Não é difícil encontrar o adágio dos Ramones nas onze canções que compõem o disco de estreia dos Tweens - e, quase uma semana após a morte do último Ramone original, este álbum homónimo soa mais a elegia do que a qualquer outra coisa. Os ensinamentos do punk estão lá, a destreza pop também, e a temática apontada sobretudo à juventude, como o próprio nome da banda indica, é omnipresente. Basta ler os títulos: "Bored In The City", "Hardcore Boy", "I'm Gonna Steal Your Boyfriend". Como não amar?

Claro que isto significa que Tweens pouco mais será que uma pastilha elástica de duração mínima, posteriormente colada debaixo da mesa que ocupamos na escola secundária que é a vida, principalmente porque como os Tweens existe uma miríade de outras bandas iguais, mais ou menos relevantes, mais ou menos descartáveis. E, no entanto, não podemos deixar de manter um sorriso nos lábios quando arrancam as guitarras, o grito feminino ressoando alegre sob o sol e sobre o skate. Descartável, ora pois, mas quem é que quer saber? Estes putos não, os que os ouviram idem aspas.

Se carpe diem se transformou numa frase banal nos murais de Facebook desta vida, os discos que lhe fazem juz seguirão, segundo a lógica, o mesmo caminho. Porém, nada é mais verdadeiro do que isto; estamos neste planeta para aproveitar as coisas boas que são postas diante de nós a cada segundo. Tweens é assim um disco ao qual há que regressar quando quisermos perder a cabeça e voltar a ser, nem que seja por um período curtíssimo de tempo, um pouco mais jovens. Seja como for, acaba por ser essa um pouco a história da pop.