DISCOS
Hookworms
The Hum
· 10 Fev 2015 · 10:57 ·

Hookworms
The Hum
2014
Weird World Record Co.
Sítios oficiais:
- Weird World Record Co.
The Hum
2014
Weird World Record Co.
Sítios oficiais:
- Weird World Record Co.

Hookworms
The Hum
2014
Weird World Record Co.
Sítios oficiais:
- Weird World Record Co.
The Hum
2014
Weird World Record Co.
Sítios oficiais:
- Weird World Record Co.
Meu Deus como é bom morar, para lá do último andar…
Guitarras, voz, baixo, bateria e…órgão Farfisa. É uma combinação que, quer resulte bem ou não, desperta sempre a curiosidade nestas coisas do rock. E no caso dos Hookworms, banda de Leeds, a curiosidade é devidamente recompensada com 37 minutos do melhor, digamos, garagegaze, extraccão 2014. The Hum é o segundo disco da banda, e contém 5 canções de propulsão anti-gravidade certeiras, uma (“On Repeat”) onde as coisas acalmam um pouco, ao som de uma bateria tocada com maças, e quatro interlúdios. O resultado é como se corrêssemos em direcção a uma parede que se afasta sempre um pouco mais. Como a teoria que diz que, para chegarmos a algum lado, temos que percorrer sempre metade do caminho, e por aí adiante. Nunca batemos de frente com a parede, mas a viagem vale muito a pena.
O parente mais próximo, contrariamente ao que se possa pensar pela descrição acima, não parece ser uma qualquer banda obscura dos anos 60/70, ou um nome conhecido do shoegaze. Antes, a voracidade e obsessão da secção rítmica, mais o já referido Farfisa, trazem a baila as mui saudosas Electrelane. Se acometidas de uma vontade de cantar frequentemente em falsete, e de afugentar quaisquer espíritos opostos a ideia de tocar alto, rápido, e com implacáveis doses de energia. E reduzir ligeira, mas não totalmente, as doses de motorika. Ao fim e ao cabo, no que as guitarras diz respeito, talvez possamos até imaginar uma versão menos electrónica dos Primal Scream de XTRMNTR. Álbum em que Kevin “My Bloody Valentine” Shields foi parte fulcral. Ou mesmo os lendários Spacemen 3, de Sonic Boom e Jason Pierce. “Impasse”, “Radio Tokyo” ou “Retreat” são, todas elas, para bater contra o estrado do palco, sem ligar a consequências físicas.
The Hum não acaba com uma queda de volta à Terra. Para isso, haverá álbuns mais indicados. Em vez disso, deixa-nos a, como dizia a música, “pegar carona nessa cauda de cometa”. Parece muito simples, é um facto. Só que fazer isto com esta qualidade, de forma a esquecermos que já se fazem coisas semelhantes (não iguais) há décadas, retira valor a qualquer acusação de simplicidade. Enquanto este disco dura, importa apenas conduzi-lo como um daqueles simuladores de corridas de motas nas velhas arcadas. Os Hookworms estão cá para pugnar pela nossa ascensão. Façamos o favor de aceitar o convite.
Nuno ProençaO parente mais próximo, contrariamente ao que se possa pensar pela descrição acima, não parece ser uma qualquer banda obscura dos anos 60/70, ou um nome conhecido do shoegaze. Antes, a voracidade e obsessão da secção rítmica, mais o já referido Farfisa, trazem a baila as mui saudosas Electrelane. Se acometidas de uma vontade de cantar frequentemente em falsete, e de afugentar quaisquer espíritos opostos a ideia de tocar alto, rápido, e com implacáveis doses de energia. E reduzir ligeira, mas não totalmente, as doses de motorika. Ao fim e ao cabo, no que as guitarras diz respeito, talvez possamos até imaginar uma versão menos electrónica dos Primal Scream de XTRMNTR. Álbum em que Kevin “My Bloody Valentine” Shields foi parte fulcral. Ou mesmo os lendários Spacemen 3, de Sonic Boom e Jason Pierce. “Impasse”, “Radio Tokyo” ou “Retreat” são, todas elas, para bater contra o estrado do palco, sem ligar a consequências físicas.
The Hum não acaba com uma queda de volta à Terra. Para isso, haverá álbuns mais indicados. Em vez disso, deixa-nos a, como dizia a música, “pegar carona nessa cauda de cometa”. Parece muito simples, é um facto. Só que fazer isto com esta qualidade, de forma a esquecermos que já se fazem coisas semelhantes (não iguais) há décadas, retira valor a qualquer acusação de simplicidade. Enquanto este disco dura, importa apenas conduzi-lo como um daqueles simuladores de corridas de motas nas velhas arcadas. Os Hookworms estão cá para pugnar pela nossa ascensão. Façamos o favor de aceitar o convite.
nunoproenca@gmail.com
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