DISCOS
Zarabatana
Fogo Na Carne
· 11 Mar 2015 · 15:11 ·

Zarabatana
Fogo Na Carne
2015
A Giant Fern
Sítios oficiais:
- Zarabatana
- A Giant Fern
Fogo Na Carne
2015
A Giant Fern
Sítios oficiais:
- Zarabatana
- A Giant Fern

Zarabatana
Fogo Na Carne
2015
A Giant Fern
Sítios oficiais:
- Zarabatana
- A Giant Fern
Fogo Na Carne
2015
A Giant Fern
Sítios oficiais:
- Zarabatana
- A Giant Fern
Tiro Certeiro.
Dizem eles: free jazz sem merdas. Dizemos nós: faz todo o sentido. O trio formado por Yaw Tembe, Bernardo Álvares e Carlos Godinho editou recentemente Fogo Na Carne, cassete editada pela A Giant Fern, e que contém quarenta minutos de um jazz tribal onde o ritmo é chave - consultamos as informações dadas por eles no Bandcamp e vemos que, para além dos seus instrumentos habituais - trompete, baixo e bateria, respectivamente - todos ajudaram na percussão. O ritmo é chave, repetimos, um ritmo sem merdas, parafraseamos, apresentado de forma a que o fogo do corpo não se consiga conter.
Convenhamos que, no free, a contenção não existe; de outro modo, chamar-lhe free era ser-se só hipócrita. Mas os Zarabatana espelham tão sensualmente essa exaltação que ela merece ser escrita e descrita. Merece uma história mental, das fugazes, das que surgem num instante e ficam enquanto dura a música: filas de corpos desnudos numa África pensada com o peso do imaginário colonial a dançarem ao som de dezenas de batuques e tambores em homenagem a um Deus desconhecido. (Ter) Fogo Na Carne é isso mesmo.
E se não quisermos enveredar por essas figuras de estilo, basta dizer que Fogo Na Carne é simplesmente um belo disco de jazz que agradará sobretudo à malta do rock. Estranho? Não: ouça-se "Memória De Osso", baixo circular, batida furiosa e o trompete a surgir sem avisar, malha que cria tanto arrepio como um riff bem esgalhado. Não é de todo justo fazer-se qualquer tipo de comparações, mas avisamos que, apesar de serem projectos com uma estética bastante diferente, os fãs dos HHY & The Macumbas encontrarão aqui motivos para gostar muito dos Zarabatana. E se não o fizerem pela irmandade, façam-no pelo psicadelismo (sim, leram bem) de "Chamusca Suse" ou pelos nove minutos de "Intro And Outro To Aleph". Tiro certeiro.
Paulo CecílioConvenhamos que, no free, a contenção não existe; de outro modo, chamar-lhe free era ser-se só hipócrita. Mas os Zarabatana espelham tão sensualmente essa exaltação que ela merece ser escrita e descrita. Merece uma história mental, das fugazes, das que surgem num instante e ficam enquanto dura a música: filas de corpos desnudos numa África pensada com o peso do imaginário colonial a dançarem ao som de dezenas de batuques e tambores em homenagem a um Deus desconhecido. (Ter) Fogo Na Carne é isso mesmo.
E se não quisermos enveredar por essas figuras de estilo, basta dizer que Fogo Na Carne é simplesmente um belo disco de jazz que agradará sobretudo à malta do rock. Estranho? Não: ouça-se "Memória De Osso", baixo circular, batida furiosa e o trompete a surgir sem avisar, malha que cria tanto arrepio como um riff bem esgalhado. Não é de todo justo fazer-se qualquer tipo de comparações, mas avisamos que, apesar de serem projectos com uma estética bastante diferente, os fãs dos HHY & The Macumbas encontrarão aqui motivos para gostar muito dos Zarabatana. E se não o fizerem pela irmandade, façam-no pelo psicadelismo (sim, leram bem) de "Chamusca Suse" ou pelos nove minutos de "Intro And Outro To Aleph". Tiro certeiro.
pauloandrececilio@gmail.com
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