DISCOS
Connan Mockasin
Caramel
· 05 Dez 2013 · 17:09 ·

Connan Mockasin
Caramel
2013
Phantasy Sound / Because Music
Sítios oficiais:
- Phantasy Sound
- Because Music
Caramel
2013
Phantasy Sound / Because Music
Sítios oficiais:
- Phantasy Sound
- Because Music

Connan Mockasin
Caramel
2013
Phantasy Sound / Because Music
Sítios oficiais:
- Phantasy Sound
- Because Music
Caramel
2013
Phantasy Sound / Because Music
Sítios oficiais:
- Phantasy Sound
- Because Music
Procura-se um culpado. Ou vários.
Há uma maneira muito simples de perceber se alguém precisa de Caramel na sua vida. É ligar o YouTube, o Spotify, a aparelhagem, seja lá o que for, e por a tocar, uma a seguir a outra, “Lover, You Should Have Come Over”, de Jeff Buckley, e “Lady In Red”, de Chris DeBurgh. De qual gostam mais? Se escolheram Jeff Buckley, não precisam de Caramel. A sensualidade do malogrado Buckley era coisa séria, para libidos saudáveis. Se escolheram Chris DeBurgh, também não precisam de Caramel. Basta correr a comprar um qualquer best of do irlandês. Sim, era uma pergunta armadilhada. Caramel é inútil em qualquer um dos casos. Serve, isso sim, para tentarmos perceber de quem é a culpa do mundo “alternativo” continuar a trazer cá para fora estes trovadores apatetados, que não só tocam géneros que já no seu tempo eram chatos, como o soft-rock, como fazem-no com uma aparente atitude que lembra um grupo de estudantes universitários portugueses a entrar num bar escocês de kilt vestido.
Más línguas poderiam ir muito atrás, até ”Midnite Vultures” de Beck. O álbum onde este se apropriava de uma série de significandos de músicos como Prince, e os reduzia a paródia para quem teria vergonha de ser apanhado com um disco deste ultimo na mão. Mas esse álbum tinha coisas como “Sexx Laws”, e ainda merece algum crédito. Não é, realmente, fácil localizar de onde isto apareceu. Há o insuportável Ariel Pink, decerto. Que, se não originou, pelo menos abriu portas para tipos como Connan Mockasin. E o problema é o mesmo. Tudo parece nascer da vergonha de ter discos de Michael McDonald, 10CC, Chicago, Luther Vandross, Lionel Richie e outros. Com o problema adicional de…Caramel nem constrói propriamente canções pop. Limita-se, como em “I Wanna Roll With You”, a repetir N vezes a mesma frase. Na sua cabeça, talvez pense que é um grande sedutor, e que vai fazer as raparigas dizer "Thank you, Connan", como em “I Want Your Body 5” (sim, há outras quarto). Aos olhos de qualquer pessoa com visão apurada, não passa de um aprendiz de Leisure Suit Larry.
Cantores como Connan Mockasin exalam paternalismo por todos os poros. Enquanto Jeff Buckley ganhou facilmente lugar no panteão, ou, para ser mais actual, How To Dress Well prefere a exposição descarnada, Connan soa como se achasse que esta cena da música poder ser sexy é canja. Basta umas guitarras envidraçadas, um baixo em passo lento, uns efeitos espaciais para dar uma caução “experimental”, umas frases certeiras, e pronto. As miúdas ficam doidas. Não é. Por isso é que o mundo melómano deve dar graças pela existência de gente como Marvin Gaye ou Barry White. Caramel está para o soft-rock, yacht-rock, o que quiserem, como um hambúrguer aquecido no microondas está para um tornedó alto e espesso. No fundo, talvez tenha escolhido os exemplos errados. Se querem comparar isto com alguma coisa, comparem-na com os LMFAO.
Nuno ProençaMás línguas poderiam ir muito atrás, até ”Midnite Vultures” de Beck. O álbum onde este se apropriava de uma série de significandos de músicos como Prince, e os reduzia a paródia para quem teria vergonha de ser apanhado com um disco deste ultimo na mão. Mas esse álbum tinha coisas como “Sexx Laws”, e ainda merece algum crédito. Não é, realmente, fácil localizar de onde isto apareceu. Há o insuportável Ariel Pink, decerto. Que, se não originou, pelo menos abriu portas para tipos como Connan Mockasin. E o problema é o mesmo. Tudo parece nascer da vergonha de ter discos de Michael McDonald, 10CC, Chicago, Luther Vandross, Lionel Richie e outros. Com o problema adicional de…Caramel nem constrói propriamente canções pop. Limita-se, como em “I Wanna Roll With You”, a repetir N vezes a mesma frase. Na sua cabeça, talvez pense que é um grande sedutor, e que vai fazer as raparigas dizer "Thank you, Connan", como em “I Want Your Body 5” (sim, há outras quarto). Aos olhos de qualquer pessoa com visão apurada, não passa de um aprendiz de Leisure Suit Larry.
Cantores como Connan Mockasin exalam paternalismo por todos os poros. Enquanto Jeff Buckley ganhou facilmente lugar no panteão, ou, para ser mais actual, How To Dress Well prefere a exposição descarnada, Connan soa como se achasse que esta cena da música poder ser sexy é canja. Basta umas guitarras envidraçadas, um baixo em passo lento, uns efeitos espaciais para dar uma caução “experimental”, umas frases certeiras, e pronto. As miúdas ficam doidas. Não é. Por isso é que o mundo melómano deve dar graças pela existência de gente como Marvin Gaye ou Barry White. Caramel está para o soft-rock, yacht-rock, o que quiserem, como um hambúrguer aquecido no microondas está para um tornedó alto e espesso. No fundo, talvez tenha escolhido os exemplos errados. Se querem comparar isto com alguma coisa, comparem-na com os LMFAO.
nunoproenca@gmail.com
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