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Ã…mnfx
Moscow Beat
· 08 Mai 2017 · 16:14 ·
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Moscow Beat
2017
100% Silk
Sítios oficiais:
- Ã…mnfx
- 100% Silk
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Energia russa.
É uma ironia cósmica micro-editoras editarem a música dos seus artistas em cassete em plena era digital. Certo que tudo está em formato binário nas páginas do Bandcamp do artista ou da editora, ou perfeitamente disponível no Amazon ou no Boomkat. Há, contudo, na alma dos melómanos por detrás destas operações uma predicação nostálgica pelos velhos formatos. Algo quase místico em torno do analógico, da coisa palpável. Um reaccionarismo que declara que o velho nunca deixou de ser novo – a existência de há uns anos para cá do Cassette Store Day demonstra bem que há uma comunidade devota.
A crescente curiosidade em torno de editoras como a 1080P, a Opal Tapes, a Awesome Tapes From Africa, aTHRHNDRDSVNTNN ou a 100% Silk – e a sua irmã Not Not Fun – é, para além de como fisicamente expõem a matéria, a atitude descomprometida com o mundo dos cifrões: não se trata de um negócio em si mas de um modo de estar na arte, é a existência de uma plataforma que pode dar um pouco mais de visibilidade a gente com potencial sem que tal implique investimentos transcendentais. E é verdade que tem funcionado, mesmo que numa pequeníssima escala. Foi assim, por exemplo, que demos com um interessante produtor russo, de seu nome Vasily Skobeev.
Pouco mais de um ano volvido sobre o seu álbum de estreia, Vision One, na francesa THRHNDRDSVNTNN, o segundo tombo surge agora na impecável 100% Silk. Moscow Beat, apesar da migração do produtor para a editora americana gerida por Amanda Brown, não é uma significativa ruptura na geografia sonora de Åmnfx.
Mantendo-se ambiguamente entre o deep-house distorcido, o ambientalismo melancólico e as submersões no dub-techno (que neste disco tem, por vezes, felizmente, especulação cósmica), Moscow Beat é um processo de refinamento do estilo autoral. É um exercício de retratamento: Skobeev pega nas boas ideias do disco anterior, abdica das experiências inócuas e investe profundamente no sentido melódico para dar coração a cada andamento. À primeira pode parecer mais do mesmo mas a boa energia está nos pormenores ornamentais, uma verve que se revela a cada escuta. Com calma e ponderação, Åmnfx matura o seu som, faltando-lhe apenas um pouco de mais sofisticação para ter tudo no lugar. Um produtor em ascensão, portanto.
Rafael SantosA crescente curiosidade em torno de editoras como a 1080P, a Opal Tapes, a Awesome Tapes From Africa, aTHRHNDRDSVNTNN ou a 100% Silk – e a sua irmã Not Not Fun – é, para além de como fisicamente expõem a matéria, a atitude descomprometida com o mundo dos cifrões: não se trata de um negócio em si mas de um modo de estar na arte, é a existência de uma plataforma que pode dar um pouco mais de visibilidade a gente com potencial sem que tal implique investimentos transcendentais. E é verdade que tem funcionado, mesmo que numa pequeníssima escala. Foi assim, por exemplo, que demos com um interessante produtor russo, de seu nome Vasily Skobeev.
Pouco mais de um ano volvido sobre o seu álbum de estreia, Vision One, na francesa THRHNDRDSVNTNN, o segundo tombo surge agora na impecável 100% Silk. Moscow Beat, apesar da migração do produtor para a editora americana gerida por Amanda Brown, não é uma significativa ruptura na geografia sonora de Åmnfx.
Mantendo-se ambiguamente entre o deep-house distorcido, o ambientalismo melancólico e as submersões no dub-techno (que neste disco tem, por vezes, felizmente, especulação cósmica), Moscow Beat é um processo de refinamento do estilo autoral. É um exercício de retratamento: Skobeev pega nas boas ideias do disco anterior, abdica das experiências inócuas e investe profundamente no sentido melódico para dar coração a cada andamento. À primeira pode parecer mais do mesmo mas a boa energia está nos pormenores ornamentais, uma verve que se revela a cada escuta. Com calma e ponderação, Åmnfx matura o seu som, faltando-lhe apenas um pouco de mais sofisticação para ter tudo no lugar. Um produtor em ascensão, portanto.
r_b_santos_world@hotmail.com
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