DISCOS
Signs of the Silhouette / Baga-Baga
Nu / Shabda
· 13 Dez 2016 · 22:26 ·
Signs of the Silhouette / Baga-Baga
Nu / Shabda
2016
Bam Balam / Mediasounds / Bigpapa
Signs of the Silhouette / Baga-Baga
Nu / Shabda
2016
Bam Balam / Mediasounds / Bigpapa
Exploração.
Os Signs of the Silhouette - Jorge Nuno toca guitarra eléctrica, João Paulo Entrezede toca bateria - são uma dupla portuguesa misteriosa, particularmente nas suas actuações ao vivo: tocam escondidos por fatos opacos que escondem todo o corpo e a cabeça dos músicos. A dupla tem vindo a desenvolver uma discografia interessante e o guitarrista vem também espalhando o seu trabalho por outras colaborações. No início deste ano Jorge Nuno editou o disco Hãl, em parceria com o percussionista brasileiro Marcio Gibson. Entretanto, num ano muito activo, o guitarrista acaba de estrear o trio Baga-Baga e é ainda lançado um novo disco dos Signs.

A dupla está de regresso com este Nu, que não é apenas mais um disco em duo: este disco conta com a participação de dois convidados muito especiais: Rodrigo Pinheiro no piano e Hernâni Faustino no contrabaixo. Ou seja, 2/3 do RED Trio (só fica a falta o baterista Gabriel Ferrandini para o grupo ficar completo). Além do típico ambiente psicadélico cozinhado pela junção da guitarra eléctrica e da bateria, a inclusão do piano de Pinheiro e do contrabaixo de Faustino acrescenta novas cores à música dos Signs of the Silhouette. Há um espírito de pesquisa que atravessa todo o álbum, há o piano que está muito presente. A música do grupo cresce por esta junção instrumental, elevada a pontuais picos de tensão.

Já no trio Baga-Baga o guitarrista Jorge Nuno trabalha com outros dois músicos: Yedo Gibson (saxofones soprano e tenor) e Monsieur Trinité (percussão, objectos diversos). A música do trio é substancialmente diferente do som dos Signs of the Silhouette, mas há o elemento comum: a guitarra de Nuno está no centro. Este trio partilha também com os Signs algumas características da sua música: a improvisação, o carácter de permanente pesquisa, a contínua exploração. Trinité é um veterano da cena improv nacional e acrescenta a sua presença rítmica, por vezes alinhada, por vezes surpreendente. A estes junta-se o saxofonista brasileiro Gibson. A música resulta curiosa, borbulhante e catártica.
Nuno Catarino
nunocatarino@gmail.com

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