DISCOS
Peter Murphy
Dust
· 26 Jun 2002 · 08:00 ·

Peter Murphy
Dust
2002
Metropolis
Sítios oficiais:
- Metropolis
Dust
2002
Metropolis
Sítios oficiais:
- Metropolis

Peter Murphy
Dust
2002
Metropolis
Sítios oficiais:
- Metropolis
Dust
2002
Metropolis
Sítios oficiais:
- Metropolis
"Dust" surge 6 anos após o último álbum de originais, "Cascade", e representa a primeira grande incursão de Peter Muprhy nos sons orientais cheios de misticidade, que já haviam sido semeados em temas de "Cascade".
"Dust" é o sexto álbum da carreira de Peter Murphy a solo, mas a verdade é que o seu nome é de imediato associado aos Bauhaus, uma das bandas que esteve na origem de um movimento ao qual se convencionou depois rotular "gótico". Os Bauhaus desmembram-se em 1983 e é passado três anos após esse desfecho que Peter Murphy se estreia em discos a solo com "Should the World Fail to Fall Apart". Em 1990, e depois da edição do segundo álbum, Peter Murphy surge com o álbum mais conhecido da sua carreia, "Deep". O single "Cuts you Up" foi um dos hits desse ano, tendo-se mantido sete semanas no top, acompanhado com uma grande exposição a nível de rádio e televisão. A seguir a "Deep", outros álbuns se seguiram mas nenhum conseguiu a mesma exposição que o seu mais conhecido álbum lhe proporcionou. Em 2002 surge "Dust", álbum que recolhe influências da música oriental, o que se deve em grande parte ao facto de Peter Murphy viver há muitos anos na Turquia, sitio onde diz ter realmente encontrado a sua casa.
A viver há mais de 10 anos na Turquia, era já esperada esta incursão pelos ambientes característicos da música oriental, cheia de características muito próprios que se diferenciam pela misticidade e pela envolvência. "Dust", é por isso diferente do material anteriormente gravado por Peter Murphy, pelo que a editora chega mesmo a dizer "Esqueça tudo o que já ouviu de Peter Murphy". De facto, algumas características como a duração dos temas, que são particularmente longos e fogem ao tradicional padrão da canção pop, mas também o registo de "spoken word", delimitam essa diferença em relação aos registos anteriores. Para este sexto álbum, Peter Murphy foi buscar alguns músicos locais e músicos canadianos. Voltou a trabalhar com Hugh Marsh como violinista, chamou Mercan Dede para as percussões, electrónicas e co-produção e também trabalhou com músicos turcos com particular peso no seu país. Para além disso, usou alguns instrumentos tradicionais como a tabla ou o didgeridoo, para reforçar a aura de mistério, que sugere diversas paisagens de elementos associados ao oriente, como desertos, mesquitas, ruas estreitas pilhadas de gente e lojas tradicionais cheias de pequenos objectos de adorno. "Dust", é também um álbum que soa quase como uma banda sonora. De facto, a audição do álbum provoca em nós uma enorme quantidade de pensamentos e histórias, num filme que seria por certo muito esotérico e envolto em mistérios, que teria uma clara atitude de reflexão. Como o filme não existe, a imaginação e o poder que temos de criar novos mundos e novas perspectivas sobre as coisas poderiam ser os aliados aos sons e sensações que "Dust" transmite, brilhantemente.
Tiago Gonçalves"Dust" é o sexto álbum da carreira de Peter Murphy a solo, mas a verdade é que o seu nome é de imediato associado aos Bauhaus, uma das bandas que esteve na origem de um movimento ao qual se convencionou depois rotular "gótico". Os Bauhaus desmembram-se em 1983 e é passado três anos após esse desfecho que Peter Murphy se estreia em discos a solo com "Should the World Fail to Fall Apart". Em 1990, e depois da edição do segundo álbum, Peter Murphy surge com o álbum mais conhecido da sua carreia, "Deep". O single "Cuts you Up" foi um dos hits desse ano, tendo-se mantido sete semanas no top, acompanhado com uma grande exposição a nível de rádio e televisão. A seguir a "Deep", outros álbuns se seguiram mas nenhum conseguiu a mesma exposição que o seu mais conhecido álbum lhe proporcionou. Em 2002 surge "Dust", álbum que recolhe influências da música oriental, o que se deve em grande parte ao facto de Peter Murphy viver há muitos anos na Turquia, sitio onde diz ter realmente encontrado a sua casa.
A viver há mais de 10 anos na Turquia, era já esperada esta incursão pelos ambientes característicos da música oriental, cheia de características muito próprios que se diferenciam pela misticidade e pela envolvência. "Dust", é por isso diferente do material anteriormente gravado por Peter Murphy, pelo que a editora chega mesmo a dizer "Esqueça tudo o que já ouviu de Peter Murphy". De facto, algumas características como a duração dos temas, que são particularmente longos e fogem ao tradicional padrão da canção pop, mas também o registo de "spoken word", delimitam essa diferença em relação aos registos anteriores. Para este sexto álbum, Peter Murphy foi buscar alguns músicos locais e músicos canadianos. Voltou a trabalhar com Hugh Marsh como violinista, chamou Mercan Dede para as percussões, electrónicas e co-produção e também trabalhou com músicos turcos com particular peso no seu país. Para além disso, usou alguns instrumentos tradicionais como a tabla ou o didgeridoo, para reforçar a aura de mistério, que sugere diversas paisagens de elementos associados ao oriente, como desertos, mesquitas, ruas estreitas pilhadas de gente e lojas tradicionais cheias de pequenos objectos de adorno. "Dust", é também um álbum que soa quase como uma banda sonora. De facto, a audição do álbum provoca em nós uma enorme quantidade de pensamentos e histórias, num filme que seria por certo muito esotérico e envolto em mistérios, que teria uma clara atitude de reflexão. Como o filme não existe, a imaginação e o poder que temos de criar novos mundos e novas perspectivas sobre as coisas poderiam ser os aliados aos sons e sensações que "Dust" transmite, brilhantemente.
tgoncalves@bodyspace.net
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