 17:17 ·
Imha Tarikat
Kara Ihlas
2019
Vendetta Records
Sítios oficiais:
- Imha Tarikat
- Vendetta Records
Kara Ihlas
2019
Vendetta Records
Sítios oficiais:
- Imha Tarikat
- Vendetta Records
Imha Tarikat
Kara Ihlas
2019
Vendetta Records
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- Imha Tarikat
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Kara Ihlas
2019
Vendetta Records
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- Vendetta Records
Desentulhar o terreno.
A ortodoxia mata. Podem justificá-la com expressões tão esdrúxulas quanto "tradição", "orgulho" ou "não tentem consertar o que não está estragado", mas o que é certo é que a ortodoxia, do alto da sua sapiência mental e moral, resulta sempre na estagnação e na decadência - já para não falar num aborrecimento atroz. Que é como quem diz, sim, os Darkthrone são do caralho, mas não precisamos de mais dez ou quinze bandas a soar a Darkthrone, tal como não precisamos de mais dez ou quinze a soar a Burzum. Precisamos de rebelião constante: contra o passado, contra o status quo, contra o ennui.
Os Imha Tarikat trazem consigo essa rebelião mesmo que ali encontremos pontos em comum com o passado sonoro do black metal. Há uma energia palpável na forma como resgatam riffs e modos de tocar "tradicionais", uma vontade de rasgar com o que se entende serem as pedras basilares do género. Certo: ortodoxos poderão dizer que foi esse rasgar com a tradição que nos deu lixo como Deafheaven ou Myrkur, mas essa malta nunca percebeu a rebelião como o black metal a entende: perpétua e isolada. Não estamos aqui para dar as mãos e cantar o "Kumbaya" e sim para «desentulhar o terreno», como diria o Bazárov de Turguéniev.
A língua cantada é a inglesa mas é quase imperceptível, mesmo que os vocais sejam mais clean e menos guturais, talvez partindo de uma influência punk; há blastbeats, claro, mas são utilizados para dar força às canções e não apenas porque os outros o fizeram e pareceu giro; há negrume quanto baste, sem que este parta de uma posição satânica; e há um enorme dedo do meio espetado na direcção das ideologias mais patetas que o black metal chamou até si, já que o mentor do projecto é um turco a viver na Alemanha que se inspirou no Corão para compor 41 minutos ferozes e maníacos. Porque Alá é grande, mas a violência é maior.
Paulo CecÃlioOs Imha Tarikat trazem consigo essa rebelião mesmo que ali encontremos pontos em comum com o passado sonoro do black metal. Há uma energia palpável na forma como resgatam riffs e modos de tocar "tradicionais", uma vontade de rasgar com o que se entende serem as pedras basilares do género. Certo: ortodoxos poderão dizer que foi esse rasgar com a tradição que nos deu lixo como Deafheaven ou Myrkur, mas essa malta nunca percebeu a rebelião como o black metal a entende: perpétua e isolada. Não estamos aqui para dar as mãos e cantar o "Kumbaya" e sim para «desentulhar o terreno», como diria o Bazárov de Turguéniev.
A língua cantada é a inglesa mas é quase imperceptível, mesmo que os vocais sejam mais clean e menos guturais, talvez partindo de uma influência punk; há blastbeats, claro, mas são utilizados para dar força às canções e não apenas porque os outros o fizeram e pareceu giro; há negrume quanto baste, sem que este parta de uma posição satânica; e há um enorme dedo do meio espetado na direcção das ideologias mais patetas que o black metal chamou até si, já que o mentor do projecto é um turco a viver na Alemanha que se inspirou no Corão para compor 41 minutos ferozes e maníacos. Porque Alá é grande, mas a violência é maior.
pauloandrececilio@gmail.com
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