Ouvimos "Totem" e de imediato pensamos se não estaremos numa realidade alternativa em que os xx são italianos e preocupam-se mais com a natureza que com o facto dos seus fãs escreverem o nome da banda com maiúsculas ou minúsculas. Mas não, estamos mesmo nesta realidade, que é até ver a única que temos, e os Be Forest são apenas mais uma banda a fazer música bué indie para gente bué indie. Earthbeat é o segundo disco - lá está, o contacto com a natureza - deste trio e o que aqui se ouve soa a centenas de outras bandas. Como, então, criticar decentemente?

Podemos fazer um esforço e dizer que "Captured Heart", mesmo com toda a aura de plágio de bandas inspiradas pelas ondas, essas que levam tantos iPhones a ir para junto do mar na ânsia de tirar a foto que mais corações renda no Instagram, é estupidamente orelhuda. Tão orelhuda que permite o rejuvenescimento do corpo mal a deixamos que se entranhe. Chill out, o bom. Mesmo que a voz da vocalista ecoe por ali, num sotaque imperceptível (parece - parece - que as canções são cantadas em inglês), a melodia é o que mais se sobressai, fofinha e docinha e outros adjectivos infantilizados.

Fora isso, safam-se as guitarras em "Sparkle" e pouco mais. Earthbeat não merece muita mais atenção do que isto, mas considerando que é um disco de pouco mais de meia hora também não dela precisa. É um daqueles discos que só se sacam porque não há nada de jeito que tenha sido disponibilizado entretanto e parece estar de bem com essa sua posição. Que os Be Forest gozem bem a vida, então. E façam o favor de ser felizes.