Formados em Vale de Cambra no ido ano de 2007, os Catacombe têm efectuado um percurso assaz interessante dentro do espectro do rock instrumental em Portugal, traduzido em três belos discos - este Quidam incluído -, várias boas referências por parte de melómanos estrangeiros e, até, a oportunidade que foi terem sido a "banda surpresa" do cartaz do Amplifest do ano de 2013. A sensação de melancolia tem sido ao longo deste tempo um dado adquirido na sua música; não é portanto de espantar que este terceiro tomo da aventura Catacombe seja "mais do mesmo", sem que esta expressão tenha qualquer conotação negativa. Não o quereríamos de outra forma.

Podemos contudo afirmar que estes Catacombe se apresentam em Quidam muito mais leves que nos registos anteriores, não enveredando tanto pelos riffs de carga metálica como em Memoirs e Kinetic e preferindo uma abordagem a espaços mais calma, mais terna. "Zenith", faixa de abertura, é exactamente isso - uma melodia suave escorrendo nos confins do éter que atingirá, como é apanágio dos "pós-", o clímax mais lá para o fim da canção, sem que nos soe estranho passar do 1 ao 5 ao 10 num tão curto espaço de tempo. Como respirar: inspiração funda, expiração calma.

"Ninho De Vespas" e "Shroud" deixam-nos a pensar nos Mono - em melhor - mas é com "Lolita" que os Catacombe atingem a perfeição, pelo menos no que a este disco concerne; guitarras em estado-sonho e uma voz a erguer-se angelical que transforma a canção num pedaço de maravilha de seis minutos e meio. De deixar qualquer coração aos pulos, um bem-vindo stress que é acalmado pelo relaxar de "Mental Confusion" e pelo doce final que é "Nadir". O veredicto? Ouçam-no, já e imediatamente.