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Suuns + Jerusalem In My Heart
Suuns And Jerusalem In My Heart
· 10 Set 2015 · 15:17 ·

Suuns + Jerusalem In My Heart
Suuns And Jerusalem In My Heart
2015
Secretly Canadian
Sítios oficiais:
- Secretly Canadian
Suuns And Jerusalem In My Heart
2015
Secretly Canadian
Sítios oficiais:
- Secretly Canadian

Suuns + Jerusalem In My Heart
Suuns And Jerusalem In My Heart
2015
Secretly Canadian
Sítios oficiais:
- Secretly Canadian
Suuns And Jerusalem In My Heart
2015
Secretly Canadian
Sítios oficiais:
- Secretly Canadian
Estado (de alma) Islâmico.
Quando, há cinco anos atrás, sentimos pela primeira vez na pele toda a tensão minimalista que perpassa Zeroes QC, o álbum de estreia dos canadianos Suuns, julgámos estar perante uma grande aposta de futuro - estava ali uma banda capaz de criar uma paisagem aterradora sem grandes artifícios, contraponto à energia stoner e psych que então começava a (re)nascer no rock, herdeira do experimentalismo pós-punk sem soar a cópia chapada dos seus pais. Contudo, uma pausa prolongada na sua actividade discográfica (três anos sem editar novo disco) e um regresso menos bem conseguido (Images Du Futur é, infelizmente, um soporífero) destronaram qualquer pretensão dos Suuns de virem a ser uma força maior do indie no século XXI. Num mundo em constante movimento, estar parado mais de um mês pode arruinar muita coisa.
Contudo, eis que chega um terceiro disco, em jeito de colaboração com o artista libanês Radwan Ghazi Moumneh, que assina enquanto Jerusalem In My Heart, algo como se os Wire tivessem trabalhado a meias com Muslimgauze. And Jerusalem In My Heart possui mais influências do segundo que dos primeiros, há que dizê-lo desde já; se é verdade que é dos Suuns todo o papel na construção rítmica, a base das canções, Radwan - por via dos sintetizadores, das tonalidades árabes, da estranheza destes sons - assume a dianteira no que ao preenchimento dos espaços vazios diz respeito.
O resultado é uma obra que soa muito mais a Jerusalem In My Heart feat. Suuns do que a uma obra colaborativa digna desse nome, sendo que tal facto não constitui à partida um problema. Arrancando com a toada kraut de "2amoutu I7tirakan", o disco tem em "Metal" o seu zénite - um beat galopante, guitarras prenhes de efeitos (e descendência berbere), tema que apesar do seu nome haverá de resultar q.b. numa pista de dança, fechada e suada. E se essa faz dançar, "Self" faz ainda mais, com vocais médio-orientais amiúde um instrumental que dá a ideia de estarmos perante um Omar Souleyman emigrado na Alemanha cósmica. And Jerusalem In My Heart é um bom disco; poderia ter sido mais trabalhado, apelando às forças de uma e outra metade (o seu principal problema é soar demasiado a jam session), mas o essencial - boas canções - está bem presente.
Paulo CecílioContudo, eis que chega um terceiro disco, em jeito de colaboração com o artista libanês Radwan Ghazi Moumneh, que assina enquanto Jerusalem In My Heart, algo como se os Wire tivessem trabalhado a meias com Muslimgauze. And Jerusalem In My Heart possui mais influências do segundo que dos primeiros, há que dizê-lo desde já; se é verdade que é dos Suuns todo o papel na construção rítmica, a base das canções, Radwan - por via dos sintetizadores, das tonalidades árabes, da estranheza destes sons - assume a dianteira no que ao preenchimento dos espaços vazios diz respeito.
O resultado é uma obra que soa muito mais a Jerusalem In My Heart feat. Suuns do que a uma obra colaborativa digna desse nome, sendo que tal facto não constitui à partida um problema. Arrancando com a toada kraut de "2amoutu I7tirakan", o disco tem em "Metal" o seu zénite - um beat galopante, guitarras prenhes de efeitos (e descendência berbere), tema que apesar do seu nome haverá de resultar q.b. numa pista de dança, fechada e suada. E se essa faz dançar, "Self" faz ainda mais, com vocais médio-orientais amiúde um instrumental que dá a ideia de estarmos perante um Omar Souleyman emigrado na Alemanha cósmica. And Jerusalem In My Heart é um bom disco; poderia ter sido mais trabalhado, apelando às forças de uma e outra metade (o seu principal problema é soar demasiado a jam session), mas o essencial - boas canções - está bem presente.
pauloandrececilio@gmail.com
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