DISCOS
Sease
The Way The Waves Hit The Beach
· 11 Mai 2017 · 12:15 ·
Sease
The Way The Waves Hit The Beach
2017
Ed. de Autor
Sítios oficiais:
- Sease
The Way The Waves Hit The Beach
2017
Ed. de Autor
Sítios oficiais:
- Sease
Sease
The Way The Waves Hit The Beach
2017
Ed. de Autor
Sítios oficiais:
- Sease
The Way The Waves Hit The Beach
2017
Ed. de Autor
Sítios oficiais:
- Sease
Há mar e mar, há ir e voltar.
Todos, ou quase todos, passeamos os nossos baixios existenciais pela beira-mar. Robinson’s Crusoe de ocasião numa praia povoada de destroços naufragados. Nessa imensidão de areia e água, povoada de memórias destroçadas, tropeçamos, por vezes, num horizonte redentor que nos capta a atenção e nos devolve a capacidade de criar um dia melhor. Sease são essa boa-nova que aporta no mar imenso da Música portuguesa.
The Way The Waves Hit The Beach corre ao ritmo das ondas. Este primeiro LP dos oeirenses Sease é embalo de ternura, é a pujança de um abraço colado à alma, é a sensualidade que flui até à costa, a nossa íntima costa. Faz-nos partir com vontade de a ele voltar sem conta (ou até que a conta de Bandcamp nos trave as intenções de o ouvir pela décima quinta vez), voltar a uma autenticidade que, nos últimos tempos, parece andar alheada do panorama musical (português mas não só), local onde a plastificação e repetição ad nauseam de fórmulas e conceitos parecem ser as palavras de ordem.
Maresia limpa e confortável de indie pop que faz questão de nos soprar temas como “Sambino” (piscar de olho a latitudes mais setentrionais), o “fogo interno” de “Atman”, a sensualidade de “Beacon” (Bonobo andou por aqui) ou a graciosa “Olukún”. Músicas bem trabalhadas (a nível literário e melódico) que transformam aquele passeio existencialista na praia num desabrochar do deslumbramento e da sensibilidade. Mais do que a técnica ou o estilo, a Música é, ou deveria ser, viagem ao interior de cada um de nós, sentimento. Exercício de pecado e redenção (sem religião ao barulho) que este The Way The Waves Hit The Beach nos faz experimentar divinalmente. Há mar e mar e os Sease vieram, assim o esperamos, para ficar.
Fernando GonçalvesThe Way The Waves Hit The Beach corre ao ritmo das ondas. Este primeiro LP dos oeirenses Sease é embalo de ternura, é a pujança de um abraço colado à alma, é a sensualidade que flui até à costa, a nossa íntima costa. Faz-nos partir com vontade de a ele voltar sem conta (ou até que a conta de Bandcamp nos trave as intenções de o ouvir pela décima quinta vez), voltar a uma autenticidade que, nos últimos tempos, parece andar alheada do panorama musical (português mas não só), local onde a plastificação e repetição ad nauseam de fórmulas e conceitos parecem ser as palavras de ordem.
Maresia limpa e confortável de indie pop que faz questão de nos soprar temas como “Sambino” (piscar de olho a latitudes mais setentrionais), o “fogo interno” de “Atman”, a sensualidade de “Beacon” (Bonobo andou por aqui) ou a graciosa “Olukún”. Músicas bem trabalhadas (a nível literário e melódico) que transformam aquele passeio existencialista na praia num desabrochar do deslumbramento e da sensibilidade. Mais do que a técnica ou o estilo, a Música é, ou deveria ser, viagem ao interior de cada um de nós, sentimento. Exercício de pecado e redenção (sem religião ao barulho) que este The Way The Waves Hit The Beach nos faz experimentar divinalmente. Há mar e mar e os Sease vieram, assim o esperamos, para ficar.
f.guimaraesgoncalves@gmail.com
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