DISCOS
Half Japanese
Hear The Lions Roar
· 16 Mar 2017 · 11:46 ·

Half Japanese
Hear The Lions Roar
2017
Fire Records
Sítios oficiais:
- Fire Records
Hear The Lions Roar
2017
Fire Records
Sítios oficiais:
- Fire Records

Half Japanese
Hear The Lions Roar
2017
Fire Records
Sítios oficiais:
- Fire Records
Hear The Lions Roar
2017
Fire Records
Sítios oficiais:
- Fire Records
40 anos de respeito.
Os Half Japanese merecem todo o nosso respeito. E não é pela sua longevidade, visto já terem ultrapassado os quarenta anos de carreira; é mesmo porque conseguiram ter uma carreira, baseada única e exclusivamente na sua vontade de tocar e escrever canções, mesmo que não o soubessem - e provavelmente ainda não sabem - fazer. São o expoente máximo da filosofia do it yourself, a banda que nunca colocou de parte as suas muitas idiossincracias, em nome da mudança ou da evolução.
Chegados a 2017, os Half Japanese já não precisam de provar nada a ninguém. O seu nome já figura no panteão de todos quantos apreciam essa coisa chamada "rock alternativo", eles que passaram, grosso modo, por todas as fases do mesmo: do punk do final dos anos 70 ao college rock dos 80s, da explosão grunge nos 90s ao reavivar indie do início do milénio e anos subsequentes. Não precisavam de fazer mais discos depois de se estrearem com um LP triplo, depois de The Band That Would Be King ou depois de Hot.
No entanto, a vontade fala sempre mais alto. Vai daí, os Half Japanese - que desde o início dos eighties são compostos apenas por Jad Fair, que tem atraído para junto de si uma miríade de colaboradores - regressaram aos discos com Overjoyed, em 2014, seguindo-se Perfect, em 2016. Apenas e só porque querem fazer canções, porque gostam de as fazer, porque há ali um bichinho a soprar-lhes ao ouvido que diz a tua aventura ainda não acabou.
Hear The Lions Roar é, por isso, uma continuação, e ao mesmo tempo não o é. Isto porque os Half Japanese nunca soaram tão limpos quanto neste disco, talvez porque (ou devido ao facto de) Jad Fair mais não faz, aqui, que cantar. A música fica, portanto, nas mãos da banda contratada - John Sluggett, Gilles-Vincent Rieder, Jason Willett e Mick Hobbs -, que mantém vivo o espírito Half Japanese ao mesmo tempo que lhe confere um certo grau de profissionalismo.
Para os fãs acérrimos do grupo, talvez isto seja como que blasfémia; mas, se olharmos bem lá para dentro, dedicando o máximo de atenção às canções aqui presentes, constatamos que a inocência primordial dos Half Japanese ainda por cá está, bem como a sua capacidade de nos fazer sorrir por força de uma canção. Assim acontece, por exemplo, em "Attack Of The Giant Leeches". Mas também há óptimos momentos quase kraut, como "It Never Stops" ou "Super Power", ou ainda o maravilhoso tema-título, para que o respeito conquistado ao longo destas quatro décadas não se esfumace. Resumindo: os Half Japanese continuam enormes - e continuam a ser a banda que podia ser a nossa vida. O Azerrad sabia-a toda.
Paulo CecílioChegados a 2017, os Half Japanese já não precisam de provar nada a ninguém. O seu nome já figura no panteão de todos quantos apreciam essa coisa chamada "rock alternativo", eles que passaram, grosso modo, por todas as fases do mesmo: do punk do final dos anos 70 ao college rock dos 80s, da explosão grunge nos 90s ao reavivar indie do início do milénio e anos subsequentes. Não precisavam de fazer mais discos depois de se estrearem com um LP triplo, depois de The Band That Would Be King ou depois de Hot.
No entanto, a vontade fala sempre mais alto. Vai daí, os Half Japanese - que desde o início dos eighties são compostos apenas por Jad Fair, que tem atraído para junto de si uma miríade de colaboradores - regressaram aos discos com Overjoyed, em 2014, seguindo-se Perfect, em 2016. Apenas e só porque querem fazer canções, porque gostam de as fazer, porque há ali um bichinho a soprar-lhes ao ouvido que diz a tua aventura ainda não acabou.
Hear The Lions Roar é, por isso, uma continuação, e ao mesmo tempo não o é. Isto porque os Half Japanese nunca soaram tão limpos quanto neste disco, talvez porque (ou devido ao facto de) Jad Fair mais não faz, aqui, que cantar. A música fica, portanto, nas mãos da banda contratada - John Sluggett, Gilles-Vincent Rieder, Jason Willett e Mick Hobbs -, que mantém vivo o espírito Half Japanese ao mesmo tempo que lhe confere um certo grau de profissionalismo.
Para os fãs acérrimos do grupo, talvez isto seja como que blasfémia; mas, se olharmos bem lá para dentro, dedicando o máximo de atenção às canções aqui presentes, constatamos que a inocência primordial dos Half Japanese ainda por cá está, bem como a sua capacidade de nos fazer sorrir por força de uma canção. Assim acontece, por exemplo, em "Attack Of The Giant Leeches". Mas também há óptimos momentos quase kraut, como "It Never Stops" ou "Super Power", ou ainda o maravilhoso tema-título, para que o respeito conquistado ao longo destas quatro décadas não se esfumace. Resumindo: os Half Japanese continuam enormes - e continuam a ser a banda que podia ser a nossa vida. O Azerrad sabia-a toda.
pauloandrececilio@gmail.com
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