DISCOS
Aztec Camera
High Land, Hard Rain [Reedição]
· 19 Mai 2014 · 18:08 ·
Aztec Camera
High Land, Hard Rain [Reedição]
2014
Domino
Sítios oficiais:
- Domino
High Land, Hard Rain [Reedição]
2014
Domino
Sítios oficiais:
- Domino
Aztec Camera
High Land, Hard Rain [Reedição]
2014
Domino
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- Domino
High Land, Hard Rain [Reedição]
2014
Domino
Sítios oficiais:
- Domino
Nao lhe chamem indie, classicista ou conservador.
Sou um consumidor ávido de reedições. Muitas vezes de discos dos quais tive N oportunidades para os comprar, e não o fiz. A ideia de poder fazê-lo, em edições comentadas e com som melhorado acaba por ser demasiado apelativa para resistir. Sobretudo se o preço for camarada. Foi assim que, em 2014, vim finalmente a por os ouvidos nesta obra magnífica chamada “High Land, Hard Rain”. E a espantar-me com o que Roddy Frame foi capaz de criar na sua adolescência. Tempos em que dizia ”A rebel without a cause is pretty useless, don’t you think?”. High Land, Hard Rain” foi originalmente editado tinha Frame 19 anos. E já desde os 16 que escrevia música, tendo começado a aprender guitarra aos 4 anos, inspirado por Wilko Johnson dos Dr. Feelgood.
Antes de tudo, é preciso lembrar que, quando o disco foi escrito e gravado, “indie” não era um género musical, e aberrações como os Libertines eram apenas sonhos de um cientista maléfico qualquer. Na Postcard Records, onde os Aztec Camera editaram inicialmente, havia os Josef K, os Go-Betweens, e os Orange Juice. Estes últimos serao, em termos sonoros, os mais aparentados aos Aztec Camera, como se pode observar pelo tilintar Byrdsiano das guitarras, e pelas ligeiras porções soul contidas nas canções. Mas são apenas alguns pontos de contacto. Frame trazia várias coisas que o distinguiam. A voz, nem envelhecida nem imberbe, de delicados tons melodiosos a dar para o agudo. A guitarra, quer a marcar o ritmo, quer a liderar a melodia, quer a trazer influencias latinas para as canções. E, sobretudo, as letras. Histórias de romance por começar, por acabar e por resolver, separações, dúvidas, vida. Causas, como ele próprio havia referido.
O disco passa rápido. São apenas 10 canções. Cada uma delas uma construção perfeita de pop de guitarras (não, não se ouve aqui qualquer rock). Nao teve o sucesso dos new romantics. Não criou legiões de obcecados como os Smiths. Não veio 10000 vezes a Portugal como Lloyd Cole. Simplesmente, criou canções do calibre de “Oblivious”, “Pillar to Post”, “We Could Send Letters” ou “Walk Out To Winter”, onde se respira ar melódico puro como na colina mais verde e intocada, num dia primaveril. Será uma pena se este disco for apenas (re)descoberto pelos fãs originais. As reedições não devem existir só para eles. Especialmente se puderem reabrir caminhos como os que ”High Land, Hard Rain” propoe.
Nuno ProençaAntes de tudo, é preciso lembrar que, quando o disco foi escrito e gravado, “indie” não era um género musical, e aberrações como os Libertines eram apenas sonhos de um cientista maléfico qualquer. Na Postcard Records, onde os Aztec Camera editaram inicialmente, havia os Josef K, os Go-Betweens, e os Orange Juice. Estes últimos serao, em termos sonoros, os mais aparentados aos Aztec Camera, como se pode observar pelo tilintar Byrdsiano das guitarras, e pelas ligeiras porções soul contidas nas canções. Mas são apenas alguns pontos de contacto. Frame trazia várias coisas que o distinguiam. A voz, nem envelhecida nem imberbe, de delicados tons melodiosos a dar para o agudo. A guitarra, quer a marcar o ritmo, quer a liderar a melodia, quer a trazer influencias latinas para as canções. E, sobretudo, as letras. Histórias de romance por começar, por acabar e por resolver, separações, dúvidas, vida. Causas, como ele próprio havia referido.
O disco passa rápido. São apenas 10 canções. Cada uma delas uma construção perfeita de pop de guitarras (não, não se ouve aqui qualquer rock). Nao teve o sucesso dos new romantics. Não criou legiões de obcecados como os Smiths. Não veio 10000 vezes a Portugal como Lloyd Cole. Simplesmente, criou canções do calibre de “Oblivious”, “Pillar to Post”, “We Could Send Letters” ou “Walk Out To Winter”, onde se respira ar melódico puro como na colina mais verde e intocada, num dia primaveril. Será uma pena se este disco for apenas (re)descoberto pelos fãs originais. As reedições não devem existir só para eles. Especialmente se puderem reabrir caminhos como os que ”High Land, Hard Rain” propoe.
nunoproenca@gmail.com
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