DISCOS
Challenger
Give People What They Want In Lethal Doses
· 16 Abr 2004 · 08:00 ·
Challenger
Give People What They Want In Lethal Doses
2004
Jade Tree
Sítios oficiais:
- Challenger
- Jade Tree
Give People What They Want In Lethal Doses
2004
Jade Tree
Sítios oficiais:
- Challenger
- Jade Tree
Challenger
Give People What They Want In Lethal Doses
2004
Jade Tree
Sítios oficiais:
- Challenger
- Jade Tree
Give People What They Want In Lethal Doses
2004
Jade Tree
Sítios oficiais:
- Challenger
- Jade Tree
Jaz moribundo o espectro do actual punk-rock norte-americano, assim como o da sua ramificação emo que já gozou de melhor saúde. Os Bad Religion encontram-se à beira da eutanásia e os Fugazi acumulam glórias e aclamação da crÃtica, ainda que mantenham sempre a devida distância do estrelato. A projecção mediática que cabe a este género, sobra, assim, para quem mais dela necessita: Blink 182, Good Charlotte, e restantes substratos enlatados (sempre sem esquecer o gel ultra-fixante e a crista cuidadosamente preparada). Pouco resta do espÃrito genuÃno de 79, e toda esta rapaziada parece presa fácil à s mãos dos predadores de talento (ou falta dele). Sangue novo - precisa-se.
Devidamente enquadrados? Passemos então a estes Challenger, e ao seu disco de estreia: Give people what they want in lethal doses. Nascidos das cinzas dos Milemarker, os Challenger arriscam-se a serem precocemente remetidos ao esquecimento (prateleira "Nice Price", se preferirem) se dependerem apenas deste debut. Muito me agradaria que me provassem o contrário num próximo disco (como se alguém tivesse de me provar alguma coisa...), porque vislumbro aqui afinco e paixão em doses suficientes para que o disco mereça a escuta (dependendo da boa vontade, disposição e paciência de cada um).
Give people what they want... é um aglomerado de circunstâncias medÃocres. Tem classe para desmarcar os seus autores dos substratos mencionados no primeiro parágrafo, mas não há uma só faixa que valha aos Challenger aspirarem à camisola amarela (que os At the Drive-In despiram há uns anos, sem que ainda ninguém se tenha atrevido a envergá-la). Pelos vistos, não têm pedalada para desafiar o tÃtulo. Contra, têm ainda o facto de algumas das suas faixas se fundirem na memória por não serem perfeitamente distinguÃveis. Além disso, fazem-me recordar demasiado os Braid - superiores e vencedores em confronto directo. Em todo o caso, reconheço nos Challenger o faro para o refrão poderoso, que se converte em hino de punho cerrado erguido (comprovar com "The Angry Engineer"). A favor, a sua curta duração - factor sempre favorável à condensação da fúria destilada - e alguns momentos mais inspirados - teasers do que poderemos vir a escutar caso o futuro da banda de Chicago seja risonho.
"Input the output" é a fulgurante abertura que promete mais do que o disco é capaz de cumprir. Na verdade, Give people what they want... consegue manter-se firme até metade da sua duração. Para isso muito contribui "Blackouts" - venenosamente catchy - munido de uma curta vocalização, que surge quase como se de um sample se tratasse. Em "Unemployment", a inconformidade serve de combustÃvel a um "Hey man! / It's not about the money, it's about getting what you deserve" entoado a uma só voz. A partir daqui, a frescura vai-se dissipando e cada faixa parece demasiado semelhante à anterior - sintoma que afecta grande parte dos lançamentos do género punk-rock. "Sweet vacine" injecta algum peso no disco, mas de pouco ou nada vale para reanimar a audição.
Give people what they want in lethal doses é meio caminho andado entre quaisquer dois pontos. Uma hipótese desperdiçada de alcançar um patamar superior. Não ofende, mas também não surpreende. Lá está, jamais se consegue libertar da mediocridade. Ficamos à espera de novos desafios.
Miguel ArsénioDevidamente enquadrados? Passemos então a estes Challenger, e ao seu disco de estreia: Give people what they want in lethal doses. Nascidos das cinzas dos Milemarker, os Challenger arriscam-se a serem precocemente remetidos ao esquecimento (prateleira "Nice Price", se preferirem) se dependerem apenas deste debut. Muito me agradaria que me provassem o contrário num próximo disco (como se alguém tivesse de me provar alguma coisa...), porque vislumbro aqui afinco e paixão em doses suficientes para que o disco mereça a escuta (dependendo da boa vontade, disposição e paciência de cada um).
Give people what they want... é um aglomerado de circunstâncias medÃocres. Tem classe para desmarcar os seus autores dos substratos mencionados no primeiro parágrafo, mas não há uma só faixa que valha aos Challenger aspirarem à camisola amarela (que os At the Drive-In despiram há uns anos, sem que ainda ninguém se tenha atrevido a envergá-la). Pelos vistos, não têm pedalada para desafiar o tÃtulo. Contra, têm ainda o facto de algumas das suas faixas se fundirem na memória por não serem perfeitamente distinguÃveis. Além disso, fazem-me recordar demasiado os Braid - superiores e vencedores em confronto directo. Em todo o caso, reconheço nos Challenger o faro para o refrão poderoso, que se converte em hino de punho cerrado erguido (comprovar com "The Angry Engineer"). A favor, a sua curta duração - factor sempre favorável à condensação da fúria destilada - e alguns momentos mais inspirados - teasers do que poderemos vir a escutar caso o futuro da banda de Chicago seja risonho.
"Input the output" é a fulgurante abertura que promete mais do que o disco é capaz de cumprir. Na verdade, Give people what they want... consegue manter-se firme até metade da sua duração. Para isso muito contribui "Blackouts" - venenosamente catchy - munido de uma curta vocalização, que surge quase como se de um sample se tratasse. Em "Unemployment", a inconformidade serve de combustÃvel a um "Hey man! / It's not about the money, it's about getting what you deserve" entoado a uma só voz. A partir daqui, a frescura vai-se dissipando e cada faixa parece demasiado semelhante à anterior - sintoma que afecta grande parte dos lançamentos do género punk-rock. "Sweet vacine" injecta algum peso no disco, mas de pouco ou nada vale para reanimar a audição.
Give people what they want in lethal doses é meio caminho andado entre quaisquer dois pontos. Uma hipótese desperdiçada de alcançar um patamar superior. Não ofende, mas também não surpreende. Lá está, jamais se consegue libertar da mediocridade. Ficamos à espera de novos desafios.
migarsenio@yahoo.com
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