DISCOS
Tom Adams
Voyages By Starlight EP
· 12 Set 2016 · 23:31 ·
Tom Adams
Voyages By Starlight EP
2016
Kowloon Records
Sítios oficiais:
- Tom Adams
- Kowloon Records
Voyages By Starlight EP
2016
Kowloon Records
Sítios oficiais:
- Tom Adams
- Kowloon Records
Tom Adams
Voyages By Starlight EP
2016
Kowloon Records
Sítios oficiais:
- Tom Adams
- Kowloon Records
Voyages By Starlight EP
2016
Kowloon Records
Sítios oficiais:
- Tom Adams
- Kowloon Records
Uma viagem sideral.
Baseado em Berlim, o britânico Tom Adams começou a sua “viagem” em 2011 com A Start On Such A Night Full Of Promise (2011), álbum conceptual sobre o explorador Fridtjof Nansen, norueguês que em 1888 completou com sucesso a travessia da Gronelândia. De lá para cá essa viagem foi-se aprimorando lentamente e lentamente abandonando a Terra para vir abraçar o espaço com o seu último EP Voyages By Starlight.
Depois de em 2014 tomar “Berlin By Overnight” de Max Richter em mãos para uma remistura, Tom Adams pegou na sua nave movida a minimalismo à base de piano e electrónica e lançou-se para o espaço sideral. Lá chegado, e numa cena própria do filme “Alien” encontrou o “falecido” Antony Hegarty. Sim, é quase facto o que acabamos de referir. Na terrivelmente frágil, etérea e profundamente bela “Seven Birds”, segundo tema do alinhamento de Voyages By Starlight, Tom Adams encontra o espelho “final” de “2001: Odisseia no Espaço” e vê nele reflectido Antony Hegarty. A proximidade entre as duas vozes é extraordinária. No entanto, aqui, em Tom Adams a desgraça cantada nunca o chega a ser. A alegria e esperança que se abrem nesta música, em particular, são a janela que o atira para a individualidade. Aqui, literalmente, é pássaro que voa decidido…”a thousand miles before I’m home with you my love, I’ll see you soon…” para finalmente chegar ao prometido Sul e a todas as metáforas possíveis imaginárias que todo o cenário criado por Tom nos permita criar.
Cinematográfico sob diversos ângulos, Voyages By Starlight inicia-se com o tema que dá nome ao álbum, música em jeito de intro que nos dá a perfeita sensação de que poderíamos estar a ver a primeira cena de um filme. Música densa, para fruir. Depois de “Seven Birds”, vem, talvez, o mais “sentimental” pedaço de música deste EP com “Fade”. A voz suspirante, que já não a de Antony Hegarty (entretanto já deixado num qualquer meteorito), e o piano em tom quase repetitivo alimentam uma música de amor, do perdido, do viajante, de fossa.
Fossa de que Tom sai em “Stellar”, uma estrela de vontade em que a voz, antes interior, se revela em quase grito alimentada pela electrónica que a puxa mais forte para o profundo espaço sideral, um espaço que a poderá transformar em música “mais dançante”, uma vez que parece mesmo a jeito de uma qualquer remix mais aventureira. Aventura que finaliza com “Last Farewell”, tema em que a veia de compositor de bandas-sonoras de Tom (criou a OST do filme “The Knife That Killed Me”) vem ao de cima em todo o seu esplendor. Uma obra-prima de sensibilidade e bom gosto que nos transporta para uma catedral celeste, tal o modo como o som sobe e se expande ao sabor de uma correnteza que parece soprar dos lados da Islândia…
É o fim de uma viagem, este tema é ele próprio uma viagem que acaba com a trompa que reúne as tropas, pelo Espaço de Tom, um Espaço feito de delicadeza e cuidado com a mensagem, um cuidado que se revela na coerência com que a sua estética musical se apresenta perante nós.
Fernando GonçalvesDepois de em 2014 tomar “Berlin By Overnight” de Max Richter em mãos para uma remistura, Tom Adams pegou na sua nave movida a minimalismo à base de piano e electrónica e lançou-se para o espaço sideral. Lá chegado, e numa cena própria do filme “Alien” encontrou o “falecido” Antony Hegarty. Sim, é quase facto o que acabamos de referir. Na terrivelmente frágil, etérea e profundamente bela “Seven Birds”, segundo tema do alinhamento de Voyages By Starlight, Tom Adams encontra o espelho “final” de “2001: Odisseia no Espaço” e vê nele reflectido Antony Hegarty. A proximidade entre as duas vozes é extraordinária. No entanto, aqui, em Tom Adams a desgraça cantada nunca o chega a ser. A alegria e esperança que se abrem nesta música, em particular, são a janela que o atira para a individualidade. Aqui, literalmente, é pássaro que voa decidido…”a thousand miles before I’m home with you my love, I’ll see you soon…” para finalmente chegar ao prometido Sul e a todas as metáforas possíveis imaginárias que todo o cenário criado por Tom nos permita criar.
Cinematográfico sob diversos ângulos, Voyages By Starlight inicia-se com o tema que dá nome ao álbum, música em jeito de intro que nos dá a perfeita sensação de que poderíamos estar a ver a primeira cena de um filme. Música densa, para fruir. Depois de “Seven Birds”, vem, talvez, o mais “sentimental” pedaço de música deste EP com “Fade”. A voz suspirante, que já não a de Antony Hegarty (entretanto já deixado num qualquer meteorito), e o piano em tom quase repetitivo alimentam uma música de amor, do perdido, do viajante, de fossa.
Fossa de que Tom sai em “Stellar”, uma estrela de vontade em que a voz, antes interior, se revela em quase grito alimentada pela electrónica que a puxa mais forte para o profundo espaço sideral, um espaço que a poderá transformar em música “mais dançante”, uma vez que parece mesmo a jeito de uma qualquer remix mais aventureira. Aventura que finaliza com “Last Farewell”, tema em que a veia de compositor de bandas-sonoras de Tom (criou a OST do filme “The Knife That Killed Me”) vem ao de cima em todo o seu esplendor. Uma obra-prima de sensibilidade e bom gosto que nos transporta para uma catedral celeste, tal o modo como o som sobe e se expande ao sabor de uma correnteza que parece soprar dos lados da Islândia…
É o fim de uma viagem, este tema é ele próprio uma viagem que acaba com a trompa que reúne as tropas, pelo Espaço de Tom, um Espaço feito de delicadeza e cuidado com a mensagem, um cuidado que se revela na coerência com que a sua estética musical se apresenta perante nós.
f.guimaraesgoncalves@gmail.com
ÚLTIMOS DISCOS
ÚLTIMAS