DISCOS
Hunee
Hunch Music
· 18 Set 2015 · 10:14 ·

Hunee
Hunch Music
2015
Rush Hour
Sítios oficiais:
- Hunee
- Rush Hour
Hunch Music
2015
Rush Hour
Sítios oficiais:
- Hunee
- Rush Hour

Hunee
Hunch Music
2015
Rush Hour
Sítios oficiais:
- Hunee
- Rush Hour
Hunch Music
2015
Rush Hour
Sítios oficiais:
- Hunee
- Rush Hour
Palpites não chegam.
Anos volvidos de incertezas, hesitações no que à produção própria dizia respeito – e muito tempo a investir a refinar a arma do Djing –, o japonês decidiu-se e aventurou-se na exposição das suas ideias em longo formato. Como em muitos, na dimensão da chamada música de dança urbana, tudo começou em EP’s. E amiúde os produtores ficam-se por aí por falta de confiança. Hun Choi entendeu dar o passo seguinte. Um pouco como “seja o que Deus quiser”; ou “o que é que tenho a perder?”. Arriscou. E tal determinação não fica mal a ninguém.
O disco de estreia é o que o título sugere: um pressentimento, um palpite, um apalpar de terreno. Hunch Music não se apresenta como um manifesto estilístico. É uma humilde súmula de ideias que Hun Choi conservou junto ao coração ao longo dos últimos anos. Uma antologia do que ele acha que o house ou o techno foi nos anos 90, e o que eles deveriam ser no presente.
Tendo denunciado a fórmula em que os géneros caíram; o óbvio para qualquer melómano atento: house e techno há muito que se tornaram insípidas tipologias, raramente vítimas de golpes de atrevimento, Hun Choi, com inconformação pessoal a palpitar, investiu na sua visão do universo. Lá está: a tal determinação que não fica mal a ninguém. Contudo…
E para pena minha, concluo que Hunch Music não tem visão, nem do presente, muito menos do futuro: cinge-se a ser uma revisão aprumada do passado. As ideias estão lá. O sentimento também. É um trabalho genuíno. Talvez muito esforçado, de profundos entendimentos pessoais, e uma tentativa criativa. Mas é consequentemente uma antologia que não bate certo com o nosso tempo. Muitos dedinhos para a técnica, pouco génio para mexer e remexer as ideias.
Hunch Music é amorfo. Com a manipulação das coisas sampladas –“The World” é esclarecedor o suficiente – a declaração de “It's After the End of the World” de Sun Ra, repetido vezes sem conta ao longo de seis minutos, arruína a aprazibilidade da música, que talvez investia na espiritualidade cósmica do lendário músico americano. Irritante. Desastroso.
Para melhorar, e para atingir novos planos, é essencial compreender os erros; honestidade acima de tudo. Hun Choi não se deve reconfortar nas eventuais palmadinhas nas costas que a Rush Hour lhe deu. Está na hora de se desafiar a sério: e perder tempo a experimentar; a desafiar-se. Talvez tirando do caderno algumas ideias imaginadas, rasurando-as, reescrevendo-as, alguma coisa de interessante aconteça.
Rafael SantosO disco de estreia é o que o título sugere: um pressentimento, um palpite, um apalpar de terreno. Hunch Music não se apresenta como um manifesto estilístico. É uma humilde súmula de ideias que Hun Choi conservou junto ao coração ao longo dos últimos anos. Uma antologia do que ele acha que o house ou o techno foi nos anos 90, e o que eles deveriam ser no presente.
Tendo denunciado a fórmula em que os géneros caíram; o óbvio para qualquer melómano atento: house e techno há muito que se tornaram insípidas tipologias, raramente vítimas de golpes de atrevimento, Hun Choi, com inconformação pessoal a palpitar, investiu na sua visão do universo. Lá está: a tal determinação que não fica mal a ninguém. Contudo…
E para pena minha, concluo que Hunch Music não tem visão, nem do presente, muito menos do futuro: cinge-se a ser uma revisão aprumada do passado. As ideias estão lá. O sentimento também. É um trabalho genuíno. Talvez muito esforçado, de profundos entendimentos pessoais, e uma tentativa criativa. Mas é consequentemente uma antologia que não bate certo com o nosso tempo. Muitos dedinhos para a técnica, pouco génio para mexer e remexer as ideias.
Hunch Music é amorfo. Com a manipulação das coisas sampladas –“The World” é esclarecedor o suficiente – a declaração de “It's After the End of the World” de Sun Ra, repetido vezes sem conta ao longo de seis minutos, arruína a aprazibilidade da música, que talvez investia na espiritualidade cósmica do lendário músico americano. Irritante. Desastroso.
Para melhorar, e para atingir novos planos, é essencial compreender os erros; honestidade acima de tudo. Hun Choi não se deve reconfortar nas eventuais palmadinhas nas costas que a Rush Hour lhe deu. Está na hora de se desafiar a sério: e perder tempo a experimentar; a desafiar-se. Talvez tirando do caderno algumas ideias imaginadas, rasurando-as, reescrevendo-as, alguma coisa de interessante aconteça.
r_b_santos_world@hotmail.com
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