A popularidade do R&B em camadas mais ou menos indie continua a disparar, não só por culpa dos muitos nomes que têm enchido os topes de vendas de invenções e reinvenções saudáveis, mas também daqueles que têm colocado o seu próprio cunho "alternativo" - à falta de melhor termo - ao género, de The Weeknd a Frank Ocean, de FKA Twigs aos Rhye. E mesmo que Solange Knowles não goste da ideia, são os branquelas dos blogues que mais têm prestado atenção aos ventos de mudança, e não é um choro Twitteriano semelhante ao dos punks que clamam a sua ainda existência que vai mudar alguma coisa. Seja como for, Solange Knowles faz música aborrecida e nunca chegará aos calcanhares da irmã. Adiante...

Uma das mais recentes incursões alternativas é a dos franceses Her, um trio de *gasp* franceses brancos que começou a criar algum burburinho com o lançamento de "Five Minutes" no ano passado. Com razão: a canção é sexy, é suave, e corre-lhe nas veias um sangue determinantemente negro, por entre a androginia e a soul dos já mencionados Rhye e a névoa narcótica dos xx em modo pós-punk. Mas há mais para além de um hype passageiro, como os próprios confirmam em Tape #1, o primeiro lançamento "à séria" dos Her, espécie de EP, espécie de mini-álbum, na realidade um agrupamento de quatro canções e dois snippets sem interesse.

Há um esqueleto, e apesar de não haver músculo, há uma vontade mínima que fica de continuarmos a acompanhar os franceses, especialmente até lhes ser dada a hipótese de construir um álbum com cabeça, tronco e membros. Para já, Tape #1 pode chocar de frente com as comparações óbvias, mas prestando mais atenção a temas como "Quite Like" e "Five Minutes" percebemos que estamos perante uma banda que tanto se pode tornar num assunto bem sério como revelar-se um autêntico flop - e, como somos pessoas positivas, vamos acreditar na primeira. Contanto que não caiam na tentação de voltar a enveredar pelo rap manhoso de "Union", que é uma cópia tom por tom do flow de Kanye West. Não havia necessidade.