DISCOS
Coldplay
Ghost Stories
· 05 Set 2014 · 11:12 ·

Coldplay
Ghost Stories
2014
Parlophone
Sítios oficiais:
- Coldplay
- Parlophone
Ghost Stories
2014
Parlophone
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- Coldplay
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A bonança depois da tempestade.
Há um motivo pelo qual "A Sky Full Of Stars" foi escutada de forma quase ininterrupta no último Sudoeste. Não só porque tem a presença do inenarrável Avicii e do seu piano house mastigado, catalisador de inúmeras remisturas mais ou menos bovinas, mas também porque é o género de canção que anda de mãos dadas com o marketing, com hashtags, com discussões intermináveis nas caixas de comentários desse mundo cibernético entre fãs menos acérrimos e haters profundos; umas lérias sobre o amor para apelar à miudagem, uma melodia orelhuda e voilá, está criado um hit de verão.
Os KLF, Deus tenha em descanso a sua alma, ficarão certamente orgulhosos ao constatar que o seu Manual tem repercussão ainda hoje. Porque pese embora o melodrama, o cliché e a facilidade com que se encaixotam os Coldplay na lista de artistas sobejamente chatos e desprovidos de qualquer sentido, "A Sky Full Of Stars" continua a ser uma belíssima canção pop [também] por todos os motivos supracitados, e porque é impossível não achar alguma piada ao suposto sofrimento de Chris Martin agora que o seu amor partiu.
De resto, parece ser essa toda a premissa de Ghost Stories, azeiteirice com tiques experimentais ou vice-versa que marca uma viragem na música do grupo, adoptando uma veia mais electrónica (experimental? Porque não dizer apenas que se estão a fazer forte e feio a essa coisa horrorosa que se intitula "movimento EDM"?) e tendo como objectivo apelar aos ravers de pacotilha que continuam a alimentar monstruosidades como David Guetta e aos indies sedentos de poder anunciar ao mundo que o seu ecletismo também passa pela música feita em e para as massas. Daí que existam comparações com os Sigur Rós por forma a dar alguma "credibilidade" aos britânicos, sendo que quem lhes quer passar esse mesmo atestado credível se esquece que Parachutes era um óptimo disco pop e "Violet Hill" uma das melhores canções da década que findou recentemente.
É fácil desancar nos Coldplay; difícil é elogiá-los. No entanto, Ghost Stories, mais do que o aborrecido Mylo Xyloto ou o bombástico-até-em-demasia Viva La Vida..., fá-los subir uns quantos degraus na escala de interesse ainda que nos soe aqui e ali a um pastiche de tanta coisa que não eles (as guitarras à The Edge em "Always In My Head" logo a abrir, por exemplo). Um pouco como se a voz houvera ficado rouca depois de tanta ópera: sabe muito bem ouvir um disco tão suave assim, tal qual sabe muito bem ouvir "A Sky Full Of Stars" e não sentir qualquer vergonha disso. Até porque a noção de guilty pleasures é o cúmulo da imbecilidade, como bem sabemos.
Paulo CecílioOs KLF, Deus tenha em descanso a sua alma, ficarão certamente orgulhosos ao constatar que o seu Manual tem repercussão ainda hoje. Porque pese embora o melodrama, o cliché e a facilidade com que se encaixotam os Coldplay na lista de artistas sobejamente chatos e desprovidos de qualquer sentido, "A Sky Full Of Stars" continua a ser uma belíssima canção pop [também] por todos os motivos supracitados, e porque é impossível não achar alguma piada ao suposto sofrimento de Chris Martin agora que o seu amor partiu.
De resto, parece ser essa toda a premissa de Ghost Stories, azeiteirice com tiques experimentais ou vice-versa que marca uma viragem na música do grupo, adoptando uma veia mais electrónica (experimental? Porque não dizer apenas que se estão a fazer forte e feio a essa coisa horrorosa que se intitula "movimento EDM"?) e tendo como objectivo apelar aos ravers de pacotilha que continuam a alimentar monstruosidades como David Guetta e aos indies sedentos de poder anunciar ao mundo que o seu ecletismo também passa pela música feita em e para as massas. Daí que existam comparações com os Sigur Rós por forma a dar alguma "credibilidade" aos britânicos, sendo que quem lhes quer passar esse mesmo atestado credível se esquece que Parachutes era um óptimo disco pop e "Violet Hill" uma das melhores canções da década que findou recentemente.
É fácil desancar nos Coldplay; difícil é elogiá-los. No entanto, Ghost Stories, mais do que o aborrecido Mylo Xyloto ou o bombástico-até-em-demasia Viva La Vida..., fá-los subir uns quantos degraus na escala de interesse ainda que nos soe aqui e ali a um pastiche de tanta coisa que não eles (as guitarras à The Edge em "Always In My Head" logo a abrir, por exemplo). Um pouco como se a voz houvera ficado rouca depois de tanta ópera: sabe muito bem ouvir um disco tão suave assim, tal qual sabe muito bem ouvir "A Sky Full Of Stars" e não sentir qualquer vergonha disso. Até porque a noção de guilty pleasures é o cúmulo da imbecilidade, como bem sabemos.
pauloandrececilio@gmail.com
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